terça-feira, 22 de abril de 2014

Uso de cruzamentos na produção de carne caprina

Sempre recebo por e-mail dicas muito legais da Ruralban e adoro compartilhar aqui com vocês. Acho os textos deles muito úteis e fáceis de entender... 
Essa semana recebi esse sobre cruzamento de caprinos para produção de carne. 


"Segundo dados do Anualpec (2008), o efetivo de caprinos foi estimado em mais de 7 milhões de cabeças, das quais 90% encontravam-se na região Nordeste. A produção de caprinos também tem despertado interesse em outras regiões do país, notadamente nas regiões Sul e Sudeste, voltadas, principalmente, para o mercado de leite e seus derivados e, mais recentemente, para o mercado de carne.

Com a adoção de cruzamentos é possível utilizar a contribuição da heterose para características de importância econômica, visando atingir níveis ótimos de desempenho, compatíveis com os sistemas avançados de produção, logo na primeira geração. 

O cruzamento consiste no acasalamento de indivíduos de raças ou grupamentos genéticos distintos e os produtos são conhecidos como mestiços. Os cruzamentos têm sido amplamente aceitos em rebanhos comerciais de várias espécies como um método para explorar a heterose, utilizar a complementaridade, utilizar os efeitos da diversidade genética entre raças e proporcionar flexibilidade aos sistemas de produção.

Não existe um tipo de cruzamento absolutamente mais indicado, isto dependerá das condições ambientais a serem oferecidas aos indivíduos e do objetivo que se deseja atingir. 

No cruzamento para produção de carne, as raças paternas devem apresentar boas características de crescimento e de carcaça e as raças maternas devem ter bom comportamento reprodutivo, boa habilidade materna e ser de tamanho pequeno ou intermediário. Os resultados conhecidos são: crias mais vigorosas e com menor mortalidade, maior velocidade de crescimento e melhor índice de transformação; a carcaça aumenta em rendimento e qualidade devido ao maior peso com menor depósito de gordura, melhorando a proporção carne/osso e as partes nobres na desossa.

O cruzamento industrial está se tornando uma prática constante nos sistemas de produção de caprinos de corte, haja vista o elevado preço de animais puros, fato este que impede a entrada de produtores menos capitalizados na atividade. Segundo Cunha et al. (2004), o cruzamento industrial oferece uma alternativa para o aumento da produção de carne caprina de boa qualidade, devido à heterose e por permitir a introdução ou aumento rápido na freqüência de genes favoráveis para ganho de peso e qualidade da carcaça. 

O aumento da demanda e a carência de carne de boa qualidade disponível no mercado têm elevado o preço do produto e despertado o interesse dos produtores da região Sudeste, forçando o sistema produtivo a melhorar a eficiência e a qualidade da carne ofertada. Dessa forma, os produtores da região Sudeste, tradicionais produtores de leite, têm destinado parte de suas matrizes leiteiras (aproximadamente 60-80%) para serem acasaladas com bodes de raças especializadas na produção de carne, visando à produção de cabritos com melhores características de carcaça e carne para atender o mercado consumidor. O restante do rebanho leiteiro (40-20 %) tem sido acasalado com reprodutores da mesma raça, visando à reposição das fêmeas do rebanho.

Uma das alternativas para melhorar a produção caprina no Nordeste é o cruzamento das cabras nativas da região com reprodutores de raças exóticas especializadas para a produção de carne, com o fim de produzir mestiços mais produtivos do que os nativos, proporcionando incremento do negócio da caprinocultura de corte. 

O cruzamento de caprinos da região com as raças exóticas deve ser feito levando em consideração a produção de um rebanho mestiço - constituído de caprinos sem padrão racial definido (SRD) - que reflete os diferentes graus de mestiçagem entre caprinos nativos com as raças introduzidas. A população nativa SRD é altamente representativa (± 60% do rebanho) e constitui-se em fonte considerável de carne e pele.

Os criadores têm utilizado suas matrizes para cruzamento com a raça Boer, por ser esta caracterizada pela produção de carcaças com altos rendimentos e compactas. A boa qualidade das características dos caprinos Boer, como um animal com aptidão especializada para produção de carne faz desta raça a primeira escolha quando se deseja selecionar para rusticidade, potencial de crescimento e qualidade de carcaça (Sousa, 2002). Além disso, os animais possuem excelente conformação, elevados índices de fertilidade e prolificidade, são facilmente adaptáveis às condições ambientais e transmitem aos descendentes suas características, sendo uma boa alternativa para cruzamentos. Entretanto, o maior entrave na utilização desta raça é o pre&cc edil;o elevado dos reprodutores, em função ainda da pequena disponibilidade de animais no Brasil. O inconveniente de sua utilização é o elevado preço dos reprodutores e a pequena disponibilidade de animais no mercado.

Outra raça que há muito tempo tem sido utilizada no Brasil para a produção de carne é a raça Anglo-nubiana. Considerada uma raça de dupla aptidão, apresenta animais grandes, rústicos e de elevado peso adulto, pele e carne de boa qualidade e com bom ganho de peso diário dos cabritos. Os bodes desta raça podem também, ser uma boa opção de cruzamentos com cabras leiteiras ou mesmo criados puros para a obtenção de reprodutores a preços mais acessíveis do que a raça Boer (Ribeiro, 1997). 

Resultados obtidos com cruzamentos

Santos et al. (1984), em estudo comparativo do desempenho de caprinos de raça autóctone, com animais especializados para produção de carne, avaliaram o nível de melhoria da produção de plantéis nativos, resultantes de cruzamentos com as raças Anglo- nubiana, ½ Anglo-nubiana e Moxotó, e verificaram os pesos ao abate de machos e fêmeas foram: 20,82 kg e 18,48 kg; 16,36 kg e 15,32 kg; 11,62 kg e 10,12 kg, respectivamente, evidenciando o ganho dos mestiços sobre os animais nativos.

Em estudo comparativo realizado por Oliveira et al. (2008), os autores concluíram que cabritos mestiços oriundos do cruzamento de reprodutores das raças Anglo-nubiana e Boer com cabras SRD apresentam carcaças com melhor rendimento e conformação, além de maior precocidade que os cabritos SRD, mostrando ser o cruzamento uma ferramenta eficiente para melhorar a produção de carne desses animais.

Sousa et al. (2009), verificaram as características de carcaça de animais ½ Boer + ½ SRD, ½ Anglo-nubiana + ½ SRD mantidos em confinamento. Os mestiços ½ Boer + ½ SRD apresentaram maiores pesos da carcaça quente e fria. O rendimento comercial da carcaça foi semelhante entre os genótipos estudados.

Cruzamentos utilizando uma raça exótica leiteira têm sido relatado na literatura nacional. Menezes et al. (2009) estudaram as características de carcaça de cabritos ½ Boer + ½ Pardo Alpino (½ BA) e ¾ Boer + ¼ Pardo Alpino (¾ BA) e não observaram diferença entre o rendimento da carcaça quente, com valores de 46,57% e 47,82% para os ½ BA e ¾ BA, respectivamente. Nesta mesma linha de pesquisa, Rodrigues (2009) observou diferenças para peso vivo ao abate, pesos da carcaça quente e fria entre animais ½ BA e ¾ BA, sendo que os animais ½ BA foram superiores, apresentando valores de 24,64 vs. 19,99 kg, 11,49 vs. 9,28kg e 11,35 vs. 9,18 kg, respectivamente.

Todavia, o desejo de obter resultados rápidos na melhoria do material genético existente, tem feito do cruzamento um dos meios mais utilizados, porém de forma indiscriminada e com o perigo de se perder o material genético das raças nativas caso não existam estudos adequados, com planejamento e controle eficientes.

Não existe um tipo de cruzamento absolutamente mais indicado, isto dependerá das condições ambientais a serem oferecidas aos indivíduos e do objetivo que se deseja atingir. Sua eficiência dependerá das raças utilizadas, da individualidade dos animais e do nível nutricional dos mesmos."

FONTE: Por Luciana Rodrigues em DICAS RURALBAN

sábado, 19 de abril de 2014

Fazendas 'conectam' vacas à internet para melhorar produção de leite

Empresa escocesa permite monitoramento remoto dos animais para identificar problemas mais cedo


Colar de internet sem-fio conecta as vacas a um computador central, que monitora sua saúde (Foto: BBC)


Em uma tentativa de aumentar sua produção de leite, fazendeiros escoceses estão conectando suas vacas à internet.
Um novo projeto permite a eles monitorar a saúde de seu rebanho e identificar rapidamente potenciais problemas de saúde.
A empresa escocesa Silent Herdsman, que desenvolveu o método, foi premiada em dinheiro para levá-lo adiante. O plano é estendê-lo a fazendas ao redor do mundo.
O sistema opera com colares eletrônicos especiais, colocados nos animais. Cada colar contém um sensor sem-fio, que transmite, a um computador central, dados sobre a saúde dos animais e a quantidade de leite que cada vaca está produzindo.
Os dados permitem aos fazendeiros garantir a saúde dos animais e, assim, maximizar a quantidade de leite produzida. Também ajuda a identificar doenças mais cedo.
'É possível monitorar o comportamento da fertilidade dos animais, a probabilidade de que as vacas fiquem prenhas e produzir mais leite, para melhorar a eficiência da fazenda', diz Annette McDougall, executiva-chefe da Silent Herdsman.
Investimento
A empresa obteve um investimento milionário do fundo de private equity Scottish Equity Partners, para expandir o projeto.

A meta, diz McDougall, é desenvolver o método para um 'ecossistema mais amplo', no qual veterinários, fornecedores e varejistas possam receber em tempo real os dados das vacas monitoradas.
O fazendeiro britânico Graham Kerr, que usa o método, diz que ele trouxe economia de tempo e dinheiro.
'Se percebemos cedo que uma vaca está ficando fraca ou desenvolvendo um problema digestivo, podemos intervir antes e possivelmente economizar uma cara consulta veterinária', diz ele.
'É útil para economizar tempo no gerenciamento da fazenda, usá-lo em outras tarefas e fazer um trabalho melhor.'
FONTE: GLOBO RURAL

domingo, 13 de abril de 2014

Criação de Cateto, Caititu ou Catitu



O caititu (Tayassu tajacu) é uma espécie de animal silvestre encontrada na Amazônia. Em outras regiões brasileiras é chamado de cateto. Um tipo de porco-do-mato, usado na alimentação de populações rurais da região. Esse animal é uma importante fonte alimentar para as famílias de baixa renda, mas está cada vez mais raro, ameaçado pela caça predatória, por desmatamento e fragmentação de habitat.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

"Grau de sangue" em sistemas de cruzamento

Oi pessoal Aqui vai mais uma dica enviada pela Ruralban:
Sei que a postagem é um pouco batida, mas é sempre válido esclarecer ou relembrar.

“Grau de sangue” é uma expressão tradicionalmente utilizada na produção animal para designar a composição genética de um animal e expressa a proporção de uma ou mais raças na composição genética de um animal. O cálculo é baseado no fato do animal receber metade da herança de cada um de seus pais. Assim sendo, a expressão geral para o cálculo do grau de sangue de uma raça para um determinado animal é: 
 
Grau de Sangue= (grau de sangue da mãe +grau de sangue do pai)/2

Vamos exemplificar o cálculo do grau de sangue à luz de 3 sistemas de cruzamento frequentemente empregados em bovinocultura de leite, sendo cruzamento absorvente, cruzamento rotacionado com duas raças e formação de uma nova raça a partir de cruzamentos.

1. Cruzamento absorvente

Neste sistema o objetivo é a obtenção de animais puros por cruzamento (PC) a partir de animais com composição genética desconhecida. Utilizaremos como exemplo a raça Holandesa, chegando ao PC 31/32 Holandês, a partir da utilização de touros puros de origem (PO) Holandês, conforme segue:

1ª. Geração: (0H+1H)/2=1⁄2 H
2ª. Geração: (1⁄2 H+1H)/2=3⁄4 H
3ª. Geração: (3⁄4 H+1H)/2=7⁄8 H
4ª. Geração: (7⁄8 H+1H)/2=15⁄16 H
4ª. Geração: (15⁄16 H+1H)/2=31⁄32 H

O sistema continua com animais 63/64, 127/128 e assim sucessivamente, sendo estes animais, no exemplo desta raça, denominados GC1, GC2,......, GCn.

2. Cruzamento rotacionado com duas raças

Vou exemplificar este cruzamento como sendo entre as raças Holandesa e Jersey, utilizando sempre touros puros dessas raças, alternando a raça do pai a cada geração, iniciando pela utilização de touro Jersey (J) em rebanho de vacas Holandês (H) e a cada geração fazer o cálculo para a raça do touro utilizado, conforme segue:

1ª. Geração: (0J (ou 1H)+1J)/2=1⁄2 J e consequentemente 1⁄2 H (50% J:50%H)
2ª. Geração: (1⁄2 H+1H)/2=3⁄4 H e 1⁄4 J (75%H:25%J)
3ª. Geração: (1/4J+1J)/2=5⁄8 J e 3⁄8 H (62,5%H:37,5%J)
4ª. Geração: (3/8H+1H)/2=11⁄16 H e 5/16J (68,75%H:31,25%J)
5ª. Geração: (5/16J+1J)/2=21⁄32 J e 9/32J (65,63%J:34,37%H)

Devido á variedade de frações é comum expressar o resultado como percentagem, especialmente a partir da 4ª. geração, sendo a tendência de estabilização em aproximadamente em aproximadamente 2/3 da raça do pai e 1/3 da raça predominante na composição genética da mãe.

3. Formação de uma nova raça

Na pecuária de corte existem inúmeros exemplos de raças formadas a partir do cruzamento de raças europeias e zebuínas, sendo que, quando formadas por apenas duas raças, geralmente apresentam a composição genética de 5/8 Europeu e 3/8 Zebuíno. Na bovinocultura de leite o exemplo mais clássico para este tipo de cruzamento é a raça Girolando, cuja composição final é 5/8 Holandês e 3/8 Gir. No Diagrama I aparece uma das opções para se chegar ao denominado puro sintético da raça Girolando.
 

Neste caso, por exemplo, no acasalamento entre vacas ¼ Holandês: ¾ Gir, com touros Holandês, teremos:
 

Outra estratégia para se chegar ao puro sintético da raça Girolando está apresentada no Diagrama 2
 

Neste caso, no acasalamento entre vacas ½ Holandês:Gir, com touros ¾ Holandês, teremos:

Outras estratégias de cruzamento para obtenção do Puro Sintético Girolando podem ser encontrados em http://www.girolando.com.br/index.php?paginasSite/girolando,2,pt.

POR: André Thaler Neto em Ruralban

terça-feira, 8 de abril de 2014

O impacto da depreciação na análise econômica

Gente, mais uma vez recebi da Ruralban essa dica que considero imperdível!

Na época da graduação, confesso que ODIAVA estudar sobra administração Rural... Eu pensava que não iria precisar daquilo para nada. 

Hoje, atuando no mercado, percebo que é muito, muito, importante saber esses detalhes, que mudam tudo em uma administração de empresa Rural.

Segue ai a dica:


Hoje vamos apresentar o impacto da depreciação na análise econômica da produção de ovinos e caprinos. Precisamos lembrar que há diversos tipos de cálculos de custo de produção e análise econômica e precisamos conheça-los para definir qual é o melhor para nós conforme o objetivo. Já falamos anteriormente sobre a depreciação, mas podemos relembrar.


A depreciação é a perda de valor dos bens que pode ocorrer por desgaste físico, devido às ações da natureza ou pelo próprio uso, ou obsolência também chamada de depreciação econômica devido às inovações tecnológicas.

Se a depreciação que estamos calculando não será utilizada para fins contábeis, então ela pode ser chamada de depreciação real ou econômica. E o que sofre depreciação? Todos os bens físicos sujeitos a desgaste por uso, causas naturais ou obsolência. No caso das propriedades rurais, há depreciação de:

- benfeitorias: casa do proprietário, do funcionário, aprisco, galpão, depósito, cercas;
- máquinas e equipamentos: veículos, tratores, balança, roçadeira, misturador de ração;
- semoventes: animais selvagens, domesticados ou domésticos;
- pastagem.

Antes de prosseguirmos, vamos relembrar também a fórmula de cálculo da depreciação. Trataremos aqui apenas do método linear, que é simples e muito utilizado. Nesse caso consideramos que a depreciação é linear, ou seja, todo ano o bem deprecia o mesmo valor, ou ainda, a depreciação anual é constante. Portanto, calculamos pela seguinte fórmula:





Depreciação = (valor inicial - valor final)/vida útil


O valor inicial corresponde ao valor do bem novo ou o valor pelo qual o bem foi adquirido no caso de ter sido comprado usado.

O valor final é o valor do bem no fim de sua vida útil, também chamado valor residual ou valor sucata. Esse valor pode ser encontrado em tabelas disponíveis em obras especializadas para agropecuária. Abaixo, mostraremos alguns exemplos. 

A vida útil é o tempo que o bem pode ser usado para desempenhar sua função, quer dizer que tem utilidade econômica, e pode ser contabilizado em horas ou anos. Se o bem em questão é novo utiliza-se a vida útil total, se já é usado deve-se considerar a vida útil do momento atual até o fim de seu uso. Referências desse valor também estão disponível em tabelas. É importante salientar que para compor a vida útil deve-se considerar tempo de uso, intensidade de uso, obsolência e custos de conservação e reparos.

Sabendo o valor da depreciação de cada bem, somamos e obtemos a depreciação total num ano na propriedade. O ideal seria que o produtor guardasse anualmente o valor referente à depreciação, assim, quando o bem não tivesse mais utilidade ele poderia ser substituído com essa reserva. Na prática, sabemos que isso não ocorre, e ainda, na maioria dos casos, as propriedades rurais nem tem seu valor de depreciação mensurado. Por isso, neste mês vamos fazer uma aplicação prática e simples, mas capaz de mostrar que é importante inserirmos a depreciação nos cálculos para evitarmos análises equivocadas.

Apresentamos quatro sistemas de terminação diferentes para os cordeiros:

- em pastagem sem suplementação após o desmame;
- em pastagem sem suplementação e sem o desmame, cordeiro mantido ao pé da mãe;
- em pastagem com acesso à creep feeding;
- em confinamento.

Fizemos o levantamento de todos os custos e da depreciação que apresentamos na tabela. (CLIQUE PARA AMPLIAR)


Observe que o valor da depreciação representou de 7,4% a 9,5% do custo total. Se analisarmos somente o cálculo de receita total menos custo operacional efetivo, que foi o desembolso, o que realmente se gastou na propriedade, podemos verificar que o saldo foi positivo em todos os sistemas. Percebemos que o sistema com cordeiro sem desmame mantido na pastagem apresentou maior saldo, seguido do creep feeding. Depois vem o confinamento e por último o sistema de terminação com desmame e manutenção na pastagem sem suplementação. 

Já quando incluímos a depreciação, o cenário muda. Perceba que o 1° e 2° melhores saldos continuam a ser os mesmos, mas há alteração significativa no sistema de confinamento. O saldo reduziu em R$ 3.767,51. Percebe a diferença? Se não considerarmos a depreciação temos a ilusão de que está “sobrando” R$ 4.731,77 no confinamento, mas na realidade, para fazermos uma reserva contábil a fim de remunerar tudo que depreciou a “sobra” é de apenas R$ 964,26.

E por que usei o confinamento como exemplo? Porque é o sistema com maior custo de depreciação, já que tem mais instalações e isso faz com que o impacto da depreciação seja maior em relação aos demais sistemas. No confinamento a depreciação corresponde a quase 10% do custo total. Com isso fica claro que precisamos sim calcular e conhecer a depreciação da propriedade para fazermos cálculos e análises mais coerentes com a realidade. Veja no gráfico a representação dos saldos obtidos: (CLIQUE PARA AMPLIAR)


Podemos então concluir que o valor de depreciação deve ser uma reserva contábil da empresa para gerar fundos que irão possibilitar a substituição dos fatores produtivos no final de sua vida útil, ou seja, será reposto quando não tiver mais capacidade de uso ou ficar obsoleto. Dessa forma, a depreciação deve ser encarada como custo operacional na empresa, portanto deve sim constar na formação do custo total de produção. Como o valor de depreciação é um custo que não apresenta desembolso imediato, muitos não o “enxergam” como custo. No fim de um ano produtivo não há saída desse dinheiro do caixa, mas tem valor significativo no custo de produção.

Por Carina Barros em Ruralban

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Atualizadas as regras para trânsito de produtos de origem animal

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está modernizando os procedimentos de controle do trânsito, dentro do país, de produtos de origem animal produzidos em estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal.  Os novos modelos de 

Certificado Sanitário Nacional (CSN) e Guia de Trânsito (GT) serão emitidos eletronicamente pelo Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (Sigsif).

O estabelecimento dos modelos oficiais e procedimentos para transporte nacional de produtos de origem animal foram elaborados pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária (Dipoa/SDA) do Mapa. A publicação no Diário Oficial da União (DOU) ocorreu nesta quarta-feira (2) por meio da Instrução Normativa nº 10.

Com a informatização do processo, além da harmonização e maior segurança para a fiscalização, serão simplificados os procedimentos de emissão do CSN e GT, abolindo a utilização dos atuais formulários contínuos. “Isso garantirá maior transparência, pois serão mantidos os registros de certificação, que poderão ser verificados via remota, durante supervisões, auditorias ou missões estrangeiras”, explica o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Rodrigo Figueiredo.

O novo procedimento permitirá também a rastreabilidade dos produtos de origem animal certificados, além do atendimento a demandas específicas no controle da cadeia produtiva e dos requisitos de países importadores.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Mortalidade de codornas




(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)


Minhas codornas estão botando ovos muito grandes e colocando a madre para fora. O que devo fazer para evitar mais perdas de avesUenito CarlosItuiutaba (MG)

Na avicultura, o ato de colocar a madre (útero) para fora, conhecido como prolapso de oviduto, ou prolapso de cloaca, indica que a fêmea tem dificuldade para botar um ovo grande ou muito macio.

A luz tem efeito decisivo sobre a maturidade sexual, produção, persistência, peso dos ovos e prolapso de oviduto em aves de postura. Produtores devem verificar o melhor programa de luz para sua região. Existem duas regras básicas para a elaboração de um programa eficaz: não forneça iluminação crescente durante a fase de recria das aves nem permita redução do período de luz diária durante a fase de produção. Um programa de luz crescente e gradual deverá fornecer à codorna em produção 16 horas de luz diária, considerando o período de luz natural.

A pulorose (doença bacteriana), cujo agente patogênico é a Salmonella Pulorum, tem o prolapso de oviduto como um dos sinais clínicos. As aves se infectam ingerindo água ou alimentos contaminados com o patógeno. Mantenha sempre limpos gaiolas e demais equipamentos usando desinfetantes e vassouras de fogo.

CONSULTOR: JOSÉ EVANDRO DE MORAES, pesquisador científico da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SAA), Rua Sebastião Soares, s/no, Caixa Postal 105, Brotas (SP), CEP 17380-000, tel. (14) 3653-1102, joseevandro@apta.sp.gov.br

FONTE: GLOBO RURAL