domingo, 30 de março de 2014

Como reduzir custo de produção?

Eu e meu marido, desde que voltamos dos USA, estamos trabalhando em uma fazenda no Oeste da Bahia. Devido a uma gestão anterior que não fazia muito bem o controle dos custos, as contas da fazenda não estavam fechado. Para fazer com que a fazenda caminhe na direção certa, toda a equipe da fazenda está trabalhando muito duro e muita gordura já foi cortada. Junto com uma consultoria maravilhosa, que tem nos dado assistência, estamos começando a colocar as coisas no lugar.

Recebi da Ruralban essa semana um testo com dicas que falam exatamente sobre uma das atividades que temos levado muito a sério por aqui e que tem mostrado GRANDES resultados.

Achei muito interessante colocar aqui, pois toda empesa rural precisa ter esse controle e é uma tarefa que passamos batido na graduação e saímos totalmente crus quanto a isso. Na pratica, estamos aprendendo que é fundamental para tocar ou afundar um barco uma fazenda.

Até,
Renata Pitombo



Segue aí o testo:

"Sempre estamos falando sobre o tal custo de produção, como calcular, como monitorar, e agora chegou a hora de falarmos um pouco em como reduzir. Certamente, os leitores têm muitas experiências vivenciadas e seria muito interessante se compartilhassem, por isso, aguardamos comentários!

Por que é importante reduzir custos? Para essa questão há várias respostas, vejamos:

- Para ter maior lucro.
- Para aumentar a margem líquida.
- Para aumentar a lucratividade e rentabilidade.
- Para ser mais competitivo.
- Para ser mais eficiente.
- Para se manter no mercado.

Analisando o “ter mais lucro” precisamos pensar na estrutura da cadeia produtiva. O produtor de carne de ovinos ou caprinos produz carne, que na maioria dos casos é um produto comercializado de modo não diferenciado, sendo dessa forma considerado commoditie. Esse produtor normalmente é tomador de preços, ou seja, ele depende do mercado consumidor para o qual produz, e raramente consegue colocar preço final no seu produto (Montoya e Parré, 2000; Arbage, 2000). Então se o produtor não consegue controlar o preço pelo qual vende seu produto, significa que ele não consegue aumentar a receita pelo aumento do preço de venda. Diante desse cenário, a saída que resta é a redução do custo, já que o lucro é obtido a partir da subtração entre receita e custo de produção. Sendo assim, reduzir custo pode causar impacto direto no lucro.

Cabe destacar que alguns produtores têm ações individuais ou junto à cooperativas para diferenciar seu produto e com isso conseguir aumentar o preço de venda, tendo maior poder de precificação. No entanto, esse não é o caso da maioria dos produtores de carne. Voltando à nossa questão inicial: como reduzir custos de produção?

O primeiro passo é conhecer o custo! 

A partir do momento que o produtor identifica todos os itens que compõem seu custo de produção ele visualiza quais são os valores mais representativos e pode estudar formas de reduzi-los. 

Já vimos em artigos anteriores os gráficos com as proporções que cada item do custo representa na composição do custo total de produção. Esses são importantes para facilitar nossa análise e identificarmos o que está “pesando” no custo. Uma lista com os itens que compõem o custo classificada do maior para o menor custo ajuda muito. Ela deve ser analisada para definir os planos de ação. É necessário focar nas categorias de custos realmente significativas. No entanto, devemos cuidar também dos pequenos custos, pois vários deles somados podem gerar uma quantia significativa. Então não descuide dos itens que estão no final da lista.

Todos os custos devem ser elencados e o ideal é manter um histórico para que seja possível fazer uma análise comparativa. E lembre-se, o controle de custo de produção sempre deve ser realizado, independentemente do tamanho da propriedade. 

A compra de insumos

Planejar as compras pode reduzir custos, pois a aquisição pode ser feita em épocas de queda de preço. Não se pode esquecer de avaliar se compensa fazer estoque de alguns produtos. As compras conjuntas são uma boa opção. Se possível o produtor pode fazer parcerias para comprar em maior volume e com isso menor preço. 

Pesquisar preços, pois pode haver grandes diferenças.

Avaliar sempre os valores de frete, pois o preço do produto pode até ser menor, mas ao incluir o frete a compra deixa de ser vantajosa. Em relação aos alimentos, quanto mais dependente a produção for do uso de concentrado, mais sofrerá com as variações dos preços dos produtos agrícolas. Como a alimentação dos animais tem forte influência no custo de produção, quedas no preço contribuem para a redução do custo, mas o inverso também ocorre.

A redução do desperdício

Evitar desperdício de insumos é fundamental.

Quanto à energia elétrica, seu uso deve ser otimizado e isso requer mudanças nas instalações e nos hábitos dos funcionários. Equipamentos mais novos e uso de luz natural contribuem para reduzir o gasto com energia. Em relação ao desperdício de tempo, ele pode custar caro. Por isso, analise as atividades da equipe e verifique se os processos podem ser otimizados.

Uso de tecnologias

O investimento em tecnologias pode contribuir na redução de custos. E aqui não precisamos pensar somente em tecnologias “de ponta” e de alto custo, pois muitas soluções podem gerar excelentes resultados com pouco investimento. Por isso é importante estar atento ao que o mercado disponibiliza e avaliar de acordo com a realidade da sua propriedade de modo a identificar o que pode efetivamente contribuir no seu contexto. 

Qualificação profissional

Estudar, fazer cursos, ir à palestras e eventos da área, ler artigos, trocar experiências com profissionais da área, tudo isso contribui para uma gestão eficiente que pode ter impacto no custo de produção. Conhecer novas técnicas e métodos é importante. Por isso, fique atento para manter-se atualizado e sempre que possível também proporcione aos funcionários cursos e treinamentos, pois sempre são motivadores! E conte sempre com o apoio de um profissional experiente na área para assessorias.

Trabalho em equipe

Toda equipe envolvida na produção precisa ser responsabilizada, seja pelos bons resultados ou pela necessidade de melhorias. Ouvir os funcionários envolvidos no processo é essencial, pois muitas vezes eles sabem formas de reduzir desperdícios e trazem ideias que podem contribuir. Reuniões periódicas com a equipe de trabalho para discutir aspectos relacionados à custos e produtividade são importantes. Lembrar também de valorizar cada ideia nova que surja no processo.

Finalizando 

A redução de custos pode ser proveniente da soma de pequenas economias em várias área do processo produtivo, podendo ser citada como fonte, a troca de produtos (marcas ou fornecedores), economia na quantidade de insumos utilizados pela redução do desperdício ou mesmo da alteração do manejo dos animais. No entanto, lembre-se sempre de cuidar para não provocar ações que afetem negativamente a produtividade ou o bem-estar dos funcionários."

Testo escrito por Carina Barros em www.ruralban.com


domingo, 16 de março de 2014

Assinalação, castração e descole dos cordeiros

Por Pablo Costa 
É um conjunto de procedimentos que deve ser realizado nos cordeiros, logo após o nascimento ou até a 4ª ou 5ª semanas de vida, dependendo do tipo de criação e manejo da propriedade. Sendo que, quanto mais jovens os animais, melhores serão os resultados obtidos.

As operações devem ser feitas em dias de baixa temperatura, preferencialmente pela manhã, diminuindo assim o risco de ocorrência de miíases (bicheiras) e dando condições para que mãe e filho se reencontrem ainda com dia claro.

Deve-se ter cuidado especial com o local da realização das operações, utilizando mangueiras limpas, sem acúmulo de esterco e barro, que podem contaminar os cortes, e com o material utilizado, que deve ser limpo e desinfectado, sendo conservado durante o uso em recipientes com desinfetante. Não se descuidando das mãos de quem for proceder as operações.

 

Lembre-se: "Higiene e Sucesso caminham juntos!!"


Assinalação

Consiste na marcação para identificação dos cordeiros podendo ser por tatuagem, brincos ou cortes nas orelhas. Embora não exista uma data fixa para assinalar os cordeiros, é aconselhável fazê-lo até a 5ª semana de idade. 

O método de cortes nas orelhas através da utilização de assinalador ou faca é a maneira mais utilizada nos sistemas extensivos de criação, o qual permite a identificação do proprietário do animal, porém em criações mais intensivas tem sido muito utilizado a identificação através de brincos ou tatuagens, que possibilitam um controle efetivo e individual dos animais, permitindo ao produtor acompanhar a vida produtiva e reprodutiva de cada um dentro do rebanho. 

Os brincos possuem a vantagem de fácil visualização, além do baixo custo e possibilidade de ser usado logo após o nascimento, porém devem ser colocados em número de dois, sendo um em cada orelha, pois os animais podem perder este tipo de identificação, já a tatuagem, embora seja mais difícil de ser visualizada tem a vantagem de permanecer no animal durante toda sua vida.

 

Em animais aspados, ainda pode ser utilizada a marcação de ferro a fogo sendo realizada na base do chifre do animal. O método é barato, no entanto, de difícil execução. 

Castração
A castração tem por objetivos melhorar a consistência e o sabor das carnes de animais mais velhos, tornar os animais mais dóceis, engordá-los mais rapidamente e possibilitar a criação de machos e de fêmeas juntos, sem que ocorram coberturas indesejáveis.

Castrar ou não os animais?
A castração é uma questão muito polêmica, discutida por pesquisadores e produtores, alguns defendem que animais inteiros, quando abatidos precocemente, tem a possibilidade de apresentar um desenvolvimento superior da musculatura e, conseqüentemente, um maior ganho de peso devido há maior produção hormonal, desde que lhes seja fornecida alimentação e controle sanitário adequados, outros afirmam que a castração deve ser realizada, pois possibilita a obtenção de carcaças de melhor qualidade, com um melhor acabamento de gordura.

Quando realizada, a castração normalmente é feita até a 5ª semana de idade do cordeiro. Sendo os métodos mais empregados a utilização de anéis de borracha ou de emasculadores, e a intervenção cirúrgica.

O método do anel de borracha é muito simples e consiste em se colocar um anel de borracha na base do saco escrotal de tal forma que os testículos fiquem localizados abaixo do mesmo, de modo que não haja circulação sanguínea e com o passar dos dias os testículos caem. O anel deve ser colocado com o auxilio de um alicate específico pra tal fim.

A utilização de emasculadores, mais conhecidos como burdizzo, baseia-se no princípio do esmagamento dos cordões que ligam os testículos ao organismo sem que haja o corte da pele, é um método simples, rápido e prático, porém, há o risco de falha na castração. 

A castração pelo método cirúrgico consiste em realizar um corte na ponta do saco escrotal com o auxilio de uma faca ou bisturi, logo após puxa-se os testículos (um por vez) até que o cordão espermático se rompa, é um método prático e rápido, no entanto deve ser realizado por pessoal treinado e há maior risco de contaminações, processos hemorrágicos e inflamatórios. 

Não se tem evidência de qual método poderia ser o mais indicado nas condições do RS.

Descole
O corte da cola ou cauda do cordeiro deve ser feito quando este ainda é bastante jovem, evitando sangramentos excessivos.

Deve-se cortar a cola de cordeiros que serão destinados à reprodução e/ou que permanecerão até adultos no rebanho, não sendo necessária a descola em cordeiros que serão enviados ao abate até os seis meses de idade. 

O corte facilita a monta no acasalamento e evita o acúmulo excessivo de fezes na lã (cascarra), valorizando a qualidade do velo e evitando o surgimento de miíases (bicheiras).

Os principais métodos de corte de cauda são o emprego de anéis de borracha ou faca, sendo que o último pode ser auxiliado através do uso de um "burdizzo", outra forma utilizada é o corte através de uma lâmina de ferro quente que acelera a cauterização da ferida, reduzindo o sangramento. 

 


Basicamente existem dois comprimentos de corte, conforme o sexo do animal:

Ovelhas e carneiros - em fêmeas deve servir de proteção da vulva contra raios solares e para afastar moscas da região do períneo. O comprimento deve ser calculado puxando a cauda até que cubra a vulva, aproximadamente 3 cm. Nos carneiros o comprimento é semelhante. Deve permitir que o animal erga com facilidade o toco da cola no momento de defecar.
Capões - costuma-se cortar a cauda pela metade para facilitar a identificação no meio do rebanho.

A prática da descola não é comum em animais deslanados e de cauda gorda.

Dosificação e vacinações
No mesmo momento em que se faz as operações de assinalação, castração e descole, pode-se efetuar a dosificação pós-parição das ovelhas, pois as mesmas se encontram debilitadas devido ao stress do parto e aleitamento.

Recomenda-se aproveitar o período para realizar as vacinações nos cordeiros contra clostridioses e ectima-contagioso (em propriedades que já tenham apresentado a doença).


FONTE: DICAS RURALBAN

sexta-feira, 14 de março de 2014

Influência da nutrição na qualidade do leite



A manutenção de qualquer atividade produtiva depende basicamente da eficiência do sistema de produção, que pode ser traduzida pela maior produtividade com o menor custo possível. Na atividade leiteira, a nutrição é o principal fator da eficiência do sistema de produção, pois é a maior responsável pelo nível de produção e pode representar até 70% dos custos. Portanto, pode–se afirmar que quanto mais eficiente for à nutrição de um rebanho, mais eficiente será o sistema de produção deste rebanho.


A composição do leite de vacas leiteiras é determinada por vários fatores tais como: raça, estação do ano, genética, estágio de lactação, sanidade e nutrição. As tendências atuais da comercialização do leite demandam a obtenção de certos produtos lácteos, que em geral são influenciados pela composição do leite que está diretamente correlacionada com a nutrição dos animais. A gordura é o componente de maior variabilidade do leite, podendo variar de 2,0 a 4,0%. Esta porcentagem é fortemente influenciada pela genética, por fatores nutricionais e fatores ambientais.

A gordura, a proteína, o fósforo e o extrato seco desengordurado são as variáveis de maior importância econômica, servindo de critério para o pagamento do leite em muitos países. Algumas medidas podem ser tomadas para alterar a porcentagem de sólidos no leite, entre elas:

Relação volumoso : concentrado:A explicação tradicional é que um aumento no concentrado na dieta de vacas leiteiras que ultrapasse 50% da dieta reduz a concentração de gordura do leite em função de uma alteração ruminal. O substrato ruminal com maior concentração de concentrado proporciona uma maior concentração de ácidos graxos voláteis que reduzem o pH do rúmen para menos de 6,0 acarretando em uma menor degradação da parte fibrosa da dieta.

O conteúdo de proteína pode ser aumentado em até 0,4 % ou mais se a proporção de forragem na dieta é reduzida em 10%. Deve-se ressaltar que a forragem é essencial na dieta de vacas leiteiras e deve fazer parte de pelo menos 40% da matéria seca fornecida.

Quantidade e fonte de proteína: Este assunto vem sido muito discutido e verificou-se que a porcentagem de proteína do leite é aumentada quando esta é também fornecida em maior proporção na dieta. Este dado é ainda mais concreto quando a fonte de proteína administrada é resistente aos microorganismos do rúmen. Uma maneira de fornecer proteínas não degradáveis no rúmen aos animais é a utilização de grãos que sofrem tratamento térmico na formulação de dietas. Deve-se ter cuidado neste processo, pois o excesso de calor pode provocar uma reação indesejável, reação de Maillard ou caramelização, que torna a proteína indisponível para o animal mesmo depois de passar pelo rúmen.

Quantidade e tipo de fibra: Como regra geral, as dietas devem conter um mínimo de 28% de FDN, sendo 75% deste proveniente de forragens não finamente moídas (fibra efetiva).

Outro aspecto nutricional relacionado com a gordura do leite é a quantidade de fibra efetiva. A fibra efetiva é responsável pela manutenção do pH ruminal acima de 6,2 através do estímulo à ruminação que provoca um aumento na produção de saliva e na liberação de tamponantes. A dieta deve conter no mínimo 15% de fibra efetiva, para que esta apresente efeito sobre as bactérias celulolíticas, sensíveis à baixo pH. Desta forma, o aproveitamento e a digestibilidade da porção fibrosa da dieta é maximizada e convertida em maior produção de leite de melhor qualidade.

Fornecimento de fósforo: A influência da suplementação do fósforo em gado leiteiro de alta produção tem foco na melhora do desempenho reprodutivo, que consiste na diminuição do intervalo entre partos, diminuição dos serviços por concepção e aumento na proporção de vacas prenhes em relação ao rebanho. Outro ponto em que esta suplementação exerce efeito, é na qualidade do leite, principalmente na contagem de células somáticas, diminuindo sua concentração nos leites produzidos por vacas que ingeriram níveis recomendados de fósforo. 

A literatura mostra consistentemente que o fósforo não influi de maneira negativa sobre a reprodução e produção se os seus níveis na dieta forem acima de 0,20% da matéria seca, isto é, superiores às exigências de fósforo pelos microorganismos do rúmem. Níveis inferiores a estes reduzem o crescimento microbiano e a síntese de proteína microbiana e possivelmente têm efeito deletério sobre a digestibilidade da dieta. A menor digestibilidade da dieta reduz o status energético do animal que pode repercutir negativamente sobre a produção de leite e reprodução. 


Aditivos: Os tipos de aditivos mais comuns utilizados visando melhorar o desempenho produtivo de ruminantes que afetam os teores de gordura do leite são os tamponantes e os ionóforos ou modificadores ruminais. 

Os tamponantes como bicarbonato de sódio minimizam a queda do pH ruminal evitando acidose ruminal quando dietas com alta proporção de concentrados são fornecidas para os animais, mantendo ativas as bactérias que fermentam a fibra. Assim, os níveis de ácido acético (precursor de gordura do leite) não são reduzidos e não afeta o teor de gordura no leite.

Os ionóforos diminuem os teores de gordura do leite. A sua ação através da seleção de algumas bactérias ruminais que melhor convertem os alimentos em nutrientes reduzindo a produção de gás carbônico e metano no rúmen, tem como conseqüência um aumento do ácido propiônico (precursor de proteína do leite) e uma redução do ácido acético. Desta forma, existe um aumento na produção de leite, porem com teores menores de gordura. 

O conhecimento dos fatores que afetam a composição nutricional do leite traz algumas vantagens ao produtor. Trata-se de uma ferramenta importante na avaliação nutricional da dieta, podendo levar a informações sobre a eficiência de utilização de nutrientes e sobre a saúde animal.

Assim, o produtor pode e deve adotar boas práticas de manejo nutricional que possibilitem conforto, saúde, acesso fácil à alimentação e dietas bem balanceadas em proteína (níveis adequados de proteína degradável e não-degradável no rúmen), energia, fibra, minerais e vitaminas. Essas práticas são pontos chaves para obtenção de leite com alto valor nutritivo que aliados às boas práticas de higiene e investimento em capacitação de mão-de-obra e capacitação técnica especializada são primordiais para melhoria da qualidade do leite e dessa forma encarar o sistema de pagamento por qualidade como uma maneira real de agregar valor ao seu produto.


*Artigo publicado na Revista Nutrition Tomorrow.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sopa rende pouco dinheiro, e criador usa tartaruga para fazer xampu e creme



O óleo extraído da gordura da tartaruga-da-amazônia está sendo usado para fabricar produtos de beleza, como xampus, sabonetes e hidratantes. O principal uso comercial do bicho, até agora, era a produção de carne para pratos tradicionais, como a sopa de tartaruga.
A criação de tartarugas com fins comerciais é permitida no país, desde que haja autorização e fiscalização do Ibama. Ainda assim, sociedades de proteção animal são contra a iniciativa, e órgãos ambientais notaram a redução da presença do animal na Amazônia.
José Roberto Ferreira Alves, que usa o óleo de tartaruga em cosméticos, tem uma criação licenciada pelo Ibama desde 2001. Hoje, sua fazenda, a Cotomi --tartaruga gigante, na língua carajá-- conta com 27 mil animais em Araguapaz (GO)
Como a criação fica longe da região Norte, onde se concentra o consumo da carne do animal, Alves afirma que as vendas dificilmente passam de 100 tartarugas por mês. "Para a produção de carne ser rentável, teria que vender no mínimo 600 tartarugas por mês", diz.
Para aumentar o faturamento, ele começou a aproveitar o óleo extraído da gordura desses animais, com o qual faz cosméticos vendidos com a marca Cotomi. Inaugurada em 2013, a linha de beleza da empresa tem xampu, condicionador, sabonete e máscara para cabelos.
Para cada quilo de tartaruga, que abate somente quando há compradores para a carne, Alves obtém 5 gramas de óleo, o suficiente para produzir um quilo de produtos de beleza. Os preços vão de R$ 16 pelo frasco de 250 ml de xampu até R$ 38 por um pote de 40 g de creme hidratante.
Com a venda principalmente online de cerca de 5.000 unidades de cosméticos por mês, afirma faturar entre R$ 130 mil e R$ 150 mil, enquanto a carne de tartaruga não renderia mais que R$ 25 mil por mês.
As tartarugas são abatidas com cerca de cinco anos, quando atingem perto de 5 kg. Em 2013, Alves abateu 600 animais, número 18% maior que o de 2012, porém menor do que as 825 tartarugas abatidas em 2011.
O número de animais abatidos varia em função dos pedidos dos compradores, que são bares, em sua maioria. A tartaruga viva é vendida por até R$ 12 o quilo, enquanto a carne custa R$ 35 o quilo com osso e R$ 50 desossada.
Para fabricar cosméticos, Alves retira a gordura do animal, que se distribui em bolsas entre as vísceras. Com o aquecimento, "o óleo se separa de uma parte sólida, que se parece com torresmo de porco", diz Alves. Antes do uso, a substância é filtrada.

Carne de tartaruga é suave e tem textura macia, diz chef

A maior parte da carne produzida por Alves é vendida em cidades de Goiás, além de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Um dos clientes é o restaurante Aquavit, em Brasília, que serve sopa de tartaruga ao menos uma vez por ano numa espécie de reconstituição do jantar servido no filme cult dinamarquês "A Festa de Babette".
Simon Lau, chef do restaurante, diz que o prato costuma ser aprovado pelos clientes. "Prato francês do século 19, a sopa é sofisticada, mas ao mesmo tempo tem caráter regional." Ele afirma que a carne de tartaruga tem textura macia e sabor suave e particular, que fica entre o frango e o peixe.

ONG condena uso de animais; tartaruga-da-amazônia está sob risco

Silvana Andrade, presidente da Anda (Agência de Notícias de Defesa dos Animais) afirma que tanto o óleo de tartaruga como a carne podem ser substituídos por produtos de base vegetal. "Não há justificativa ética para se matar animais para o consumo", diz.
Para o farmacêutico especialista em cosméticos Maurício Pupo, produtos feitos com óleo de origem animal são os de mais fácil absorção pela pele. "Há uma penetração maior, principalmente na pele danificada", diz.
Como ponto negativo, diz, esses cosméticos exigem a morte de animais para serem obtidos e, quando absorvidos pela pele, podem transferir hormônios, toxinas e vírus eventualmente presentes nos bichos -o que também acontece pela alimentação.
"O óleo vegetal não tem o apelo de marketing do óleo de tartaruga, mas é um produto mais ético, seguro, e também tem muito boa qualidade, especialmente o feito de [óleo de] oliva", diz.
Segundo o chefe da reserva de Trombetas, no Pará, José Risonei Assis, o número de tartarugas que desovam no local caiu 91% em 33 anos. Para Vera Ferreira Luz, do Instituto Chico Mendes, os animais da Amazônia estão sob risco em razão da caça ilegal e coleta de ovos.
FONTE: http://economia.uol.com.br/agronegocio/noticias/redacao/2014/02/10/sopa-rende-pouco-dinheiro-e-criador-usa-tartaruga-para-fazer-xampu-e-creme.htm

terça-feira, 11 de março de 2014

segunda-feira, 10 de março de 2014

Conhecimento sobre a interação dos carrapatos como o ambiente melhora ações de combate



Existem mais de 870 espécies diferentes de carrapatos no mundo, 61 delas estão no Brasil. Os carrapatos são ectoparasitas que infestam diversas espécies, inclusive o homem. Além de incomodar os animais, por causa das picadas, os carrapatos podem transmitir diversas zoonoses, como a febre maculosa, a tristeza parasitária e a babesiose. O controle, por meio de carrapaticidas ambientais e de uso tópico, é a medida sanitária mais eficaz. Em nenhuma hipótese o animal infestado de carrapatos deve ser sacrificado ou abandonado pelos donos.

Os parasitas vivem em touceiras, capim, no chão, entre as madeiras em climas úmidos ou secos. O carrapato não permanece no animal durante toda a sua vida; frequentemente vai ao solo para colocar seus ovos. Após a eclosão dos ovos, há o surgimento das larvas do carrapato, que sobem na grama e em arbustos a procura de um novo hospedeiro. Assim o controle dos carrapatos envolve o ambiente onde eles vivem. Esse controle é através de acaricidas (produtos específicos para o ambiente), poda da vegetação e retirada de lixo ambiental.

Sobre este assunto, o Dr. Pecuária recebe o médico veterinário Octaviano Alves Pereira Neto, gerente técnico de bovinos e ovinos da Novartis Saúde Animal. Neto fala sobre as diferentes fases de desenvolvimento do parasita e de sua forma de interação com o ambiente, conhecimento importante no combate aos carrapatos.

Entrevista na Integra


sábado, 8 de março de 2014

Óleo de avestruz vira matéria-prima de cosméticos


(Acervo/Ed. Globo)

Uma empresa localizada em Cuiabá (MT) tem ganhado espaço no mercado nacional de dermocosméticos (produtos que levam princípios ativos às camadas mais profundas da derme, proporcionando benefícios à pele) com a utilização de uma matéria-prima nada comum por aqui. Os itens do catálogo da Ostrich Cosméticos têm chamado a atenção por serem feitos a partir da gordura animal do avestruz.

A empresa atua no mercado de cosméticos desde março de 2010, com produtos criados à base de óleo de avestruz, substância retirada da gordura do animal, rica em ômegas 3, 6 e 9, além das vitaminas D e E.

Com propriedades hidratantes, cicatrizantes, tonificantes, antiinflamatórias e analgésicas, o óleo é conhecido por conta de sua eficácia e se tornou muito popular na Europa.

A empresária Tânia Kramm da Costa, de 32 anos, está por trás do conceito da Ostrich Cold Cream. Mestre em Marketing pela Universidade de Viena, na Áustria, Tânia morou no país durante 13 anos. ”A ideia inicial de abrir a empresa veio do meu pai. Mas foi durante o tempo em que estive na Europa que decidi investir nesse tipo de produto”, conta.

De acordo com ela, o óleo de avestruz é muito utilizado como medicamento no continente europeu. O produto de lá, no entanto, é diferente dos criados pela empresária. “Na Europa, o óleo é vendido puro. Nós vendemos produtos criados a partir desse óleo”, explica. “Mas as propriedades são as mesmas, e em alguns casos são até mesmo intensificadas”, acrescenta Tânia.

O sucesso do produto no exterior fez com que a empresária decidisse voltar ao Brasil, no final de 2008, para investir nesse mercado. A empresa, então, construiu um laboratório para desenvolver o material. Foram dois anos de estudos, pesquisas e testes de eficácia até que o produto chegasse ao formato atual.

A Ostrich possui um criatório próprio com cerca de 400 matrizes. Os animais recebem uma alimentação elaborada pela própria empresa para garantir a qualidade da gordura que dá origem ao óleo.

As aves são abatidas após cerca de um ano e a empresa fica apenas com uma espécie de bolsa, localizada na região abdominal da ave, onde a gordura fica acumulada – a carne é vendida a restaurantes e hotéis e o couro e as plumas são vendidos para outras empresas.

Depois de extraída, a gordura é filtrada diversas vezes, além de passa por outros procedimentos, até gerar o óleo puro. “Para se ter uma ideia, cada bolsa pesa, em média, 15 quilos, e ao final de todo o processo apenas 6 litros de óleo são obtidos”, destaca.

Todos os cosméticos são feitos à base do óleo, com exceção dos aromatizantes de ambiente e do body splash, que são de outro segmento. Considerado o carro-chefe da empresa os bálsamos, são os produtos que contêm maior concentração do óleo, intensificando suas propriedades. O objetivo, conta Tânia, é desenvolver cosméticos 100% naturais e hipoalergênicos que possam ser utilizados em tratamentos de saúde. “Os protetores labiais, por exemplo, têm sido muito indicados por dentistas, já que evitam o ressecamento e a rachadura dos lábios”, afirma a empresária.

A empresária Tânia Kramm da Costa teve a ideia depois de morar por 13 anos na Europa, onde o óleo de avestruz na produção de cosméticos é popular (Acervo/Ed. Globo)

“O óleo é muito eficaz para aliviar queimaduras, inclusive a pós-sol. Temos cremes que intensificam essa propriedade, além de outros específicos para diversos tipos de tratamentos, como o creme para os pés, indicado a pessoas com diabetes, creme para as pernas, voltado para pessoas com problema de circulação, e cremes que previnem e diminuem estrias e celulite”, explica.

Após assumir a empresa, Tânia tem investido na divulgação do produto em diversos Estados brasileiros. “Assumi a parte de marketing para fazer a empresa se tornar conhecida”, diz.

Atualmente, a Ostrich produz cerca de 500 quilos de produtos por dia e conta com um portfólio de 80 itens divididos entre os segmentos de cosméticos, feitos à base do óleo, e aromatizantes. “Tivemos um crescimento bastante significativo. Quando entramos no mercado, tínhamos apenas quatro produtos. Hoje, temos 80”, contou a empresária.

Outro projeto que está sendo desenvolvido pela companhia é a criação de um hidratante à base de óleo de andiroba, que tem efeito repelente. A ideia é que o creme, que está sendo testado por laboratórios credenciados pela Anvisa, seja indicado para combater o mosquito da dengue.

FONTE: http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/noticia/2014/02/oleo-de-avestruz-vira-materia-prima-de-cosmeticos.html

quinta-feira, 6 de março de 2014

Controle de Estoque


Controle de Estoques

Para realizar a gestão financeira dentro de uma empresa rural, várias ferramentas gerenciais são utilizadas, a fim de calcular o custo de produção. Uma delas é o controle de estoque, cuja implantação requer tempo de adaptação e interesse de toda equipe, assim como a estruturação do gerenciamento dos dados.
Para entender melhor, primeiro é preciso compreender a importância de calcular o custo de produção. O custo de produção é tudo aquilo que foi necessário para chegar ao seu produto final, seja ele leite, carne ou grãos. Dessa forma, o controle de estoque é um dos principais pontos para a obtenção do custo de produção.
As fichas de anotações são o primeiro passo para realizar o controle de estoque. Nessas fichas, quando um produto for usado deverá ser anotado, especificando o setor em que foi usado e a quantidade. Isso vale para qualquer produto, seja o milho, medicamentos, óleos diesel, etc. Com as fichas de campo implantadas em cada setor onde se tem retirada de insumos, é preciso que a anotação se torne um hábito de todos e que a forma com que deve ser anotado seja clara. Assim, ao final de um mês teremos uma ficha na farmácia, em que foram anotadas as saídas de medicamentos e para qual setor, outra nos alimentos, onde é feito é o trato, outra na bomba de diesel, onde é feito o reabastecimento. Enfim, essas diversas fichas irão gerar dados que, quando compilados, possibilitarão calcular o custo de produção.
Com os dados em mãos a segunda parte do processo é o lançamento em uma planilha de Excel ou software. Falhas nas anotações provocam redução na confiabilidade dos dados. O principal, e mais comum, problema é a falta de anotação. Assim, é necessário conferir o estoque no final do mês ou no início do mês subsequente, comparando-o com o que foi registrado. O estoque real e o virtual precisam estar iguais. Caso não estejam, neste momento é importante dar saída ao que não foi registrado. Isso é comum quando o processo está no início.
Outra falha comum é o estoque virtual estar menor do que o que foi utilizado. Isso acontece principalmente por falta de lançamento de notas fiscais de produtos estocáveis. Ou seja, o produto foi comprado, mas não consta no sistema.
Ainda no lançamento das notas fiscais, são frequentes as diferenças entre as unidades cadastradas, as lançadas e as anotadas a campo. Um exemplo seria um produto que é vendido em pacotes de 10 unidades. Se no programa estiver cadastrado em pacotes e ele for lançado em unidades, ele estará "sobrando", ou do contrário poderia estar "faltando”.
Portanto, é necessário que toda a equipe esteja alinhada e empenhada, para que se consiga ter dados mais precisos e assim as análises possam ser confiáveis. O importante é que ao final deste processo haja números para tomar decisões. Por exemplo, se as vacas em lactação estão usando muitos antibióticos para o tratamento de mastite, é possível planejar medidas preventivas para evitar este gasto, que traz outras consequências também. Isso é possível visualizar em todos os setores, quando o processo de gerenciamento está devidamente implantado.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Caprinocultura



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=YAKRj9ZiUoE

domingo, 2 de março de 2014