quinta-feira, 15 de maio de 2014

Família investe em verticalização e garante sucesso na produção de queijos artesanais de búfala

MAIS DICAS DA RURALBAN

Transformar a fazenda da família, na cidade de Guaratinguetá, inteiror de São Paulo, em um negócio produtivo e rentável. Esse foi o projeto do alemão naturalizado no Brasil Karl Henrich Riess e seu filho Simon Riess, quando no ano 2000 decidiram verticalizar o empreendimento, aproveitando a criação de búfalas leiteiras, para apostar na produção de queijos artesanais. 




Mas para garantir o sucesso do projeto, pai e filho se dedicaram ao planejamento. Foram doze anos de preparação. Enquanto Simon iniciou uma faculdade de agronomia, Karl investiu na propriedade, modernizando e adaptando o espaço para obter o registro autorizando a produção. ”Nesse período mantemos o negócio baseado na produção de leite, mas definimos que o próximo passo deveria ser dado com planejamento”, disse Karl Henrich Riess.

Após terminar os estudos, Simon ainda viajou para a Europa, onde fez cursos e conheceu queijarias na Alemanha e Itália. “Essa experiência no exterior foi muito importante para definir os rumos do negócio, principalmente para o conhecimento mais aprofundado do ramo de laticínios. Conheci muitas queijarias especializadas em vacas e búfalas, onde aprendi muito sobre o processo”, contou Simon Riess.




Após toda preparação, em 2012, a família lançou a linha de queijos artesanais Oro Bianco, tendo como carro chefe a tradicional mozzarella de búfala. No início a produção era de 20 quilos por dia, mas o negócio cresceu e dois anos depois a empresa já atingiu os 60 quilos diários, fornecendo para mais de 40 estabelecimentos, no Vale do Paraíba e capital, São Paulo.

Entre os clientes, estão bares, restaurantes, hotéis e supermercados especializados em produtos gourmet. “A mozzarella de búfala tem várias características que a diferenciam do queijo comum, por isso ela é muito apreciada e tem ganhado cada vez mais espaço no mercado”, disse Simon.
Para atender a atual demanda, a fazenda compra leite de búfala de outros criadores da região. “A queijaria tem uma capacidade superior a produção dos nossos animais, por isso 20% do leite utilizado precisa ser adquirido de outras fazendas”, contou. 

Rodada de Negócios 

A possibilidade de conseguir leite com outros criadores, também possibilita o crescimento do negócio e o empresário já planeja expandir a rede de clientes. Entre as ações está a participação da Rodada de Negócios do Sebrae-SP, que será realizada no próximo dia 15 de abril, durante o Festival de Gastronomia da Montanha, em Campos do Jordão.

“Queremos e temos condições de expandir a produção e por isso participar da Rodada de Negócios será uma ótima oportunidade de apresentar nosso produto diretamente para potenciais consumidores, fortalecendo nossa marca.”, avaliou Riess.

Análise / Verticalização

Para o consultor em agronegócios do escritório regional do Sebrae-SP, em Guaratinguetá, Felipe de Medeiros Rimkus a preocupação dos empresários com o planejamento foi fundamental para os bons resultados. “Quando verticalizamos um empreendimento, criamos um novo negócio e para isso é preciso que haja uma eficiente pesquisa de mercado, pois haverá um novo público a ser conquistado”.

O especialista lembra ainda que apesar da possibilidade de novos ganhos, a mudança também demandará custos. “Para agregar valor a uma marca é preciso investimento, pois será preciso criar um plano de estratégias condizentes com o interesse do mercado, que incluem ações de marketing e pós vendas”, concluiu Rimkus.




Integração Regional

A empresa vêm criando laços comerciais com produtores da região e tem interesse que seus parceiros aprimorem a produção leiteira. Para isso Riess ressalta que os produtores tem que ter acesso às tecnologias disponíveis. “Para trabalhar o direcionamento dos cruzamentos ou a evolução qualitativa do leite, é preciso conhecer as ferramentas disponíveis no mercado”.

Com essa ideia, ele avalia a importância da realização da EXPOGUARÁ, feira de tecnologias disponibilizada aos produtores de leite que acontecerá em Guaratinguetá de 14 a 18 de maio; a feira conta com palestras técnicas, empório de marcas regionais, exposição, shopping e leilão de animais; além de contar com reunião técnica de representantes de Sindicatos, Cooperativas e Frente Parlamentar do Leite.

FONTE: Por Guilherme Felipe Ferreira dos Santos - SEBRAE - SP. EM DICAS RURALBAN

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Eu tiro um leitinho...

MAIS UM TEXTO BEM LEGAL DA RURALBAN...

"Quando perguntamos a um produtor de leite, especialmente os de médio e pequeno porte, qual a atividade que ele exerce em sua propriedade na maioria das vezes recebemos a resposta: "Ah, eu tiro um leitinho na minha propriedade, tenho algumas vaquinhas..." Eu considero essa resposta o famoso: escondendo o leite! Isso mesmo!!!

E qual o problema disso? Para mim, é a forma com que o produtor encara sua propriedade. Eu já vi produtor com "umas vaquinhas" que tirava mais de 1.000 litros de leite/dia!

Pergunte a um produtor de gado de corte qual é sua atividade e você receberá a resposta: "Eu tenho uma fazenda de gado de corte!" (mesmo que a fazenda não seja tão grande assim). Nada contra os produtores de corte, pelo contrário eu admiro essa posição frente à atividade! Normalmente produtores de gado de corte valorizam muito sua atividade.

E se os produtores de leite respondessem: "Eu sou produtor de leite!" Vejam com faz a diferença, não é mesmo?! Não interessa se você produz 30, 50, 100, 1.000 ou 15.000 litros/dia...Você é produtor de leite!

Isso sim valoriza a atividade! E como essa valorização se relaciona ao Bem-Estar Animal?

Não interessa o tamanho da sua produção, interessa sim se você tem controle da produção de leite, do desempenho das bezerras, do manejo reprodutivo adequado, se possui instalações adequadas (dentro de cada sistema), manejo de pastagem... Enfim tantas outras coisas que englobam uma propriedade leiteira.

E é aí que entra o Bem-Estar Animal, o produtor que valoriza sua propriedade e a trata como uma empresa, se importa também com o manejo dado aos animais, uma vez que esses serão os principais responsáveis pelo seu lucro! Portanto torna-se muito mais fácil convencer esse tipo de produtor a implantar medidas que serão benéficas aos animais e também à produção.

Vou dar um exemplo de quando eu era bolsista de extensão na Universidade em Fronteiras:

Costumávamos atender um produtor que tinha café e leite em sua pequena propriedade. De início acompanhávamos a produção de leite, fazíamos o balanceamento alimentar dos animais e promovíamos melhoras na pastagem. Após algum tempo implantamos o acompanhamento de desenvolvimento de bezerras e checagem do rebanho. 

Sempre admirei esse produtor pela forma com que ele tratava a sua atividade, mesmo sendo um pequeno produtor com 5 hectares de terra e apenas 10 vacas em lactação ele realmente acreditava que era possível se profissionalizar na atividade.

Resultado: Após alguns meses de acompanhamento ele acabou com o café, plantou mais pasto e piqueteou. A produção dobrou e ele chegou inclusive a implantar um sistema silvipastoril e construir uma sala de ordenha.

Os avanços nessa propriedade foram claros e só foi possível porque o produtor via nela sua empresa! E nesse processo de mudança a condição dos animais também melhorou (e muito!) 

Na minha opinião essa é umas das melhores formas de se implantar o Bem-Estar Animal a campo: ajudando o produtor a se tecnificar em sua produção!

Já que em nosso país a maior parte do leite é produzido por médio e pequenos produtores, temos que incentivá-los à tecnificação e o Bem-Estar animal será apenas uma consequência benéfica desse processo!"


FONTE: Por Cristiane Caroline Abade em DICAS RURALBAN