segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

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torcicolo

Sêmen deve ser comprado só em credenciados


Para evitar fraude é preciso se cercar de alguns cuidados. Afinal, o sêmen de um campeão chega a custar mil vezes mais do que o de um animal comum. A orientação do Ministério da Agricultura é que o produtor procure estabelecimentos credenciados.
Recentemente, pecuaristas compraram sêmen de um touro achando que se tratava de um campeão da raça gir. O problema é que eles foram enganados, e o material genético era na realidade de um dos filhos do animal. O alto valor comercial do material genético de animais despertou o interesse de fraudadores. Ao fazer o teste de paternidade, os pecuaristas perceberam a falsificação.
Para evitar fraude é preciso se cercar de alguns cuidados. Afinal, o sêmen de um campeão chega a custar mil vezes mais do que o de um animal comum. A orientação do Ministério da Agricultura é que o produtor procure estabelecimentos credenciados.
– Na hora de comprar o seu germoplasma: sêmen e embriões, procurar estabelecimentos, produtores e distribuidores credenciados no Ministério da Agricultura. Com isso, ele vai garantir a qualidade do material genético e a autenticidade dos reprodutores – diz o pesquisador da Embrapa Carlos Frederico Martins.
As vistorias nesses locais são feitas uma vez por ano.
– Esses estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura têm que seguir uma legislação. Então, há aspectos zootécnicos, industriais, higiênico-sanitários. Os reprodutores doadores do sêmen passam também por um controle sanitário rígido. Então essa é a garantia que o produtor rural tem de um produto de qualidade que não vai colocar em risco o seu rebanho – diz a fiscal federal agropecuária Daniela Pacheco.
O empresário com registro no ministério que agir de má-fé estará sujeito a punições.
– O estabelecimento está sujeito, então, a diversas sanções administrativas desde multa, suspensão de registro, interdição, apreensão de produto, cancelamento de registro, sem prejuízo também da responsabilidade pena – explica Daniela.
Denúncias sobre suspeitas de fraude devem ser feitas ao Ministério da Agricultura.

CANAL RURAL

domingo, 30 de janeiro de 2011

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Meu dono de estimação


Conheça a história do Dubai, um cavalo nobre, que foi criado como pangaré.

sábado, 29 de janeiro de 2011

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Bicho da seda



É na região noroeste do Paraná que se concentra o maior número de produtores do bicho da seda. São mais de 400. O pessoal recebe as lagartas ainda bem pequenas e entrega os casulos prontos. Quase tudo é vendido para o exterior.
É na indústria que os casulos produzidos pelo bicho da seda são transformados em fios com a ajuda de máquinas bem modernas. Todo esse trabalho começa mesmo é no campo, em barracões simples no noroeste do Paraná.
Uma vez por mês os produtores recebem as lagartas, ainda bem pequenas. São 40 mil em cada caixa e é só o começo do serviço no sítio de seu Marcos Perin. Serão 24 dias até a entrega dos casulos. “Essa fase é a mais importante para o bicho da seda, você tem que fazer ele se desenvolver bem. É como a fase criança dele, tem que cuidar direitinho e fazer de tudo para que ele se desenvolva bem”, contou o criador.
O segredo para o bom desenvolvimento do bicho da seda está no pé de amora, que é o único alimento da lagarta. Foi através de muitas pesquisas que universidades e também indústrias conseguiram desenvolver variedades, por exemplo, mais resistentes ao calor que faz no noroeste do Paraná. Hoje já é possível ter amoreira quase o ano todo.
Quanto maior a oferta de folhas, melhor e maior será o casulo produzido pela lagarta. Para alimentar os bichos, a família toda ajuda, é serviço que não para nem durante à noite.
Depois de 20 dias as lagartas sobem para as cartelas e numas espécies de quadradinhos, elas vão tecendo o casulo. Trabalho rápido, em apenas 48 horas o casulo está formado e pronto para ser vendido.
“Hoje em média, o preço do casulo gira, depende muito da produção de cada produtor. A média hoje está em torno de R$ 8,50 o quilo, mas temos produtores que pegam acima e produtores que pegam abaixo. A média dá em torno de R$ 8,50 o quilo”, explicou Francisco Pereira Bezerra, supervisor da indústria.
O Paraná produz quatro milhões de casulos por ano, o que representa 89% da safra brasileira.

Globo Rural

Frango à Malásia

Uma missão veterinária da Malásia desembarca no Brasil amanhã (domingo - 30/01) para uma visita de duas semanas a frigoríficos avícolas de vários estados, do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O país asiático é um grande importador que ainda não está entre os compradores da carne de frango brasileira. 
"A visita é uma etapa precedente para um acordo sanitário e o início das exportações de nosso produto para aquele mercado, o que esperamos concretizar ainda este ano", destacou o Presidente Executivo da Ubabef, Francisco Turra.
A Malásia tem 28 milhões de habitantes e, historicamente, é um entreposto comercial devido à sua situação geográfica: trata-se basicamente de uma península ao sul da Tailândia, ligando o Sudeste da Ásia, a China, o Japão e a India, e uma parte da ilha de Bornéo (dividida com a Indonésia), no Mar do Sul da China. 
Na visita os integrantes da missão conhecerão in loco o elevado padrão sanitário da avicultura no Brasil, único grande produtor e exportador que nunca registrou um caso de gripe aviária. Desde ontem, na Ubabef, já estavam ocorrendo reuniões preparatórias para a visita, reunindo representantes da entidade, das empresas associadas e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
"Tenho certeza de que a missão deixará o Brasil convicta da sanidade e sustentabilidade de nossa produção de carne de frango, admirada por mais de 150 mercados compradores", completou Turra.
Em fevereiro, quando a missão malaia estiver concluindo seu roteiro no País, também são esperadas visitas da União Europeia e da Venezuela, que estão entre os grandes compradores da carne de frango brasileira.

Ubabef

RECEITA DA SEMANA

Bem gente... Eu estava pensando... Nós Zootecnistas, trabalhamos basicamente para produzir alimentos de origem animal, como carnes, leite, ovos e mel.

Então que tal umas receitinhas deliciosas e fáceis com esses produtos que produzimos??

Resolvi então fazer a coluna RECEITA DA SEMANA, que será postada aos sábados e trará receitas bem fáceis pra que todos possam fazer.

Para abrir a coluna, vou colocar uma receita de Iogurte Caseiro, que eu adoro fazer. É muito fácil e gostoso.

Espero que gostem!!!


1 litro de leite integral (ou desnatado)
1 pote de iogurte natural integral (Desses copinhos que vendem no mercado)

PREPARO:
Ferva o leite em fogo moderado e coloque em um recipiente para que esfrie, até que chegue a uma temperatura de 40°

Misture o pote de iogurte com um pouco de leite e acrescente vagarosamente ao leite que estava esfriando

Tampe o recipiente com um prato ou tampa e envolva em pano de prato

Deixe por 8 a 10 horas em um lugar seco e fresco e não mexa antes deste tempo para ver se ficou pronto porque não vai estar antes deste tempo

Passado este tempo o iogurte estará pronto, é só colocar para refrigerar e consumir

Guarde um pote deste iogurte para que possa fazer novamente

Dica: 
-Se você for usar o leite longa vida, não precisa ferver. O leite precisa ficar em uma temperatura bem quente, mas que se consiga colocar o dedo, sem queimar, por alguns segundos (uns 40ºc)
-Eu uso um pote de sorvete pra fazer, acho bem prático. E depois embrulho com uma toalha pra conservar o calor mais tempo. Quanto mais tempo durar o calor melhor fica o iogurte.
-Pra quem gosta de iogurte com sabor, eu compro um desses sucos de pozinho. Já fiz com suco sabor morango e ficou bem parecido com esses iogurtes comprados. É só colocar no iogurte quando for coloca-lo pra gelar.
-Você também pode colocar açucar ao seu gosto.
-Antes de colocar o suco e o açucar, separe um copo do iogurte pronto pra você fazer novamente. Assim não precisa comprar outro copinho de iogurte.
-Eu já fiz a receita com leite e iogurte desnatado também e deu certo. Aí fica a seu gosto!!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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Filhotes de Panda-Vermelho

Cães e gatos devem ter autorização para viagens internacionais


Já é cena comum em aeroportos o embarque de cães e gatos para viagens internacionais. Só em Guarulhos, São Paulo, o Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) contabilizou o trânsito de aproximadamente seis mil animais em 2010. A primeira providência que o viajante deve tomar para levar o animal ao Exterior é se informar sobre as exigências sanitárias do país de destino.
O trânsito de animais de companhia é fiscalizado pelo Mapa e depende de um certificado emitido pelo Vigiagro – o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI). O primeiro passo para a obtenção do documento é procurar um veterinário, que fornecerá o atestado de saúde do animal e outros documento eventualmente exigidos pelo país de destino.
Como o atestado de saúde tem validade de três dias, é preciso, dentro desse prazo, dirigir-se à unidade do Vigiagro mais próxima para obter o CZI, que terá validade de 10 dias. Caso a viagem demore mais do que isso (se for realizada de navio, por exemplo), o prazo de validade do CZI pode ser estendido.
– A permanência no destino pode ser de um, dois, ou 90 dias. Independente disso, o dono do animal terá que procurar o serviço veterinário oficial do país em que está para providenciar um novo documento para retornar ao Brasil – explica a fiscal federal do Vigiagro, Mirela Eidt.
A fiscal lembra que as autoridades sanitárias brasileiras só podem emitir o CZI se toda a documentação exigida pelo país de destino estiver providenciada.
– Para solicitar o certificado não é preciso levar o animal, apenas os documentos. O proprietário é responsável pela fidelidade das informações, que serão fiscalizadas no ponto de ingresso – destaca.
O CZI é feito na hora. Excepcionalmente, porém, devido à grande demanda em algumas unidades, a entrega poderá demorar até 48 horas, desde que todos os requisitos tenham sido atendidos.
A exigência brasileira para receber um cão ou um gato vindos do exterior é o CZI, juntamente com comprovante de vacinação contra a raiva, emitido por veterinário e assinado por agente do governo do país de origem. As unidades do Vigiagro funcionam de segunda a sexta-feira em horário comercial (8h às 18h). Todos os aeroportos dispõem do serviço. No Brasil, o certificado é emitido gratuitamente. Mas, para este tipo de transporte, as companhias aéreas cobram taxas baseadas no peso e tamanho do animal, a critério de cada empresa.
Em viagens nacionais, durante o deslocamento, o proprietário deve ter em mãos a carteira de vacinação do animal, atualizada para a vacina contra a raiva. O trânsito de cães e gatos é monitorado pelo Ministério da Agricultura para evitar a proliferação de doenças que podem prejudicar a produção nacional.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

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Gripe aviária espalha-se no Japão

Cerca de 300 aves foram encontradas mortas em uma granja de Toyohashi, Aichi, informou na quarta-feira (26), a imprensa japonesa. As aves podem ter morrido entre segunda-feira (24) e terça-feira (25) contaminadas pela gripe aviária.
Testes em quatro entre cinco aves mortas apresentaram infecção por um tipo de vírus da gripe informou o ministério da Agricultura, Florestas e Pesca.
Toyohashi possui quase 7,5 milhões de frangos e é a terceira criadora nacional de aves e produtora de ovos.
Um raio de 10 quilometros em volta da região pode ser isolado para desinfecção e o transporte de aves e ovos deve ser proibido.
Esta é a terceira província que apresenta contaminação pelo vírus da gripe neste ano. A primeira foi Miyazaki seguida de Kagoshima. A região tem mais de 5 milhões de aves de criação e abate. Em 2009, Aichi enfrentou um surto da gripe em codornas.
Não há nenhuma orientação especial para a população local, a não ser que evitem o contato e o transporte de aves, mesmo domésticas, e permitam que seus veículos sejam desinfectados caso o governo inicie uma operação desse tipo no local.
Existem casos de mortes de pessoas que foram infectadas pela gripe aviária fora do Japão. No país, as autoridades japonesas temem que o vírus sofra mutação ao entrar em contato com o organismo humano.

Uso racional dos antimicrobianos na suinocultura moderna

ebookusoracional
A história do uso de antibióticos na produção animal vem de longa data! Nas décadas de 20 e 30, a descoberta da penicilina e das sulfas revolucionou a forma do homem tratar suas doenças e também de criar os animais.
O uso de antimicrobianos, como aditivos na alimentação animal, proporcionou um aumento no ganho de peso, na diminuição do tempo necessário para que o peso considerado como ideal para o abate seja atingido, na diminuição do consumo de ração, no aumento da eficiência alimentar e, entre tantos outros, na prevenção de patologias infecciosas e parasitárias com diminuição da mortalidade. Efeitos como estes tornaram a produção animal mais eficiente, reduzindo assim seus custos.
No entanto, a utilização indiscriminada e muitas vezes incorreta dos antibióticos favoreceu o aparecimento de cepas resistentes aos microorganismos, tornando mais difícil e oneroso o controle de doenças, além de ser um risco à saúde pública.
E, conforme foi ocorrendo o aumento da resistência aos antimicrobianos, foi necessário adotar medidas ligadas à segurança alimentar, à biossegurança e ao bemestar animal, para aqueles que desejam produzir e/ou exportar produtos agropecuários em um mercado globalizado. Desta forma, os antimicrobianos devem ser utilizados de forma correta, através da escolha do produto, da dosagem, do tempo de tratamento, etc.
A percepção dos consumidores está cada vez maior! E a pressão pelos produtos chamados “naturais”, “orgânicos” e livres de antibióticos ganha força no mundo todo. Sendo assim, este SUINEWS tem o objetivo de informar sobre o que está acontecendo no Brasil, nos dias de hoje, com relação aos procedimentos regulatórios e quais são as alternativas para se adequar às exigências nacionais e internacionais.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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Ocapi (Okapia johnstoni)

O que é, o que é: tem chifres de girafa, pescoço de cavalo, pernas de zebra e uma longa língua laranja?
- É um Ocapi, o único animal conhecido da família da girafa que ainda vive.
Este tímido mamífero leva uma vida solitária na floresta tropical Ituri, na África Central, onde foi criada uma reserva natural para ajudar a salvar esta incrível espécie e proteger o seu precioso habitat natural.

Superficialmente o ocapi lembra um cavalo, que foi classificado como tal, da primeira vez que um naturalista observou um, entre 1887 e 1889, por Henry Stanley. Seu pescoço é longo em comparação aos outros ruminantes e suas orelhas são grandes e flexíveis. O corpo é de cor marrom-chocolate com listras brancas-creme distribuídas pelas pernas. Sua coloração única torna a parte negra do seu corpo invisível dentre a vegetação tropical fechada. Os ocapis machos possuem um par de cornos cobertos por uma fina camada de pelos, com tamanho máximo de 15 cm. Esses chifres estão fundidos com o crânio e ficam sobre a órbita, voltados para trás. As fêmeas possuem uma coloração mais avermelhada, brilhante, e são normalmente cerca de 4,2 cm mais altas que os machos.
Ambos machos e fêmeas possuem glândulas interdigitais nas suas patas dianteiras. O que o distingue como um membro da família das girafas é sua língua comprida, escura e musculosa usada para pegar o alimento e para limpar os olhos. Também o formato do crânio e seu modo de caminhar, que lembra o da girafa: ambos girafas e ocapis mantém as patas na mesma direção do corpo quando correm, movendo-as alternadamente.
A família dos girafídeos diferenciou-se dos outros artiodátilos há apenas 25 milhões de anos atrás. Os seus numerosos representantes povoaram o mundo antigo até o final do Terciário. Há 20 milhões de anos, os gêneros Palaeotragus e Giraffokeryx eram girafídeos típicos, este último com dois pares de cornos. Há 10 milhões de anos, Mioceno Superior, existiram várias subfamílias,entre a elas, a do Sivatherii, que lembrava um boi. Os gêneros atuais,Giraffa e Okapia surgiram mais ou menos na mesma época do sivatério, e são os únicos sobreviventes dessa diversificada família de ruminantes. Uma forma pleistocênica de ocapi foi o ocapi-de-stille (Okapia stillei).
Okapia é uma corrupção do nome nativo dos pigmeus africanos o´api, que refere-se ao ocapi, palavra que representa os ruídos que emite.Johnstoni em homenagem a Sir Harry H. Johnston, explorador e autor, que descobriu o ocapi na Adiminstração Colonial Britânica na África Central. O ocapi era desconhecido fora da África até a virada do século XX, entretanto ele ainda continua sendo um dos animais menos conhecidos pelos zoológicos... Foi graças ao explorador e autor inglês: Sir Harry H. Johnston (1858-1927), e às boas relações que ele mantinha com os pigmeus, que se veio a conhecer o ocapi em 1901. Henry Stanley foi o primeiro a penetrar na densa floresta de Ituri, em 1890, expondo a existência do ocapi em seu livro "In Darkest Africa".
Em seus escritos, ele cita a sua surpresa quando os pigmeus nativos Wambutti relatam que eram parecidos com cavalos, e por causa dos ruídos que produziam, chamam-no de o'api (interpretado por Stanley como atti). Persistentes rumores desse estranho animal parecido com cavalo, levaram Johnston a fazer uma jornada ao Congo, em 1899. O animal era velho conhecido dos pigmeus e outros povos nativos da floresta Ituri que o caçavam por comida.
Depois de ganhar a confiança dos pigmeus, ele aprendeu mais sobre o animal e teve certeza que o o'api era uma espécie de zebra da floresta, aguardando uma descrição científica. Johnston conseguiu mostras de pele desse animal que enviou a Royal Zoological Society de Londres, em 1900. Da análise resultante, foi declarado que o "novo" animal não se tratava de uma zebra, tampouco de uma espécie de cavalo, mas que era muito similar a extinta girafa de pescoço curto, do gênero Helladotherium, a qual viveu a mais de 10 milhões de anos atrás na Europa e na Ásia.


Fora de casa


Um tuiuiú, animal típico do Pantanal, apareceu em Parnamirim, no sertão de Pernambuco. A ave foi encontrada por dois agricultores e chamou a atenção dos moradores da região.
Dezenas de moradores do município de Parnamirim, no sertão de Pernambuco, estavam reunidas em frente à companhia de Polícia Militar. Não se tratava de nenhuma prisão ou algo parecido. O motivo foi a presença de um tuiuiú. Uma ave típica do Pantanal mato-grossense apareceu em plena caatinga.
O tuiuiú foi visto por agricultores na beira de uma estrada da zona rural. “A gente encontrou ele muito cansado. Meu pai disse pra gente pegar e entregar para o Ibama”, contou o agricultor Damião Brito
Após ser informada sobre a existência do tuiuiú, a Polícia Militar recolheu e passou a cuidar do animal. A primeira providencia foi levar para a companhia e informar ao órgão competente, que é o Ibama. “Aí, fomos orientados a alimentá-lo com peixe e molhá-lo por conta do grande calor da região”, explicou o policial militar André Ferreira.
Cerca de três mil quilômetros separam a região pantaneira da caatinga. Por isso, o Ibama praticamente descarta a possibilidade de um tuiuiú ter chegado ao lugar por meios próprios.
“De forma alguma esse animal alcançaria essa região até por conta das dificuldades que ele encontraria, salvo se fosse uma revoada ou animal que tivesse a possibilidade de voo. E esse é um animal praticamente terrestre. Diante do trabalho que a Polícia Militar vem desenvolvendo na nossa região, um transeunte pode ter informações que havia essa barreira e possa ter abandonado esse animal nessa localidade”, esclareceu Ivan Alves, fiscal do Ibama.
A ave foi encaminhada para a unidade do Ibama, em Recife, e depois será devolvida ao Pantanal.

Globo Rural

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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Unidade de resfriamento da Bom Gosto é interditada no Sul

A unidade de resfriamento de leite da Laticínios Bom Gosto localizada em Aratiba, no norte do Rio Grande do Sul, foi interditada pelo Ministério da Agricultura. Exames do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal feitas em dezembro de 2010, apontaram a adição de soro ao leite.
Devido à irregularidade, a empresa entrou em regime especial de fiscalização e só poderá voltar a operar com a unidade de Aratiba quando forem apresentados três exames consecutivos do leite, comprovando que o produto está dentro dos padrões exigidos. As coletas e testes são feitos por um laboratório credenciado pelo ministério. A interdição ocorreu no dia 7 de janeiro. Enquanto a situação não é regularizada, o leite continua sendo recolhido nas propriedades da região e está sendo levado diretamente à sede da empresa em Tapejara.
Conforme a assessoria de imprensa da Bom Gosto, a unidade já apresentou o Plano de Medidas de Controle e Monitoramento da Qualidade e Conformidade, de acordo com o regulamento. A empresa reitera o compromisso com o alto padrão de qualidade dos produtos, assim como o respeito à legislação, seguindo criteriosamente todos os cuidados necessários.

ZERO HORA

Vacinas diluídas na água de beber

A inviabilidade de realizar a vacinação individual deu argumento ao sistema de imunização em massa através da diluição das vacinas secas na água de beber das criações de aves. E é justamente a facilidade de manejo que chama a atenção no trabalho do Tecsa Laboratórios, já que, num âmbito de 50 mil aves, é praticamente impossível vacinar uma a uma. O processo exige é um bom manejo e o uso de água de boa qualidade, que não deve apresentar desinfetantes e nem cloro e deve estar livre da presença de patógenos. Caso contrário, o planejamento do avicultor pode ir por água abaixo.
O médico veterinário Alexandre Lafetá Alvarenga, assessor em avicultura do Tecsa, explica que as substâncias usadas são inativadas ou atenuadas. A técnica é indicada para galpões onde se tenha uma grande concentração de aves e a proporção vacina/água depende das condições climáticas e da idade dos animais. Em dias quentes, os frangos bebem mais líquido naturalmente, o que acarreta na necessidade de maior diluição.
"A vacinação tem que ser feita de uma vez só. É interessante que, na água, antes de colocar a vacina, coloque um pouco de leite em pó para justamente inativar qualquer tipo de desinfetante que ainda esteja presente. Faz-se o dissolvimento do inoculante em pequena quantidade de água, que vão ser misturados numa proporção ainda maior e fornecidos nos bebedouros por, no máximo, duas horas", esclarece Alexandre.
O veterinário comenta que o sistema não garante a uniformidade de distribuição, ao contrário de vacinações individuais, que conseguem dar a cada animal a quantidade correta de imunizadores. Porém, ao lançar mão de algumas práticas, como retirar a água dos animais pelo menos uma hora antes da aplicação durante um dia quente, o produtor garante que todas as aves acessem os bebedouros. Processos de imunização individuais, como os realizados em ovos ou através de colírios, demandam mão de obra e tempo, o que não acontece na massificada.
A técnica via água de beber tem produzido bons resultados e requer pouco equipamento adicional. Alexandre Lafetá ressalta que, o seu uso vem crescendo devido ao aumento de aves alojadas, mas deve-se tomar os cuidados necessários, pois a vacinação pode apresentar baixa eficácia por erros de manejo e falta de treinamento. Como esta prática está sujeita a erros inerentes à preparação e administração, alguns cuidados devem ser observados.
Antes da vacinação, o avicultor deve se planejar e seguir os cronogramas estabelecidos pelo médico veterinário, observando prazo de validade, conservando as vacinas ao abrigo da luz e calor, imunizando somente aves sãs e sem estresse. Quanto à preparação, devem ser preparadas exclusivamente no momento de seu uso, depois de já feita a verificação da disponibilidade de bebedouros em número suficiente para que ao menos 2/3 das aves tenham acesso à vacina ao mesmo tempo.
Encanamentos e os recipientes devem estar limpos, sem quaisquer sujeiras, excrementos e limo. Outro ponto diz respeito ao PH da água, que deve estar entre 5.5 e 7.5, além da necessidade de se ter um baixo conteúdo mineral, já que íons minerais podem neutralizar o vírus da vacina. E, por último, os recursos hídricos já tratados devem ser oferecidos em períodos de temperatura amena, principalmente pela manhã.

Portal Dia de Campo

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cavalos valiosos morrem nas enchentes na Região Serrana do Rio


A forte chuva provocou danos aos animais que estavam nas cidades atingidas. Cavalos importantes para o esporte, agora recebem cuidados médicos.

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Manejo dos dejetos durante a época das chuvas

Quando falamos em manejo de dejetos de animais de produção já sabemos que não podemos generalizá-lo quanto à espécie do animal, característica do material, forma de tratamento e nem mesmo quanto a estação do ano.
O que se sabe é que o primeiro passo a ser dado é o planejamento do manejo dos dejetos, de preferência, durante a implantação do empreendimento. Caso este planejamento não tenha sido considerado naquele momento, cabe ao empreendedor agora uma atenção adequada à questão, o que poderá determinar, uma hora ou outra, a viabilidade da produção animal.
E é nas épocas de chuvas intensas, como neste início de ano, que é necessário uma preocupação redobrada da nossa parte para estas questões. Chuvas fortes e contínuas prejudicam não só o manejo dos dejetos dentro das granjas como o seu tratamento, seja ele qual for.
O manejo de retirada dos dejetos tanto para avicultura de corte quanto de postura será influenciado pelas ocorrências de chuvas e pela umidade do ar. Níveis de umidade do ar acima de 60% já causam transtornos antes mesmo dos dejetos virem a ser tratados. Teores altos podem ocasionar cama/ esterco úmidos e sem capacidade de perda de agua, além da dificuldade de transporte e de manipulação.
Já fortes incidências de chuvas contínuas elevam a percepção dos odores, o aparecimento de poças d'água, de moscas e de outros insetos oportunistas, além da dificuldade do manejo pela consistência do material molhado com alto teor de gorduras.
Outros problemas surgem durante o transporte que geralmente é realizado em carriolas, tratores ou caminhões. Todo o trabalho de transporte fica comprometido, seja molhando o material, prejudicando o bem-estar do trabalhador e dificultando a circulação das máquinas em vias ou em rodovias.
Quando pensamos em tratamento dos dejetos, é quase impossível imaginar o dia-a-dia sob as chuvas que veem ocorrendo no sudeste. Podemos citar inúmeros problemas ocasionados pelas chuvas durante o processo de compostagem, que é o método mais indicado e comum para os dejetos da avicultura. Em princípio, a compostagem não se realiza sob chuva intensa pois a umidade da pilha ou da leira aumenta, a temperatura cai e pontos de anaerobiose aparecem, o que compromete todo o processo aeróbio.
Outra alternativa para os períodos chuvosos é a biodigestão anaeróbia. Nela, os dejetos são introduzidos nas câmaras fechadas da forma com que chegam, seja sólido, pastoso ou líquido. Na maior parte das vezes não há a necessidade de correção da relação C/N com adição de outros materiais, apenas o dejetos e a água. Porém, o planejamento deve ser rigoroso e a operação dos biodigestores deve levar em consideração o período e a frequência do desabastecimento, pois o efluente é líquido e seu destino é a aplicação no solo como fertilizante, o que na época de chuvas se torna inviável.
Outros tratamentos devem ser considerados no momento do planejamento, para serem utilizados durante esta época sob a supervisão de um técnico responsável. Enfim, qualquer tratamento de dejetos ao ar livre estará integralmente comprometido durante o período de chuvas e o planejamento correto além do gerenciamento integral serão determinantes para eliminar as dores de cabeça.

Por Karolina Von Zuben Augusto - doutoranda em Engenharia Agrícola na Unicamp (Feagri Unicamp) e assessora técnica em projetos de tratamento de dejetos e de aves mortas em granjas de frangos de corte e de postura comercial.

Avicultura Industrial

A verdade nua e crua

Pois é... Salvo algumas eventualidades, como a do Timão e Simba na vida real...
Essa aí, minha gente, é a verdade. Pura verdade!

domingo, 23 de janeiro de 2011

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Ovinocultura em destaque

O Brasil concentra um rebanho de 16 milhões de ovinos, segundo o IBGE, quantidade insuficiente para atender o consumo interno. Até pouco tempo, os produtores enfrentavam amarga concorrência externa, principalmente do Uruguai, de onde era importada mais de 80% da carne de cordeiro consumida no Brasil. Depois que conquistou mercados de melhor remuneração, o país vizinho redirecionou grande parte de sua produção, abrindo uma enorme lacuna no mercado brasileiro.
"O reflexo disso pode ser facilmente observado nos preços pagos pela indústria em todo o País. Os produtores estão experimentando preços nunca vistos antes no mercado, o que deve estimular a produção em escala e a organização da cadeia produtiva", afirma Lucas Heymeyer, gerente de vendas da Dorper Campo Verde, de Jarinu (SP).
Para se ter ideia do potencial da ovinocultura, o Brasil precisaria chegar a 100 milhões de cabeças para tentar se aproximar do que é hoje a bovinocultura de corte, produção que sustentaria um consumo de forma regular o ano todo, sem sobressaltos, como informa Paulo Schwab, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO).
Com vistas neste cenário, produtores de todo País estão tentando se estruturar para atender a grande demanda. No Amazonas, por exemplo, projetos como o da Amazônia Ovinos, do criador Demilço Valdemar Vivian, mais conhecido como Alemão, em Manaus (AM), estão investindo na ampliação e na qualidade do rebanho. "Quando o Uruguai dominava a maior parte desse mercado, tínhamos de ser competitivos, algo impraticável pela diferença dos custos de produção entre os dois países. O cenário está se modificando aos poucos, inclusive aqui no Amazonas, devido à grande demanda de consumidores", afirma Renato Rigoni Júnior, médico-veterinário e gerente da propriedade.
Em um primeiro instante, a Amazônia Ovinos pretende abocanhar uma fatia desse mercado com produção in natura, tendo em vista que toda a carne que vem de fora é congelada. "Estamos montando um boa base genética, com foco na fertilidade, habilidade materna e precocidade, para fazer bons produtos de origem amazonense. A carne de cordeiro tem excelente aceitação, principalmente, por causa da migração de muitos nordestinos para o Estado, que tem o habito de consumir cordeiro e seus subprodutos, como a famosa buchada. Temos de oferecer carne resfriada, o mais natural possível, algo impossível dos nossos vizinhos fornecerem", explica.
A propriedade concentra um rebanho de 900 animais das raças Dorper e Santa Inês, projeto que deve se estabilizar com 1.500 matrizes até o final de 2012.
Buscam constantemente por animais melhoradores e investem no manejo sanitário do rebanho para evitar possíveis enfermidades, como a resistência à verminose e a pododermatite, doença infecciosa e contagiosa que afeta os cascos dos animais. Causa estresse e emagrecimento progressivo. "Também fornecemos material genético a pequenos produtores para que consigam produzir com o mesmo padrão de qualidade. Além disso, almejamos o mercado externo, com negociações na Venezuela e Colômbia, pela logística privilegiada, com acesso rodoviário pelo Amazonas e Roraima", explica.
A ovinocultura é uma ótima opção de investimento no Estado, principalmente devido às novas leis ambientais que determinam a preservação de 80% das áreas. As áreas destinadas à atividade são pequenas, onde não há incentivo para a bovinocultura de corte. Em breve a região contará com um frigorífico especializado no abate de ovinos, que espera por aprovação de verbas.
Oportunidade - Em busca de novos investidores para a atividade, a Dorper Campo Verde (Jarinú/SP) e a RHO Agropecuária (Sarapuí/SP) uniram forças para promover uma das maior oferta de reprodutores das raças Dorper e White Dorper, raças em franco crescimento, inclusive na Amazônia. No dia 27 de janeiro, às 21 horas, pelo Canal Terra Viva, o 2° Leilão Virtual de Reprodutores Dorper Campo Verde e RHO colocará à venda 80 reprodutores melhoradores, com produtividade comprovada. "São animais funcionais, de excelente conversão alimentar, rústicos, férteis e que imprimem facilmente precocidade de ganho de peso em qualquer rebanho", explica Rubén Osta, da RHO, um dos promotores do leilão. "Os reprodutores da Dorper Campo Verde possuem Deps (Diferença Esperada na Progênie) e avaliação de carcaça, dados que serão informados ao longo do evento para que o cliente obtenha os animais que melhor atendam as necessidades das propriedades", segundo Carlos Vilhena Vieira, da Dorper Campo Verde.
A Amazônia Ovinos já obteve reprodutores em leilões promovidos pela Dorper Campo Verde, obtendo excelentes resultados à campo.

Fonte: Olhar Direto

Caso raro


Imagine engravidar depois de já estar grávida. O caso aconteceu com uma búfala em Pompéia, no centro-oeste de São Paulo. Uma bezerra nasceu 15 dias depois da irmã. Quem gostou da novidade foi o dono da criação, que viu o rebanho aumentar além do esperado, graças a um caso raro.
A búfala é diferente e tem nome: Borborema. Tranquila, ela alimenta os dois filhotes. A imagem é bonita. Não fosse por uma particularidade, seria comum. Ao olhar com bastante é possível notar que uma bezerra é menor do que a outra. A maior nasceu no dia 23 de dezembro. A pequena nasceu 15 dias depois. As duas são filhas da Borborema.
Esse é um fato raro, conhecido como superfetação. “O animal entrou em cio, foi concebido e entrou em gestação. Após 15 dias, que não seria normal o animal entrar em cio novamente, ela entrou em cio novamente, ovulou e foi coberta novamente e emprenhou. O mais interessante é que cada animal foi gerado em um corno uterino. Geralmente, a gestação de gêmeos é gerada em um corno. Nesse caso, observou-se a gestação nos dois cornos uterinos”, explicou o veterinário Jayme Piza.
O criador Élcio Zaparolli é o dono da búfala. Ele cria esses animais há 16 anos e tem mais de 150 cabeças no pasto. Porém, nem toda essa experiência fez ele desconfiar que havia outra bezerra depois que a primeira nasceu.
“A gente percebeu que ela não estava deleitando normalmente. Estava segurando um pouco o leite. Eu percebi que ela estava bem barriguda e com outros sintomas que indicam prenhes. Mas nunca me passou pela cabeça que ela viesse a parir novamente. Se todas fossem assim, seria bom para ajudar o patrão”, concluiu o criador.
Segundo o consultor do Globo Rural, o veterinário Enrico Ortolani, esse caso é pouco comum. Tanto nas vacas como nas búfalas acontece em cerca de 1% dos nascimentos duplos.

Globo Rural

sábado, 22 de janeiro de 2011

Cavalos Crioulo

História
Em 1493, os cavalos espanhóis pisam pela primeira vez em terra americana, na ilha Hispaniola, e são os antepassados diretos, de todos os cavalos “crioulos” americanos. Uma vez aclimatados ao novo ambiente e incrementada sua criação com as importações realizadas posteriormente, reproduziu-se com rapidez, em poucos anos, estendeu-se para as outras Antilhas e passou ao Continente. Ao que tudo indica, Panamá e Colômbia foram as primeiras regiões em importância na produção de rebanhos. Do Panamá passaram ao Peru, levados por Pizarro, onde começaram a multiplicar-se a partir de 1532. É também ali que chegam, em 1538, cavalos provenientes da criação de Santiago de Uruba (Colômbia). Charcas transforma-se, assim, em um importante centro produtor de eqüinos.
Contemporaneamente, Pedro de Mendoza (1535) e Alvar Núñez Cabeza de Vaca (1541) introduzem cavalos, diretamente da Espanha, no Rio da Prata e no Paraguai. Alonso Luis de Lugo se compromete a levar duzentos cavalos da Espanha para a conquista de Nova Granada e Hernando de Soto sai de San Lúcar de Barrameda (1538) com cem cavalos para sua expedição na Flórida. A partir deste momento, começa um verdadeiro intercâmbio de rebanhos eqüinos entre distintas regiões. Procedem de Charcas as manadas que Valdivia levou ao Chile, em 1541, as que Diego de Rojas levou para Tucumam, em 1548, e as que Luis de Cabrera levou para Córdoba, em 1573, e logo a seguir para Santa Fé. Nesta zona, mais ou menos na mesma época, chegam cavalos paraguaios, trazidos por Garay, descendentes daqueles que, 30 anos antes, Cabeza de Vaca introduziu diretamente da Espanha e dos que, em 1569, Felipe de Cáceres levou do Peru. Do Paraguai, procederam também os rebanhos eqüinos que chegaram à Buenos Aires, em 1580, levados por Juan de Garay e Adelantado Juan Torres de Vera e Aragón para Corrientes, em 1588. Do Chile, chegam à Argentina em 1561, através de Cuyo, rebanhos trazidos por Francisco de Aguirre, Castillo e outros. 
Em 1605, entram no Chile os animais que o governador chileno Garcia Ramos levou do Rio da Prata e, em 1601, os que o Capitão López Vasques Pestaña levou de Tucumam. Verifica-se (Goulart, 1964) que a criação de cavalos se inicia nas reduções do Rio Grande do Sul em 1634, com os animais trazidos pelos padres jesuítas Cristóbal de Mendonza e Pedro Romero, de Corrientes, para onde os cavalos haviam sido levados, a partir de Assunção, por Alonso de Vera e Aragón, em 1588.
Paralelo a este movimento de rebanhos mansos, seja por abandono ou fuga dos domesticados, ou porque, com o correr dos anos, o número destes foi aumentando de tal forma que superou as possibilidades ou as necessidades dos primeiros habitantes de mantê- los sob controle no Norte e no Sul do continente americano, este primitivo rebanho crioulo se dispersou, formando enormes rebanhos selvagens que, no México e Estados Unidos, foram chamados de “mesteños” e “mustangs” e de “cimarrones”, nas ilhas e América Central. No Rio da Prata os designaram como “baguales”, o “kaitá” dos índios pampas que acompanharam o Dr. Zeballos (1834) em sua viagem ao Chile, ou “saguá”, dos índios do Noroeste argentino. Dos dispersados, os “cimarrones”, que habitaram os “lençóis dominicanos” ou “planos da Venezuela”, diz-se que eram caçados no primeiro quarto do século XVIII. Roberto Cunninghame Graham (1946) diz em seu livro que, por esses anos, nos planos da Venezuela, era o único lugar da América onde podiam encontrar-se cavalos “cimarrones”. 
O “mustang” americano ou o “mesteño” mexicano tem origem parecida. Cabrera (1937 e 1945) e Denhardt (1947) explicam que não podiam ser cavalos abandonados ou perdidos pelas expedições de Cabeza de Vaca (1528, 1537), de Soto (1539, 1543) ou pela de Coronado (1540, 1542), porque a primeira não levava cavalos e as duas últimas praticamente perderam todas suas montarias, mortas por fadiga da viagem ou pelos índios. Acredita-se que foi Juan de Oñate, por volta de 1595, quem levou ao Sudoeste dos Estados Unidos os antepassados do “mustang”. 
Parte daqueles cavalos domesticados se dispersaram posteriormente das missões, fazendas ou “ranchos” atacados pelos índios e constituíram o que a literatura americana chamou de “cavalos selvagens”, que eram cavalos mansos que viraram selvagens, “cimarrones” ou “baguales”, segundo as denominações que lhes deram nos “lençóis dominicanos” ou na “pampa sul-americana”. Dos originais “ginetes” andaluzes, possivelmente muitos morreram durante as conquistas, mas outros, sem dúvida, se reproduziram e seus descendentes, aclimatados pelo meio americano durante muitas gerações, forjaram essas populações crioulas, constituídas pelo “pequeno grande cavalo da América”, como acertadamente batizou Guilherme Echenique.
Etinografia
Sem dúvida, o Crioulo é descendente direto do cavalo trazido para a América pelos conquistadores. O mais difícil de demonstrar é a composição étnica da população eqüina da Espanha nessa época, quais eram os tipos de cavalos que predominavam e quais, por razões de distribuição geográfi ca, poderiam ser os que vieram à América e deram origem à nossa raça Crioula. Prado (1941), fez um estudo das “ascendências” etnográficas do cavalo chileno de 1541. Segundo o autor, os tipos primitivos de cavalos que tiveram marcada infl uência na conformação do Crioulo são os cavalos celta e saloutre, cuja combinação originou a antiga “Jaca espanhola” (cavalo de alçada inferior a 1,47 metros - U. Prado, “El Caballo Chileno”, pág. 13), o bérbere ou raça africana, o asiático ou árabe e o germânico ou nórdico. Estes tipos de cavalos podem dar uma idéia aproximada, segundo Prado, do que foi o cavalo espanhol daquela época. O professor Ruy D’Andrade, em seus trabalhos (1935, 1939 e 1941), especialmente nestes três, em que estuda os elementos básicos da população eqüina da Península Ibérica, representa um valioso aporte para o estudo dos antepassados de nossos Crioulos, confi rmando a origem européia dos mesmos, ainda que marcadamente influenciados pelo tipo bérbere ou africano, mas alheios, quase por completo, da influência do asiático ou árabe. Da união desses tipos “garrano” e “líbico” (cavalo andaluz de perfil convexo ou subconvexo), o autor supõe que se deriva o tipo andaluz de perfil reto, e que os primeiros resultam, mais que sufi ciente para justificar no nosso Crioulo, nos tipos de perfil, chamados “asiáticos” e “africanos”, respectivamente, e que o autor chama de “tipo garrano ou celta” e de “tipo andaluz ou líbico”. Admite, igual a Dr. Cabrera, uma infl uência preponderante de bérbere na formação do cavalo espanhol, mas sem atribuirlhe, na realidade, o caráter de verdadeiro cruzamento, já que por uma hipótese, o autor lusitano supõe que “o cavalo andaluz não é nenhum parente próximo do árabe, nem descendente do bérbere, nem germânico, e sim, uma raça natural e local, transformada pela domesticação e por diversos cruzamentos sucessivos, efetuados até os tempos atuais. A estes grupos pertencem os cavalos bérberes e germânicos”. A infusão de sangue bérbere no tipo antigo andaluz viria a ser, assim, só um refresco de sangue e não um cruzamento. Eliminando o árabe como fator importante na formação das raízes da raça, só duas origens étnicas importantes tendem a equilibrar sua ação nela: o “africano”, representado pelo cavalo bérbere primitivo, e o “europeu”, produto da fusão dos tipos celtas, do soloutre e germânicos. Destacam-se, entre as características comuns herdadas de seus antepassados, a alçada mediana, que difi cilmente chega ou supera 1,50 metros, sua cabeça curta, triangular, de perfil reto ou subconvexo, as orelhas curtas bem separadas, amplas em sua base e pouco perfi ladas, o pescoço erguido, a garupa pouco inclinada e o temperamento ativo, herança do bérbere, que se unem à abundância de crinas e cola, ao aspecto “baixo e forte” e ao caráter tranqüilo de seus antepassados europeus.

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Anemia em cavalos



A anemia infecciosa equina preocupa criadores do Ceará. Mais de 30 animais já foram diagnosticados com a doença.
Nas dezenas de centros de manejo de cavalos espalhados pelo município de Brejo Santo, a 510 quilômetros de Fortaleza, tem reprodutor quarto de milha que custa de R$ 30 a R$ 70 mil, mas há uma preocupação dos criadores: um surto de anemia infecciosa, doença considerada sem cura pelos especialistas.
"A anemia infecciosa especificamente no nosso estado está alarmante. Em 76 animais que coletamos amostras de sangue e enviamos para laboratório, 34 reagiram positivamente para a doença”, explicou o veterinário Francisco Basílio.
Os casos de anemia infecciosa passaram a ser diagnosticados em maior quantidade nos últimos 20 anos com o crescimento das vaquejadas no país. Da última década para cá, um cavalo só passa em uma barreira sanitária, ou seja, de uma região para outra, se o criador tiver a GTA, a guia de trânsito animal.
A anemia infecciosa é transmitida aos cavalos por moscas e mosquitos e os principais sintomas são: febre de até 40 graus, respiração rápida, abatimento e cabeça baixa, debilidade nas patas e perda de peso.
Weberson Furtado também já perdeu um cavalo por causa da doença. Agora, de vez em quando, manda checar a saúde dos outros animais da fazenda pelo exame de sangue. “Como a gente já vinha fazendo esse exame rotineiro, a gente continuou e graças a Deus temos conseguido manter a anemia longe do nosso haras”, contou o agropecuarista.
A Agência de Defesa Agropecuária do Ceará reconhece que a situação é endêmica e, em nota, afirmou que os animais infectados só podem ser sacrificados depois do diagnóstico fornecido pelo laboratório da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Agrário.

Globo Rural

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Só mais 5 minutinhos

<a href="http://video.br.msn.com/?mkt=pt-br&amp;vid=c29fec1b-56f9-415a-92e0-ecdd12fd14a7&amp;from=pt-br&amp;fg=dest" target="_new" title="Gato não quer acordar">Vídeo: Gato não quer acordar</a>

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Alternativa para abates

Em reunião realizada no dia 12, com o segmento de produção de ovos do RS, o secretário executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, apresentou projeto de um frigorífico temporariamente desativado, situado na região de Caxias do Sul, que poderá ser colocado à venda para abater aves de descarte no Estado, diminuindo o transito de aves vivas.
O estabelecimento tem capacidade de abate de 35 mil aves por dia e está com sua documentação e licenças em dia, inclusive com SIF e habilitação para exportação na categoria Lista Geral. "Tivemos a oportunidade de apresentar o projeto aos produtores de ovos do Rio Grande do Sul e houve interesse do setor, pois este é um mercado que deverá se restringir ao estado, pois com o rigor da legislação sanitária, este abatedouro viabilizará a continuidade do mercado de abate de aves descarte no estado", comenta Eduardo.
O estabelecimento inclusive despertou interesse de empresários do setor de frango de corte que pretendem ampliar sua participação no mercado externo, por ser um empreendimento que deverá gerar empregos e divisas, contando com apoio do Governo Municipal, Estadual e Federal para funcionamento do abatedouro. Com informações da assessoria de imprensa da Asgav/Sipargs.

Agência Safras

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Hiperprolificidade e leitões de baixa viabilidade

Dentre os fatores que influenciam a eficiência reprodutiva, a taxa de ovulação apresenta um papel de destaque. Assim, ao longo da última década, o melhoramento genético tem se voltado ao desenvolvimento de fêmeas com taxas de ovulação cada vez maiores, originando as chamadas fêmeas hiperprolíficas ou de alta prolificidade. Entretanto, a intensa pressão de seleção para taxa de ovulação tem criado um desequilíbrio entre taxa de ovulação, o número de conceptos que sobrevivem ao período pós-implantação e capacidade uterina (Foxcroft et al., 2009). Na verdade, uma taxa de ovulação maior que o número de fetos que a fêmea suína seja capaz de levar ao término da gestação, aumenta a competição entre os fetos por nutrientes e oxigênio. Este fato acarreta o nascimento de leitões menores, mais leves e, consequentemente, mais fracos, sinais característicos do chamado crescimento intra-uterino retardado (CIUR) (Foxcroft et al., 2006). Estes animais, acometidos por uma deficiência nutricional ainda no útero, se adaptam a esta deficiência por meio de alterações fisiológicas e metabólicas no intuito de aumentar as chances de sobrevivência após o nascimento. No entanto, essas modificações, que ocorrem em nível de genoma, como alterações na metilação do DNA, podem permanecer ao longo da vida do animal, o que é chamado de programação pré-natal (Wu et al., 2004).
Diversos estudos têm mostrado que leitões mais leves ao nascimento apresentam um desenvolvimento pós-natal comprometido, bem como uma carne de pior qualidade (Gondret et al., 2006; Rehdfeldt & Kuhn, 2006). Assim, o peso ao nascimento está diretamente relacionado à qualidade do leitão que, por sua vez, está correlacionado à sua capacidade de sobrevivência e ao seu desempenho pós-natal. Portanto, o peso ao nascer é uma importante característica econômica para a suinocultura, visto que leitões que apresentam um peso baixo possuem menores taxas de sobrevivência, bem como piores taxas de crescimento (Quiniou et al., 2002). O fenótipo de um leitão recém-nascido é resultante de seu desenvolvimento embrionário e fetal. Este, por sua vez, é um processo bastante complexo e altamente integrado, pois depende do suprimento de nutrientes ao embrião/feto e de sua habilidade em utilizar os substratos disponíveis (Rehfeldt & Kuhn, 2006). Evidências sugerem que o crescimento pré-natal nos eutérios (mamíferos placentários) é sensível aos efeitos diretos e indiretos da nutrição materna em todos os estágios desde a maturação do oócito até o nascimento (Rehfeldt et al., 2004; Ferguson, 2005).
A nutrição materna controla o crescimento fetal diretamente por meio do fornecimento de glicose, amino ácidos e elementos essenciais para o concepto (Robinson et al., 1999). Na espécie suína, além da nutrição materna, a competição entre os fetos dentro do útero pelos nutrientes também afetaria o crescimento fetal, visto que já foi demonstrado que o peso ao nascer seria inversamente correlacionado ao tamanho da leitegada (Town et al., 2004). Além disso, a posição do feto dentro do útero poderia determinar diferenças no suprimento de nutrientes, ou seja, em leitegadas muito grandes, os fetos localizados no terço médio dos cornos uterinos teriam as menores placentas, consequentemente uma transferência de nutrientes menos eficiente, sendo, portanto, os menores da leitegada (Dziuk, 1985). Como a nutrição é o principal fator ambiental intra-uterino que altera a expressão do genoma fetal, o presente artigo tem como objetivo abordar alguns aspectos do manejo nutricional da porca durante a gestação no intuito de se obter leitegadas mais uniformes na fêmea suína contemporânea.
CRESCIMENTO INTRA-UTERINO RETARDADO (CIUR) - CIUR pode ser definido como a redução no crescimento e desenvolvimento de embriões e fetos de mamíferos ou de seus órgãos durante a gestação. Os pesos fetal, relativo à idade gestacional, ou ao nascimento podem ser usados como um critério prático para se detectar o CIUR, visto que podem ser facilmente medidos nas granjas. Apesar do crescimento e desenvolvimento fetais serem guiados pelo genoma, a regulação genética do crescimento fetal é influenciada pelo ambiente intra-uterino no qual o feto cresce (Martin-Gronert & Ozanne, 2006). Portanto, qualquer anormalidade no ambiente intra-uterino poderá alterar a expressão do genoma fetal, prejudicando o crescimento do feto, e deixar sequelas irreversíveis no indivíduo. Este fenômeno é denominado programação pré-natal. Fatores múltiplos (e.g. genéticos, epigenéticos e ambientais) regulam o crescimento do concepto e contribuem para o CIUR. Entretanto, capacidade uterina insuficiente e nutrição materna inadequada são os dois principais fatores que impedem o crescimento fetal (Wu et al., 2006). A nutrição materna fornece uma previsão para o feto sobre o ambiente nutricional que irá encontrar após o nascimento (Martin-Gronert & Ozanne, 2006). Caso a matriz não seja adequadamente nutrida durante a gestação, o feto sofrerá adaptações que o permitam sobreviver após o nascimento. Dentre estas, o consumo de substratos para o fornecimento de energia seria a resposta imediata. Se a sub-nutrição for prolongada, haverá mudança na taxa metabólica do feto, com alteração da produção hormonal e da sensibilidade dos tecidos a eles. Haverá também armazenamento de nutrientes em forma de gordura e a redistribuição do fluxo sanguíneo para proteger órgãos-chave, tais como o cérebro. Portanto, um animal acometido por CIUR possui órgãos menores, com exceção do cérebro; isto é conhecido como “brain sparing effect” (“efeito de poupar o cérebro”). Assim, uma boa medida para se determinar a existência do CIUR seria a relação entre o peso do cérebro e o peso do fígado. Em animais normais, esta relação é menor que um (Town et al., 2004). A placenta é o órgão que transporta nutrientes, gases respiratórios e os produtos do metabolismo entre as circulações materna e fetal. O desenvolvimento placentário, incluindo o desenvolvimento vascular, é essencial para o crescimento e desenvolvimento fetais (Reynolds et al., 2005). Na verdade, o fluxo sanguíneo útero-placentário é o principal fator que influencia a disponibilidade de nutrientes para o crescimento fetal. Portanto, placentas pouco desenvolvidas podem estar associadas ao CIUR, visto que peso das placentas e o fluxo sanguíneo placentário estão correlacionados ao peso dos fetos (Town et al., 2004). Fatores que estimulam a angiogênese são essenciais para se manter uma boa eficiência placentária e assim garantir um bom desenvolvimento fetal. Neste sentido, investigações têm se direcionado ao estudo da arginina, um substrato para a síntese de óxido nítrico (ON) e poliaminas. Por sua vez, o ON é um importante fator vaso-relaxante que regula o fluxo sanguíneo materno-fetal e, portanto, a transferência de oxigênio da mãe para o feto (Bird et al., 2003). Recentemente, verificou-se que o fluido alantóide dos suínos seria rico em arginina aos 40 dias de gestação e esta abundância nos fluidos fetais estaria relacionada à elevada síntese de ON e poliaminas pela placenta suína durante a primeira metade da gestação, quando seu crescimento é mais rápido (Wu et al., 2005). Evidências mostram que CIUR, além de comprometer a sobrevida do animal, deixa sequelas permanentes que acometem determinados parâmetros zootécnicos tais como conversão alimentar, composição corporal, qualidade da carne e desempenho reprodutivo. Portanto, possui implicações importantes em qualquer sistema de produção animal.
CRESCIMENTO INTRA-UTERINO RETARDADO E A PRODUÇÃO DE SUÍNOS –Entre os animais domésticos, os suínos representam a espécie em que o CIUR ocorre mais severamente (Wu et al., 2006). Antes do 35° dia de gestação, os embriões suínos estão uniformemente distribuídos dentro de cada corno uterino e seus pesos não se diferem consideravelmente dentro de cada leitegada. No entanto, depois do 35° dia, a capacidade uterina torna-se um fator limitante para o crescimento fetal ainda que os fetos estejam distribuídos de forma relativamente uniforme (Bazer et al., 2009). As taxas de fluxo sanguíneo e, consequentemente, o fornecimento de nutrientes para os conceptos depois do 30° dia de gestação, variam muito ao longo do comprimento do útero da fêmea gestante (Père & Etienne, 2000), devido à diferenças na estrutura e na densidade da sua vascularização (Ford et al., 2002). Adicionalmente, o crescimento reduzido dos fetos suínos é exacerbado pela prática dos programas de restrição alimentar (por exemplo, 2,0 kg de ração/dia) na rotina da produção de suínos durante todo o período de gestação, a fim de evitar o ganho de peso da porca (Kim et al., 2009). Em algumas leitegadas, quase todos ou a maioria dos leitões tem baixo peso ao nascimento (menor que 1,10 kg), particularmente quando parte ou a maioria do período de gestação é submetida ao estresse ambiental (por exemplo, extremos de temperatura ou enfermidades). Notavelmente, os principais órgãos envolvidos na digestão e utilização de nutrientes nos leitões pequenos, tais como intestino delgado e músculo esquelético, sofrem estresse oxidativo e são desproporcionalmente menores e menos eficientes em relação às leitegadas mais pesadas (Wang et al., 2008). A restrição do crescimento fetal tem impactos negativos permanentes sobre a fase neonatal até a vida extra-uterina: sobrevivência pré-desmame, crescimento pós-natal, eficiência de utilização de alimentos, saúde ao longo da vida do animal, composição de tecidos corporais (incluindo a proteína, gordura e sais minerais) e qualidade da carne (Wu et al., 2006). A maioria dos leitões com CIUR morrem antes do desmame e aqueles que sobrevivem sofrem atraso de crescimento permanente. Em um estudo realizado entre 2003 e 2009, Wu et al. (2009) observaram que os leitões com CIUR (peso ao nascer menor que 1,10 kg) representaram 76% das mortes prédesmame em suínos.
NUTRIÇÃO MATERNA X CIUR - Estudos das interações entre a nutrição materna e o peso do leitão ao nascimento vêm sendo realizados há muitos anos. Os resultados nos mostram que a desnutrição materna, seja de energia ou de proteína, prejudica o crescimento embrionário/fetal em suínos. Miller et al. (2000) observaram que o aumento no consumo alimentar da porca no final da gestação (duas vezes a energia de mantença; para porcas, a energia de mantença, segundo NRC (1988) é de 460 kJ de energia digestível por kg de peso corporal; período: 100 dias de gestação até o parto) não influenciou o peso ao nascimento dos leitões, as taxas de crescimento ou mortalidade dos mesmos. Concluíram também que o principal benefício do aumento no consumo de ração da porca no fim da gestação foi reduzir a perda de espessura de toucinho durante o ciclo reprodutivo. Os efeitos de diferentes dietas com quantidades extra de ração para marrãs e porcas gestantes sobre o desempenho reprodutivo materno foram testadas por Heyer et al. (2004). Quatro quantidades de ração da mesma dieta foram testadas do dia 25 ao dia 85 de gestação: (1) controle (2,7 kg/dia), (2) adicional de 35% da ração controle, (3) adicional de 70% da ração controle, (4) adicional de 100% da ração controle. Os tratamentos foram fornecidos para marrãs que continuaram como porcas, com a mesma alimentação nas sucessivas paridades. Estes autores observaram que a alimentação extra não influenciou o peso ao nascimento dos leitões, porém resultou em maior número de leitões desmamados por porca, mas não por marrã.
O número de leitões não aumentou do tratamento 2 para os tratamentos 3 e 4. Independentemente dos tratamentos, a variação entre os pesos ao nascimento dentro da leitegada foi similar. Segundo os autores, este fato pode ser explicado pelo efeito da utilização da alimentação extra sobre o desenvolvimento corporal das porcas de primeira parição ou sobre as leitegadas maiores das porcas de segunda parição, mas não sobre pesos mais altos ao nascimento. A carcaça e a qualidade de carne das progênies não foram afetadas pela alimentação materna extra. A redução do consumo de ração em 50% em marrãs por dois ciclos estrais antes da cobertura acarretou na diminuição no peso dos embriões aos 30 dias de gestação (Ashworth, 1991). De maneira semelhante em porcas primíparas, a restrição no consumo de ração em 50%, entre os dias 14 e 21 da lactação imediatamente anterior à cobertura, reduziu o peso dos embriões do sexo masculino e feminino, bem como a sobrevivência dos embriões do sexo feminino aos 30 dias de gestação (Vinsky et al., 2006).
Ainda em marrãs, o peso ao nascimento da leitegada, bem como os pesos do cérebro e do fígado, foi menor quando as marrãs foram alimentadas com uma ração deficiente em proteínas durante a gestação (Pond et al., 1969; Atinmo et al., 1974). Portanto, estes dados sugerem que o crescimento fetal em suínos pode ser severamente influenciado por um desequilíbrio entre os níveis de proteína e energia durante a gestação. Investigações sobre a etiologia daquelas alterações mostraram que em porcas gestantes desnutridas a síntese de ON e poliaminas estaria prejudicada e que uma deficiência protéica na dieta reduziria a disponibilidade de arginina e ornitina no plasma materno e fetal, nos fluidos amniótico e alantóico (Wu et al., 2004; Wu et al., 1998). Portanto, essa redução na síntese de ON e poliaminas poderia explicar a ocorrência de IUGR em resposta a uma desnutrição materna durante a gestação. Conforme mencionado anteriormente, a competição entre os fetos dentro do útero pelos nutrientes na espécie suína também afetaria o crescimento fetal. Estudos recentes em nosso laboratório comprovaram que leitões com peso ao nascimento variando entre 0,8 a 1,2 kg e oriundos de leitegadas formadas por 10 a 15 indivíduos, apresentaram evidências de CIUR. Estas evidências foram comprovadas pelo maior valor das relações entre peso do cérebro e peso dos demais órgãos naqueles animais quando comparados a animais oriundos de leitegadas de tamanhos semelhantes, porém com peso ao nascer de 1,8 a 2,2 kg (Almeida et al., 2009). Vale ressaltar que a nutrição pré-natal e o peso ao nascimento podem ser determinantes para o crescimento do tecido muscular esquelético e, consequentemente, afetar o desempenho pós-natal e as características de carcaça (Bee, 2004; Gondret et al., 2006). Neste sentido, o trabalho de Cerisuelo et al. (2009) relatou que o arraçoamento de porcas gestantes acima das exigências durante o período de formação das fibras musculares secundárias (dias 50 a 90 de gestação) afetou características da fibra muscular (número, tamanho e proporção dos tipos de fibra).
Isto comprova a teoria da “programação fetal do desempenho pós-natal”, relatado por Wu et al. (2004 e Foxcroft et al. (2006) e outros, pelo menos em termos do desenvolvimento do tecido muscular. No entanto, os resultados dos primeiros autores não foram consistentes com a hipótese testada. Morfologicamente, a suplementação extra de ração no terço médio da gestação originou um número menor de fibras musculares, que foram maiores em área. Estas alterações não acarretaram um melhor desempenho pós-natal da progênie, mas afetaram alguns parâmetros relativos à qualidade de carne. Os mecanismos envolvidos neste efeito, e se este é consistente entre outros animais de baixo peso ao nascimento, ainda merecem mais investigações.
CONCLUSÕES - Diante do exposto, podemos concluir que o número alto de nascidos pode originar leitegadas desuniformes. Além disso, a nutrição da matriz nos períodos pré-gestacional e gestacional afeta o desenvolvimento embrionário e fetal, sendo extremamente importante para o nascimento de leitegadas saudáveis, uniformes, que terão um bom desempenho pós-natal e que apresentarão carne de boa qualidade. Portanto, é preciso atentar para a alimentação da matriz, principalmente na primeira metade da gestação, onde o desenvolvimento placentário é mais rápido. Por outro lado, as fêmeas de alta prolificidade merecem atenção quanto à nutrição, visto que um número de fetos maior que a fêmea seja capaz de manter vivos até o parto poderá aumentar a competição entre os fetos por nutrientes, resultando em leitões mais leves ao parto. Estas fêmeas deverão ser alimentadas segundo as exigências nutricionais para a linhagem e, se possível, procurar fracionar a quantidade total oferecida em pelo menos duas vezes. Esta prática poderá ser de grande valia para se evitar que a fêmea entre em estado de catabolismo e utilize suas reservas corporais, fazendo com que a transferência de nutrientes aos fetos seja prejudicada.

Por Fernanda Radicchi Campos L. de Almeida (Professora - Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG)

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Brasil discute segurança alimentar durante a Semana Verde, em Berlim

Secretários do Ministério da Agricultura debatem a volatilidade dos preços dos alimentos com representantes de 47 países e União Europeia

Os secretários de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, e de Relações Internacionais, Célio Porto, ficam até o fim desta semana em Berlim (Alemanha). Os técnicos representam o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, em reuniões durante a Feira Internacional Anual para Agricultura - Semana Verde 2011. Na agenda, reuniões com o governo russo e debates sobre comércio global e segurança alimentar.
Nesta quarta, dia 19 de janeiro, Jardim encontra-se com o chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Serguei Dankvert. Serão discutidos temas de interesse bilateral e uma agenda técnica entre os serviços veterinários dos dois países. O objetivo é concluir as negociações de certificados sanitários de setores como carnes, material genético, bovinos vivos e lácteos.
– Trata-se de ajustes necessários para garantir a continuidade do comércio entre Rússia e Brasil – explica o secretário de Defesa Agropecuária.
Desde julho do ano passado, o país passou a integrar uma União Aduaneira composta por Bielorrússia, Cazaquistão e Rússia. O novo bloco econômico requisitou algumas adequações no certificado sanitário internacional, obrigatório para efetivar os embarques de produtos brasileiros.
À tarde, Francisco Jardim participa de reunião organizada pelo Serviço Veterinário russo. Estarão presentes representantes de associações estrangeiras e brasileiras fornecedoras de produtos de origem animal para a Federação Russa. Entre os assuntos abordados, estão os resultados das inspeções realizadas pelos russos, em 2010, nos estabelecimentos fabricantes de produtos de origem animal.

Cúpula de ministros
O secretário Célio Porto representará Rossi na Cúpula de Ministros de Agricultura, evento paralelo à Semana Verde, entre quinta, 20, e sábado, 22. Ele participará de debates sobre comércio global e segurança alimentar juntamente com titulares e representantes de 47 países e da União Europeia.
– O fórum será uma oportunidade de entender melhor as preocupações mundiais em relação à volatilidade dos preços agrícolas e seu impacto na segurança alimentar dos países mais necessitados – explica.
Porto aproveitará a oportunidade para fortalecer a campanha do Brasil à Direção Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O candidato brasileiro é José Graziano da Silva, atual representante da entidade na América Latina e Caribe.

Exportações
A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carnes e açúcar. O total das vendas de produtos agrícolas para aquele mercado em 2010 foi de US$ 4,06 bilhões e o de 2009, de US$ 2,78 bilhões. O resultado representa crescimento de 45,9%.
O governo russo anunciou, no mês passado, os volumes de carnes a serem importados ao longo de 2011. A principal alteração foi a eliminação da cota de frango, com base na distribuição geográfica. Em 2010, das 780 mil toneladas disponíveis para importação, o Brasil teve acesso a apenas 35,7 mil toneladas dentro da categoria “outros países”, enquanto o restante foi direcionado à União Europeia e aos Estados Unidos. Neste ano, o Brasil terá maior possibilidade de acesso a esse mercado, com 350 mil toneladas disponíveis a todos os exportadores do produto.
A distribuição geográfica para a quantidade máxima a ser importada de carnes bovina e suína permanece. Para a bovina congelada, das 530 mil toneladas anunciadas, 60 mil são para os europeus e 41,7 mil toneladas para os norte-americanos. Na categoria “outros”, o Brasil poderá ter acesso a 428,3 mil toneladas. No caso da carne suína (fresca, congelada ou refrigerada), o produto nacional compete com outras nações por 189,6 mil toneladas, enquanto que a UE tem garantidas 225 mil toneladas e os EUA, 57,5 mil.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cavalos crioulos abrem agenda de leilões do Canal Rural

Como já é tradição, a raça crioula foi responsável por dar o pontapé inicial na agenda anual de leilões do Canal Rural. Os negócios em 2011 começaram mais cedo: uma semana antes do que em anos anteriores, com uma oferta farta de animais da raça crioula que deve somar 280 exemplares, em cinco remates, até a próxima quarta, dia 26.
A rodada abriu na noite desta segunda, dia 17, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). A Estância Carapuça, de Rubens Elias Zogbi, disponibilizou ao mercado 51 potros – somente machos entre dois e três anos.
O lote de maior cotação foi o colorado RZ Veguero da Carapuça, um filho de BT Lamborguine em mãe Tormento, arrematado por R$ 7,5 mil pelo criador Dilson Facioli, de Antônio Prado (RS).
A cargo da Crioulo Remates, o leilão conduzido por Fábio Crespo faturou R$ 161 mil, e obteve média geral de R$ 3,1 mil. A jornada segue nesta terça, dia 18, a partir das 21h, com o Leilão Raízes do Sul. Mais 50 animais estarão em oferta, entre fêmeas e machos da raça crioula.

CANAL RURAL

FOTO DO DIA

Lince Ibérico (Lynx pardinus)

O Lince Ibérico é encontrado apenas na Espanha e em Portugal. Existem menos de 300 Linces selvagens atualmente, o que faz deste animal uma das espécies felinas mais raras e o carnívoro em mais alto risco de extinção na Europa.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FOTO DO DIA

AveSui, o evento certo pra sua empresa

Atenta a oferecer um salto qualitativo para sua empresa, a AveSui é hoje a principal vitrine da agroindústria na América Latina. Plataforma ideal para a realização de negócios, a décima edição da AveSui será realizada entre os dias 17 e 19 de maio de 2011 em Florianópolis (SC). Mais uma vez na capital catarinense, a AveSui 2011 coloca empresas, produtos e serviços das cadeias produtivas de aves, ovos e suínos em contato direto com um público qualificado de várias localidades, nacionais e internacionais. 
Evento certo- A participação em feiras e congressos faz parte da ampla política de marketing e comunicação das empresas modernas. Existem vários aspectos que devem ser levados em consideração na escolha do evento correto. Segundo Barry Siskind, autor do Livro "O Poder do Marketing das Exposições", tudo começa da seguinte maneira: entenda seus objetivos e defina seu público alvo. Quem você quer atrair para seu hall de contato? Na escolha da exposição certa, sua estratégia de marketing mais eficaz é direcionar mensagens relevantes às pessoas mais receptivas aquilo que você quer demonstrar. É preciso que haja um perfil certo de afinidades pré-estabelecidas e que seus futuros clientes também possam interagir com os seus clientes antigos. Eles serão a referência, o primeiro passo para entender por que se compra seus produtos ou serviços. 
O evento correto, diz Siskind, é aquele onde você pode falar a língua do seu público alvo e mostrar a ele os benefícios que existem em seus diferenciais de venda. É preciso estar em um lugar onde você seja entendido. Como diz o velho ditado - As pessoas não compram só produtos, compram soluções - e certamente, fazendo a escolha certa, expondo e tendo o contato direto com o público desejado, você poderá dar muito mais que informações sobre sua empresa. Você ajudará este público a fazer melhor suas escolhas. Antes de escolher seu evento, pergunte-se que grupo-alvo lhe proporcionará melhor retorno. Uma boa escolha será a base sólida sobre a qual o restante de suas ações de vendas será construída e que o levará mais próximo do torno de seu investimento. Em resumo, encontrar o evento certo não é tarefa fácil, portanto não se atire a primeira oportunidade que bater a sua porta. "Como você terá muitas escolhas, o evento certo é aquele que soma público qualificado, melhor custo benefício e uma logística favorável, levando sua empresa onde o comprador está", acredita o autor. 
Reconhecida internacionalmente, a AveSui 2011 é ancorada na experiência de mais de 20 anos da Gessulli Agribusiness na organização e promoção de eventos e feiras de negócios. Em 2011, são esperados mais de 20 mil visitantes durante os três dias de feira - entre eles proprietários, gerentes e tomadores de decisão e profissionais com autonomia para compras - que agregam mais oportunidades para as empresas ligadas à produção de aves, ovos e suínos por estarem diretamente em contato com seu público-alvo. Em uma pesquisa de satisfação realizada pela Esag Júnior - Consultoria em Administração durante a AveSui, foi constatado que 72,9% dos visitantes escolhem acompanhar a feira para conhecer as opções disponíveis para decidir melhor suas compras. 19,2% escolhem a AveSui para participar dos seminários técnicos e 7,9% dos visitantes querem ampliar sua rede de relacionamento durante o evento. "A AveSui possibilita o acesso às principais discussões e tendências do mercado de aves e suínos, além de disponibilizar o acesso às principais tecnologias disponíveis atualmente que envolvem estas cadeias", afirma a diretora da feira, Andrea Gessulli. "Trata-se do espaço ideal para se conhecer os lançamentos que chegarão ao Brasil e os rumos de mercado para os próximos anos". 
Com todo este respaldo, a AveSui reúne características únicas, destacadas por Siskind, que garantem a satisfação de todos os participantes do evento.

Porque expor na AveSui 2011? 
- Oportunidades em dobro. Duas cadeias de produção intensiva de proteína animal - aves e suínos - reunidas no mesmo lugar para incrementar seus negócios.
- Informação e atualizações técnicas para profissionais do setor no seminário internacional de aves e suínos;
- Ponto de Partida para decisão de investimentos em novos negócios;
- Plataforma para lançamentos de produtos e solidificação de marcas;
- Seminários Conjunturais com discussões que antecipam as tendências mundiais, com liberdade de escolha de temas técnicos.

Serviço 

AveSui 2011
Data: 17,18 e 19 de maio de 2011
Local: CentroSul - Centro de Convenções de Florianópolis
Av. Gustavo Richard, s/n - Baía Sul - Centro
Florianópolis - Santa Catarina - Brasil
E-mail: avesui@gessulli.com.br
Site: www.avesui.com

Organização

Gessulli Agribusiness
Av. Antonio Gazzola, 1001 8o. Andar
Cep: 13301-916 - Itu - SP
Telefone.: +55 11 2118-3133

Assessoria de Imprensa AveSui

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CASA NOVA TEM O MAIOR REBANHO DE CAPRINOS DO BRASIL

O município de Casa Nova, situado no sertão da Bahia, tem o maior rebanho de caprinos do país (270 mil cabeças), de acordo com levantamento realizado pela Pesquisa Pecuária da Bahia (PPM) 2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo aponta também que Casa Nova é a terceira cidade do país com maior rebanho de ovinos (225 mil cabeças), perdendo apenas para as cidades gaúchas de Santana do Livramento (401 mil) e Alegrete (239).
O Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Carlos Castro comemora os números e diz que está desenvolvendo projetos para aperfeiçoar a qualidade genética dos rebanhos de caprinos e ovinos da região. “Pretendemos intensificar os trabalhos de fomento, através da melhoria do padrão reprodutivo desses animais”, explica o secretário, afirmando que para alcançar o objetivo desse segmento realizará capacitação e profissionalização dos técnicos e produtores rurais, através de cursos e outros métodos participativos, direcionados à melhoria genética do rebanho.

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domingo, 16 de janeiro de 2011

O cavalo Pantaneiro

Rústicos, o cavalo Pantaneiro se originou dos cavalos trazidos pelos colonizadores espanhóis e se adaptou ao ambiente alagado.

Céltico, Barbo , Andaluz, Árabe e Crioulo Argentino provavelmente contribuíram na formação do animal mais a pressão da seleção natural.
O cavalo Pantaneiro têm cascos adaptados ao solo úmido e não apodrece, como nos cavalos comuns. Acostumado com as enchentes, pasta com o nariz debaixo da água naturalmente.
É um excelente exemplo de como uma espécie exótica consegue se adaptar a uma região diferente de sua origem, para poder sobreviver.

'A primeira fase da formação histórica do Cavalo Pantaneiro está ligada à fundação de Buenos Aires, na Argentina, em 1.541. Pedro Mendoza trouxe cavalos e éguas, que foram abandonados após o incêndio da vila e seu despovoamento. Reaprendendo a viver nas planícies, o rebanho se reproduziu tanto que em 1580, quando da segunda fundação de Buenos Aires, já havia registro de manadas selvagens nas planícies da Argentina. Eram chamados "chimarrões".

Um século depois essas manadas eram calculadas em milhares. Já tinham chegado ao Paraguai e daí passaram ao Brasil, trazidas pela mão dos índios cavaleiros (GUAICURUS, dos quais os KADIWÉU eram os predominantes) e pelos Padres jesuítas, quando vieram fundar as reduções guaraníticas (Sete povos das Missões, Brasil e Salto del Guairá, Paraguai). Essas manadas se expandiram tanto que alguns animais chegaram ao Paraguai e, daí, pelo Chaco, passaram ao Pantanal do Mato Grosso.
A segunda fase da formação do Cavalo Pantaneiro começa exatamente no ponto onde os Bandeirantes desbravadores deixaram os cavalos soltos por toda a região pantaneira. Estes animais foram-se espalhando pelas imensas planícies Mato-grossenses, inundadas quase que em tempo permanente pelo rio Paraguai. Em conseqüência das distâncias e dificuldades de comunicação entre esta extrema zona e o litoral, o Cavalo Pantaneiro ficou totalmente isolado de outra espécies eqüinas, cruzando-se livremente entre si, sem qualquer influência e infusão de outros sangues.
Tornou-se um ANIMAL DE MUITA CORAGEM.
Criadores tradicionais preferem mantê-los semi-selvagens para que não percam a rusticidade.
Segundo o historiador cuiabano Cavalcante Proença, os primeiros cavalos vieram em 1.580, com Dom Alvar Nunes Cabeza de Vaca, um misto de conquistador e missionário, nomeado governador do Rio da Prata pelo Reino Espanhol, com a missão de salvar Buenos Aires e desenvolver Assunção, no Paraguai.
Cabeza de Vaca veio de navio até Santa Catarina, com quatrocentas pessoas e 26 cavalos. Daí seguiu por terra para Assunção, num percurso que o fez atravessar o Pantanal, até a altura do encontro do rio Cuiabá com o Paraguai. Nesse trajeto perdeu alguns cavalos, que se tornaram "baguá" (cavalo selvagem).
Nesses tempos o cavalo valia uma fortuna. Há uma escritura pública de 1551, em Assunção, da compra de um cavalo por quatro mil pesos de ouro. Pouco mais de cem anos depois, na mesma Assunção, seu valor não passava de quatro pesos. O que fez tamanha diferença foi que o cavalo se aclimatou facilmente nessa parte da América e se multiplicou depressa, principalmente como cavalo baguá, criado em liberdade.
O cavalo, vindo da Europa, assombrou os nosso índios. A maioria das tribos o tinha como fera (e o evitava) ou o via como caça (e o comia). Apenas uma nação, a dos mbaiás-guaicurus, entendeu direito o cavalo e o viu co­mo transporte e como arma. E esses índios, que já eram senhoriais e conquistadores, usaram o cavalo para aumentar infinitamente sua capacidade de luta e seu raio de ação. Tornaram-se, a partir de então, os “índios cavaleiros”.
Com suas diversas ramificações — entre as quais as dos Kadiwéu, existentes até hoje na região da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, os índios cavaleiros ocupavam um território que ia de Cuiabá a Assunção. Combatiam tanto as outras tribos quanto o branco — espanhol, português - que vinham em busca de domínio e de escravos. Se eram quase imbatíveis lutando a pé, montados se tornaram o cão.
Félix de Azara, comandante das Fronteiras Espanholas do Paraguai de 1781 a 1801, escreveu que a salvação era que os guaicurus se contentavam com uma só presa em cada ataque, “ do contrário não restaria um só português em Cuiabá”.
Em 1795, o rebanho dos índios cavaleiros já era calculado em 8.000 animais pelo coronel Rodrigues do Prado, comandante do For­te de Coimbra, na divisa com a Bolívia. Quase todos mansos e adestrados na arte da guerra, da cavalaria e do esporte.
Na Guerra do Paraguai, em 1864, os índios cavaleiros, já então brasileiros por um tratado de paz assinado com a Co­roa em 1791, lutaram ao nosso lado, num Regimento Pantaneiro formado com cavalos de sua própria criação. E se tornaram importante fator militar na defesa de Mato Grosso.
A pureza da raça, em parte, só foi possível graças aos índios guaicurus.

Muitas das práticas de manejo, ainda hoje vistas no Pantanal, vêm dos guaicurus, os índios cavaleiros, que chegaram a entender mais de doença de cavalos do que dos incômodos deles próprios — no dizer do jesuíta espanhol Sánchez Labrador .
Os índios cavaleiros deram-se tão bem com o cavalo que criaram um modo próprio de montar, tanto no esporte como na guerra.
Isso acabou imortalizado pelo pintor Jean Baptista Debret no quadro Ataque da cavalaria guaicuru, hoje um clássico de nossa iconografia histórica, Ele imortalizou a imagem do guaicuru, galopando sobre o costado do Cavalo Pantaneiro, para fugir do alcance da mira inimiga. Diga-se de passagem, esses índios guerreiros foram considerados, à sua época, a mais ágil cavalaria do mundo.
O cavalo Pantaneiro é um animal ágil, resistente, inteligente, persistente, capaz de suportar longas caminhadas e possui um bom temperamento. Ele se multiplicou, formando um tipo adaptado às condições bioclimáticas, fruto da seleção natural por mais de quatro séculos, com pouca ou nenhuma interferência do homem.
O Cavalo Pantaneiro constituiu-se num fator de importância econômica e social, tornando-se imprescindível em trabalhos de gado e no transporte das boiadas, tanto no Pantanal como na região serrana.
Atualmente está sendo muito usado nos Clubes de Laço, em provas de laço comprido, de apartação, de team penning, em soltas, em provas de rédeas, nas cavalgadas, em enduros, e tem-se mantido à altura de outras raças, em todas as competições.
Os principais tipos de pelagem dos Pantaneiros são: tordilho (a maioria), baio , castanho, alazão, rosilho e lobuno. Todos os pelos são aceitos, menos o albino (melado).
No final do século XIX, a raça entrou em declínio principalmente devido a doenças, como a "peste das cadeiras " e a anemia infecciosa eqüina.
Por isso foi fundada em 1972 a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Pantaneiro (ABCCP), cuja sede é em Poconé, MT., tendo por finalidade congregar os criadores, organizar e manter o Registro Genealógico da raça, fomentar a criação e estudar todos os assuntos referentes ao Cavalo Pantaneiro. Em 1988 a EMBRAPA/CPAP implantou um núcleo de criação na Nhecolândia, Corumbá MS., na Fazenda Nhu Mirim. Em 1.989 foi fundada a Associação dos Criadores do Cavalo Pantaneiro do Mato Grosso do Sul (ACCP/MS), que teve um período de grande movimentação, mas que, infelizmente tinha paralisado suas atividades. Em 2.003 foi reconstituída sua documentação e voltou a ter importante papel na criação e seleção do Cavalo Pantaneiro, participando inclusive da Expo-Grande, MS. A Universidade Federal do ato Grosso do Sul (UFMS) também mantém um criatório, na Fazenda Escola, em Terenos, MS. e, tem sido de relevante ajuda na seleção do Pantaneiro. O MS. hoje, tem um rebanho tão bom quanto o do MT., berço da raça deste "pequeno grande cavalo".
O Cavalo Pantaneiro tinha mesmo que ser um bicho muito especial. As condições de sobrevivência e de serviço nas fazendas pantaneiras exigem um animal de resistência, de estamina e inteligência que a conjuntura histórica desenhou quase milagrosamente para essa região.
Não é brincadeira passar ás vezes mais de seis meses dia e noite com a perna dentro d'água. Para a maioria dos outros cavalos isso é suficiente para apodrecer o casco e dar febre, fazendo uma geléia branca e disforme. Não é fácil sobreviver quase meio ano com o capim embaixo d’água, precisando bancar o anfíbio para não morrer de fome. O cavalo "enterra" a cabeça na água e, pasta. Não é pouco trabalhar o dia inteiro no brejão, com as quatro patas enfiadas no barro e na lama. Para um cavalo com casco aberto e impulsão traseira, isso seria a rendição e o afrouxamento.
Como diz um especialista em cavalos, Dr. Pedro Gouveia, há mais de meio século formando e julgando vários dos mais caros craques nacionais: "o que em outros cavalos seria defeito — o casco fechado e o corpo de atleta nada­dor, com o peito amplo e a garupa pequena e inclinada —, no Pantaneiro se transforma em virtudes insuperáveis. Esse cavalo miúdo, frugal e resistente ainda vai acabar reconhecido como o animal de serviço ideal para o Brasil."
Uma corrente da formação do Cavalo Pantaneiro diz que por volta de 1.736, o então Governador do Paraguai, mandou emissários comprar uma manada de vacas em São Vicente, SP., donde vieram as célebres "vacas de Gaete". Na travessia dos campos da Vacaria (Rio Brilhante, MS.), de Maracajú, MS., indo pelo Pantanal, alguns cavalos foram extraviados, outros foram roubados pelos índios guaicurus e, posteriormente, disseminaram-se pelos pantanais do Mato Grosso.
Outra corrente diz que o Pantaneiro descende dos cavalos da Fazenda do Curral, no Estado de Goiás e, que era do Imperador D. Pedro II, o qual presenteou o Governador do Mato Grosso (Don Luis Melo Albuquerque Pereira e Cáceres), com um lote de éguas e um garanhão. Este, além de servir às éguas da Cavalaria Real, passou a ser usado pelos fazendeiros da região pantaneira de Vila Bela da Santíssima Trindade, na época Capital do Estado do Mato Grosso. Por terem indo da Fazenda do Curral, por muitos anos, foram chamados de "CURRALEIROS" . Com a fundação da ABCCP., veio o REGISTRO no Ministério da Agricultura, com o nome de CAVALO PANTANEIRO.
O que ninguém discute mais é se o Pantaneiro é uma raça ou não. É uma raça perfeitamente fixada há mais de trezentos anos — atesta em documento oficial a Comissão Coordenadora do Cavalo Nacional, do Ministério da Agricultura."

Para conhecer mais do pantaneiro, acesse: http://www.meucavaloepantaneiro.com.br
E o site oficial da raça: http://www.abccp.com.br/