terça-feira, 31 de agosto de 2010
Javali destrói lavouras
“Os javalis são considerados espécies exóticas invasoras, segunda causa de perda de biodiversidade do mundo; só atrás do desmatamento”, afirma o biólogo e consultor ambiental Mateus Pereira das Neves, autor do “Levantamento Populacional de Javalis Asselvajados no Rio Grande do Sul”, de 2007, alertando sobre a falta de uma política de controle à ação do animal. Ele também explica que o javali “brasileiro” é híbrido principalmente do porco doméstico, o que eleva seu peso médio de cinquenta quilos para cem quilos. Agressivo, com hábitos noturnos e sem predador natural, o javali é muito resistente e transmissor de várias doenças. Este último motivo tem trazido preocupações para outros setores da economia nacional - como o Brasil é o quarto maior exportador de carne suína no mundo, com o menor preço entre todos os produtores mundiais, há o medo de que medidas internacionais, já aplicadas em casos anteriores (como o recente da febre aftosa), venham prejudicar a balança comercial. Outro fato alarmante é o aumento no número de ataques do animal aos próprios lavradores.
Para diminuir o número de animais, desde 2002, a sua caça, a exemplo de muitos países, era liberada pelo Ibama no Rio Grande do Sul. Agora, por conta de uma instrução normativa expedida pelo órgão, está proibida, o que vem deixando os produtores rurais ainda mais apreensivos. “Não se trata aqui de ser contra ou a favor da caça; trata-se de proteger o cidadão, seu trabalho, sua família, seu sustento. Em tese, este deveria ser o objetivo das instituições governamentais”, opina o professor Bene Barbosa, bacharel em direito e presidente do Movimento Viva Brasil. “Não quero incentivar a matança, mas, até o momento, a caça se mostrou a única metodologia eficaz de controle”, complementa o biólogo.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Carnes em alta
Como no Brasil o consumo maior é de carne de boi as oscilações dos preços deste produto costumam refletir nas demais carnes, como de frango e suína. Segundo os açougueiros ouvidos pela reportagem esse movimento de alta no preço da carne é comum por conta do inverno e representaria cerca de R$ 0,30, em média, no quilo da carne.
A carne que apresentou a maior alta nos supermercados de Curitiba foi a do frango inteiro congelado, que passou de R$ 2,86 em 5 de agosto para R$ 3,20 ,ontem — 29,47%. O segundo corte a apresentar o maior aumento foi do filé mignon, sem osso, que passou de R$ 23,15 para R$ 25,43 — alta de 10,54%. O quilo do coxão mole (pedaço) passou de R$ 12,56 para R$ 13,73, em igual período (+9,26%). O quilo da alcatra sem osso ficou 9,13% mais caro no período, passou de R$ 15,53 para R$ 16,99. Ainda com altas acima de 5%, estão o quilo da posta vermelha sem osso (5,69%) e o contra filé com osso (5,29%). Na outra ponta, apresentaram queda de preço, o quilo do músculo (-11,40%), do acém /lombo agulha (-4,69%), do pernil suíno fresco (-4,42%), da coxa e sobrecoxa de frango (-3,62%).
domingo, 29 de agosto de 2010
IV Congresso da Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática
Será entre os dias 12 a 15 de Setembro de 2010 em Recife Pernanbuco.
O AquaCiência é o principal evento científico da aquicultura brasileira. As edições anteriores do AquaCiência foram realizadas em Vitória-ES (2004), Bento Gonçalves-RS (2006) e Maringá-PR (2008). Nessa oportunidade convidamos pesquisadores, técnicos, estudantes de graduação e pós-graduação, produtores e empresários para uma participação efetiva.
O congresso objetiva discutir os recentes avanços tecnológicos ligados à aquicultura e biologia aquática, como forma de contribuir para aumento da produção de pescado dentro dos princípios da sustentabilidade. Sendo assim, o evento contará com a participação de conferencistas nacionais e internacionais, sendo abordados temas relativos às principais cadeias produtivas da aquicultura, além da apresentação de trabalhos científicos.
Não perca essa oportunidade de novos conhecimentos, apresentação de seus trabalhos, e conhecer pessoas com os mesmos interesses que você!!
Mais informações: http://www.aquaciencia2010.com.br/#
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sábado, 28 de agosto de 2010
Dia da Avicultura
Muito que comemorar
O dia da avicultura, comemorado em 28 de agosto, dá a importância que representamos no cenário social, político, econômico, cultural, ambiental, agropecuário, de bem-estar animal e humano - foco final de associações, empresas, profissionais e consumidores, em razão da produção de alimentos no final do processo. Projeções do consumo brasileiro de carne de frango indicam que ele logo superará oito milhões de toneladas e, em 2020, chegará a 11 milhões de toneladas, sendo possível se calcular a evolução do consumo per capita nesse período. Porém, difícil é estabelecer a real população brasileira – problema sanado no próximo censo -, mas, supondo que os brasileiros sejam, no final de 2010, quase 200 milhões, o consumo per capita de carne de frango, que gira em torno de 41 kg, chegará a 44 kg. Imaginando que nos próximos 10 anos a população brasileira evolua a uma taxa média anual de mais de 1%, em 2020 nosso consumo irá variar de 45 kg a 56 kg (média de 50 kg per capita). Ou seja, enquanto a população vai crescer no máximo 12%, o consumo médio per capita cresceria 23%.
Neste cenário, a avicultura brasileira terá tanto sua produção quanto exportação de frango aumentada, embarcando um volume recorde em torno de 3,5 milhões de toneladas, contrapondo à queda das exportações dos Estados Unidos, que ficarão próximas a três milhões de toneladas. Ano passado, as vendas externas de carne de frango sofreram com a crise econômica, falta de crédito e o fortalecimento do real, reduzindo a competitividade e as margens de ganho da atividade. Esse ano a situação não esta diferente, porém, pelo menor preço da ração, a atividade não está enfrentando perdas ainda maiores. No curto prazo será difícil conseguir que o preço da carne de frango retorne aos excelentes níveis registrados em 2008, quando, apesar do retrocesso na segunda metade do ano, o produto in natura exportado pelo Brasil alcançou valor médio recorde com de 25% sobre o ano anterior. O Secex/MDIC revela que preços enfrentados no período crítico da crise econômica mundial ficaram para trás e os obtidos no primeiro semestre são similares aos registrados no mesmo período de 2008, sendo que as dificuldades econômicas persistem em razão do câmbio e não dos preços internacionais.
Avicultura Industrial
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
União limita compra de terras por estrangeiros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu limitar a compra de terras por estrangeiros e empresas brasileiras controladas por estrangeiros. Ele assinou o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que restringe as aquisições de imóveis rurais por empresas que possuem pelo menos 51% ou mais de seu capital votante nas mãos de pessoas que não são brasileiras.
O texto prevê que as empresas sob controle estrangeiro não vão poder adquirir imóvel rural que tenha mais de 50 módulos de exploração indefinida (entre 250 a 5 mil hectares, dependendo da região do país). Elas também terão de se limitar à implantação de projetos agrícolas, pecuários e industriais que estejam vinculados a seus objetivos de negócio previstos em estatuto. As áreas rurais pertencentes a empresas estrangeiras não poderão ultrapassar 25% do município.
O parecer é de teor nacionalista e retoma a visão da Lei nº 5.709, sancionada em outubro 1971 pelo general Emílio Garrastazu Médici durante o governo militar. Ela determinava que, em setores imprescindíveis ao desenvolvimento, só empresas de capital nacional poderiam comprar terras. O parecer assinado por Lula tem um tom muito parecido e sua conclusão é a de que a lei de 1971 é compatível com a Constituição de 1988.
A decisão de Lula foi motivada pelo interesse de estrangeiros no Brasil diante da valorização das commodities agrícolas, da crise mundial de alimentos e do desenvolvimento de biocombustíveis. O fato de o presidente ter assinado o texto da AGU torna obrigatório o seu cumprimento dentro da Administração Pública. Órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) terão de seguir essas diretrizes ao analisar pedidos de companhias internacionais para comprar terras no Brasil.
Lula demorou quase dois anos para decidir se assinava ou não o texto da AGU. O Ministério da Defesa entendia que a aquisição de terras por empresas estrangeiras era permitida pela Constituição, portanto, um parecer da AGU não poderia resolver o assunto - seria necessária a aprovação de emenda constitucional. Já o Ministério da Justiça defendia uma diferenciação para as compras realizadas na Amazônia.
fonte: Valor Econômico
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Fundamentação científica versus Princípio da precaução. Eis a questão! - Por Ariovaldo Zani
O superávit da balança comercial do agronegócio alcançou U$ 55 bilhões em 2009. O sistema pecuário brasileiro já representa 7,5% do PIB e 18% das exportações do agronegócio. Os números determinam também a liderança mundial na exportação de carne bovina e de aves, além da quarta posição global no fornecimento de carne suína.
A preocupação da ONU com o suprimento suficiente capaz de atender o aumento de 70% da demanda global por carnes para os mais de nove bilhões de consumidores, em 2050, pode ser aliviada frente às potencialidades da cadeia brasileira de produção de proteína animal, que dispõe de tecnologia e ciência.
Os fornecedores de soluções nutricionais reconhecem como legítima a atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que segue criteriosamente as recomendações da OIE e OMS e regulamentações do Codex para uso de agentes antimicrobianos na melhoria no desempenho, eficiência alimentar, ganho de peso e prevenção de doenças com base nas avaliações dos estudos científicos sobre resistência. Cumprem também as regras determinadas pelo órgão regulador por meio da utilização dos agentes melhoradores de desempenho e associações aprovadas, respeitando limites máximos de uso e prescrição veterinária.
A ciência contemporânea postula que o possível desenvolvimento de resistência bacteriana aos antimicrobianos de relevância humana e veterinária ainda é controverso e deve ser desmistificado por meio da realização de análises de risco, ao contrário do princípio da precaução, haja vista que o risco é a probabilidade de ocorrência de um fato e não a sua ausência.
De acordo com Cox & Popken, 2004, a probabilidade de a virginiamicina gerar resistência é de 0,7 a 14 chances em 100 milhões, enquanto a não utilização de qualquer antimicrobiano eleva a probabilidade de infecção por Salmonella e Campylobacter a milhares de chances. Observa-se, portanto, que resultados da análise de risco quando apurados devem considerar os benefícios oriundos do uso dos agentes antimicrobianos. O Codex Alimentarius está finalizando a preparação de um Guia de Referência Internacional para Análise de Risco de Resistência Bacteriana que deverá ser concluído até o final de 2010.
A hipótese da proibição de uso de antimicrobianos melhoradores de desempenho foi testada por pesquisadores da UFRGS que estimaram uma perda de 3,78% na conversão alimentar de frangos de corte e aumento de 3,2% no custo de produção. No caso dos leitões e suínos em crescimento a perda no ganho de peso seria de 17% e 6,9%, respectivamente, com aumento de 9,2% no custo da produção Brasileira.
O custo adicional à produção da ordem de R$ 1 bilhão seria acompanhado do aumento na incidência de doenças infecciosas, incremento no uso de antimicrobianos empregados para tratamento dessas enfermidades e na contaminação de produtos oriundos desses animais por bactérias resistentes ou não, redução de lotes criados por ano com menor utilização das instalações de criação, desarranjo na uniformidade de lotes, aumento no custo de abate, diminuição da absorção de nutrientes, aumento da carga de dejetos e maior incidência de doenças entéricas conseqüentes à maior utilização de antibióticos.
GO: animais avaliados pelo PMGZ serão ofertados em Goiás
Animais da raça nelore avaliados pelo PMGZ (Programa de Melhoramento Genético das Raças Zebuínas) serão ofertados durante o leilão Virtual"Amigos do Nelore", que será realizado no dia 1º de setembro, às 21h (horário de Brasília), com transmissão do Canal Terra Viva.
Serão ofertados 100 animais, sendo 80 fêmeas prenhas e paridas e 20 touros de repasse, todos com avaliação genética positiva. A promoção do leilão é dos criadores Raul Ivo P. Filho, Paulo Daher, Paulo Frange e Nelson Albertoni. A assessoria do PMGZ será feita pelo técnico Izarico Camilo Neto, que fará os comentários técnicos sobre os lotes.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Ex-criadores de perus vão usar aviários para produzir frangos
A estrutura usada na criação de perus nos Campos Gerais (PR) foi completamente desativada nos últimos seis meses. Os produtores, que forneciam aves para a Brasil Foods, devem mudar para a criação de frangos. A empresa promete arcar com os custos da mudança e pagar pelo tempo de paralisação das atividades.
O ânimo entre os produtores mudou. “O negócio estava bem complicado. A empresa não nos dava informações, havia muito boato e nós, produtores, estávamos confusos com os rumos que a coisa estava tomando”, conta o avicultor Luiz Otávio Bannach Filho. “Agora a situação é outra. Todos os produtores estão recebendo em dia pelo tempo que os barracões permanecem desativados e eles (Brasil Foods) prometeram que vão mudar os equipamentos das granjas para que a gente comece a produzir frango, tudo isso sem custo para os cooperados”, relata.
Segundo a empresa, para que os produtores comecem a receber os novos equipamentos, falta definir como será feito o financiamento através do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). “Como a Brasil Foods tem cumprido os compromissos até aqui, acreditamos que vai fazer as modificações nas granjas”, diz Bannach. Ele mostra-se preocupado em relação a atrasos.
A previsão é que a indústria passe a abater frangos na planta instalada em Carambeí até o final de setembro. A linha terá a mesma dimensão da que era usada para o abate de perus. Porém, vai funcionar inicialmente com 50% dessa capacidade, ou seja, 150 mil frangos/dia.
Para as mudanças no abatedouro, foram aprovados R$ 29,8 milhões, dos quais 53% já teriam sido aplicados. As obras, iniciadas em abril, prosseguem dentro do cronograma previsto pela empresa. Atualmente, está sendo construído o novo túnel de congelamento, necessário para o aumento do volume de produção. Além disso, estão sendo realizadas as adequações civis para a instalação de novos equipamentos.
Mudança
O processo de migração da produção de perus para frangos dos mais de 400 produtores dos Campos Gerais iniciou no ano passado, com a decisão por parte da Brasil Foods de mudar sua linha de abate de perus para o Centro-Oeste do País, mais precisamente para a unidade de Mineiros, em Goiás.
Um dos motivos alegados é que o preço do milho (essencial para a ração das aves) naquela região estaria muito abaixo do praticado no Paraná, com a saca de 60 quilos custando algo em torno de R$ 10, contra média de R$ 14 praticada nos Campos Gerais. Como a confirmação da empresa só veio em janeiro de 2010, e a desativação da produção de perus vinham sendo divulgada aos produtores desde o final do ano passado, houve insegurança e revolta entre os produtores.
Criadores como Josélia e João Maria de Matos, que têm aviário em Piraí do Sul, estavam prontos para desistir da atividade. “O frango dá mais trabalho. Se for para pagar de novo para trocar os equipamentos e aumentar a granja, eu até prefiro parar. Fiquei cinco anos pagando”, disse ela à época. Agora, mudaram de avaliação. João Maria conta que, após avaliar as propostas da indústria, se animou a produzir frango. “Eles estão pagando certinho os dias dos barracões parados. Também pediram para a gente fazer algumas adequações no terreno e na granja para receber as novas máquinas. Agora está tudo pronto pra começar a produzir”, conta.
Gazeta do Povoterça-feira, 24 de agosto de 2010
Abate Humanitário
A carne vermelha nossa de cada dia
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Argentina diz que não há problemas na importação de máquinas do Brasil
Os números indicam que a relação entre os dois países vai bem: a soma das importações e exportações cresceu 45% entre janeiro e julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Porém, a indústria brasileira de máquinas agrícolas acusa a Argentina de dificultar a entrada dos produtos no país. A espera – que deveria ser de no máximo 60 dias – estaria levando mais de quatro meses.
O secretário de Indústria e Comércio argentino, Eduardo Bianchi, diz que não há problemas na importação de máquinas agrícolas produzidas no Brasil. Segundo ele, a importação até cresceu. Este ano, 80% do maquinário comprado pelos argentinos de outros países foi produzido aqui. No ano passado essa proporção era de 50%.
De janeiro a julho, a Argentina importou 106 milhões de dólares em máquinas agrícolas. 80 milhões foram para o mercado brasileiro.
— Com estes números, me parece que as reclamações não se sustentam. Se houver algum problema é realmente insignificante — diz o representante do governo argentino.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) reforçou que o problema é pontual. Das 70 reclamações recebidas pelo Ministério, seiscentas já tinham sido resolvidas até esta quarta, dia 11.— Os dois governos se mostraram preocupados com o mercado de autopeças. Como a indústria automobilística tem buscado materiais fora do Mercosul, há déficit nas exportações dos dois países. Brasil e Argentina prometeram trabalhar juntos para reverter este cenário — explica o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral.
Estudo do IBGE atualiza dados sobre uso da terra no Rio Grande do Sul
A publicação revela que 46% das terras gaúchas são ocupadas pela atividade pecuária, e 29%, por usos associados com lavouras. Já as coberturas florestais, associadas principalmente a atividades da lavoura diversificada do pequeno produtor, têm expressão, representando em torno de 14% de ocupação do solo no Estado. Além disso, a utilização de áreas cobertas por água, como as lagoas, representa cerca de 7% do total de usos.
– O RS é um Estado com tradição agrícola, mas que, de uns anos para cá, foi sofrendo transformações – pontua Celso José Monteiro Filho, coordenador de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE.
Sobre o resultado, o professor da Faculdade de Agronomia da Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e chefe do departamento de solos, Paulo César do Nascimento, avalia que o levantamento mostra a vocação do RS ao setor primário.
– O que trabalhamos na agronomia é como tentar atuar de forma que essa atividade seja desenvolvida em sistemas de produção sustentáveis – afirma.
O gerente técnico estadual da Emater-RS, Flávio Calcanhoto, acredita que o levantamento servirá também como ferramenta de apoio à extensão rural:
– Qualquer ação desenvolvida no Estado precisa ser planejada. O estudo possibilita uma calibragem entre o uso atual do solo com o uso adequado, com base no zoneamento agroclimático.
De acordo com a coordenadora do projeto, Eloisa Domingues, o resultado é importante para o planejamento e o acompanhamento das mudanças de uso da terra e da cobertura vegetal. Serve também como apoio a análises de conflitos socioambientais, a avaliação do impacto sobre os recursos naturais e de processos de transformação, entre outros.O Rio Grande do Sul foi o quarto Estado no país com o mapeamento de utilização do solo concluído pelo IBGE depois de Acre, Amapá e Roraima. Para realizar o levantamento, o órgão utilizou várias fontes, entre as quais imagens de satélite dos anos de 2007 e 2008 e pesquisa de campo. A expectativa é de que o estudo seja expandido a todo o país.
sábado, 21 de agosto de 2010
SANIDADE
Tietböhl decidiu reafirmar a posição após duas reuniões esta semana com a Federação da Agricultura do Estado, a Sociedade de Veterinária do Rio Grande do Sul e associações de criadores de raças bovinas.
– Isso estava intranquilizando o meio rural – afirma.
O secretário confirma o convite a representantes do Uruguai, da Argentina e do Paraguai para debater a situação em uma mesa-redonda na Expointer, mas o encontro poderá ser informal, já que a intenção é evitar a polemização do assunto.
Rogério Kerber, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul (Fundesa), lembra que a entidade começou a formatar um planejamento estratégico de reforço da estrutura do Estado para, sem determinar prazos, dar condições de o RS evoluir para a condição de livre de febre aftosa sem vacinação, status que dá acesso a mercados mundiais mais exigentes. O motivador, lembra Kerber, foi a intenção do Paraná de suspender este ano a vacinação. Os paranaenses desistiram, mas outros Estados, como Minas Gerais, têm a meta de suspender a vacina em 2014.
Cauteloso, Tietböhl reafirma que, mesmo sem estabelecer prazos, é objetivo levar o Estado ao status de livre de aftosa sem vacinação.– A discussão saiu da esfera técnica – reclama Elizabeth Cirne Lima, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Demora da fusão entre Sadia e Perdigão atrapalha BRF
fonte: Valor Econômico
NUTRIÇÃO
O número indica uma queda em relação à colheita recorde de 68,5 milhões de toneladas de 09/10, de acordo com dados oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na estimativa anterior, a AgraFNP havia previsto 66 milhões de toneladas. Na nova projeção, a analista admite um crescimento de área em relação ao que avaliava anteriormente, mas ainda praticamente estável ante a temporada 2009/10 para a Conab foram 23,5 milhões de hectares.
A produção cairia levando em conta os esperados efeitos negativos do La Niña, que geralmente resulta em tempo mais seco para a região Sul do Brasil.
"Não podemos nos esquecer que vai ter La Niña, e que na safra anterior plantamos para colher 62, 63 milhões de toneladas e colhemos 68 por conta do clima excepcional", afirmou Bierhals. Em 09/10, a safra de soja do Brasil foi favorecida por chuvas do El Niño.
A analista trabalha com uma produtividade média para a nova safra mais próxima dos níveis históricos. Em 09/10, o rendimento médio das lavouras no Brasil atingiu um recorde de 2.918 quilos por hectare, segundo o mais recente levantamento da Conab.
"O viés para a nova safra não é de alta por conta do clima", ressaltou.
A avaliação da consultoria fica acima da previsão do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), que nesta quinta-feira manteve a projeção da safra nova do Brasil em 65 milhões de toneladas.
Mas a previsão da consultoria é mais conservadora do que a de outros analistas, que apontam a nova safra do Brasil em até 70 milhões de toneladas.O plantio de 10/11 deve começar em meados de setembro no Centro-Oeste brasileiro.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Bactéria salmonela é usada em terapia contra câncer
A salmonela é normalmente associada a casos de intoxicação alimentar decorrentes da ingestão de carne e ovos contaminados. Nos testes, os cientistas utilizaram uma linhagem enfraquecida, incapaz de causar a doença. Trabalhos anteriores mostraram que a salmonela infecta preferencialmente células tumorais. Publicado na Science Translational Medicine, o artigo descreve como os pesquisadores aproveitaram tal afinidade para acordar o sistema imunológico.
No início do câncer, as defesas do organismo costumam reconhecer e eliminar as células defeituosas. Com o tempo, o tumor sabota os mecanismos de comunicação celular que denunciariam a anomalia. O câncer então se espalha sem ser incomodado pelo sistema de defesa.Normalmente, o tumor inibe a produção de uma proteína nas células cancerosas: a Cx43. Ela é responsável por apresentar ao sistema imunológico sinais de que algo vai mal - os chamados antígenos tumorais. Os cientistas descobriram que a infecção pela salmonela restabelece os níveis normais de Cx43. O sistema de defesa percebe então que a salmonela é o menor dos problemas: o câncer se torna prioridade. Células T CD8 são enviadas ao local para matar as células cancerosas.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Exportação de carne bovina será retomada em setembro
Para socorrer frigoríficos médios, governo estuda patrocinar fusões
O governo avalia socorrer frigoríficos de carne bovina de médio porte debilitados por dificuldades financeiras derivadas da crise econômica global. Ao menos 15 indústrias precisariam da injeção de R$ 2,5 bilhões de capital por meio de uma nova linha de crédito oficial, apurou o Valor. Algumas dessas empresas já entraram em recuperação judicial e outras ainda buscam saídas para evitar um recurso à Justiça.
Uma solução costurada nos bastidores aponta para a fusão desses frigoríficos em um ou dois grupos que concorreriam com JBS, Marfrig e Brasil Foods. Além disso, qualquer crédito estatal seria "carimbado" para garantir o pagamento das dívidas com pecuaristas (estimadas em R$ 800 milhões) e instituições financeiras, além do capital de giro necessário para tornar viáveis a nova operação.
A ação do governo também obrigaria as empresas a profissionalizar sua gestão. Antes resistentes a ceder o controle de suas empresas, todos os industriais se mostram favoráveis à união patrocinada pelo governo. A fatia dos novos sócios no futuro grupo seria equivalente ao patrimônio e ao endividamento atuais de cada empresa.
O assunto entrou no radar do governo nesta semana em conversas reservadas da indústria com alguns ministros. E foi levado à reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Representante da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) esteve ontem com Rossi e o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, para reforçar o pedido de socorro. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já foi informado do situação.
A situação financeira dos frigoríficos tem piorado desde a imposição de restrições da União Europeia à venda de carne brasileira, em 2007. Depois, a crise internacional fez secar linhas de crédito antes fartas e baratas. O mau momento pegou as empresas alavancadas, com altos investimentos, margens apertadas e com capital de giro rarefeito. Em 2009, as exportações sofreram um tombo de US$ 1 bilhão. Com planos de crescimento frustrados, as indústrias alegam ter ficado sem condições de quitar as pesadas dívidas e com uma capacidade ociosa que beira 30%. Neste ano, as vendas externas devem estacionar nos mesmos US$ 5 bilhões de 2009.
Os frigoríficos médios reclamam apoio do governo e apontam como desequilibrada a atuação do BNDES no setor. Criticam o que chamam de "Carnebrás", patrocinada com dinheiro público. Nas conversas de bastidor, o governo tem defendido de forma intransigente a estratégia do banco estatal de concentrar o foco em JBS e Marfrig. Mas admite ter faltado uma ação mais sistêmica de ajuda ao setor, sobretudo para pequenas e médias indústrias.
Uma linha de R$ 10 bilhões foi lançada no início de 2009 para tentar ajudar as agroindústrias, inclusive frigoríficos. Mas o nível de exigência em garantias reais e a alta taxa de juros de 11,25% ao ano (mais "spreads") impediram algumas empresas de emprestar os recursos. Apenas R$ 6,4 bilhões foram desembolsados e, segundo o governo, metade do dinheiro destinado a frigoríficos acabou nas mãos de JBS e Marfrig.
Executivos que acompanham as negociações com os ministros avaliam que a demanda foi recebida com boa vontade pelo governo. Parte da equipe do presidente Lula avalia que a situação é realmente difícil. O cenário econômico tampouco é animador, segundo esses relatos. A crise na UE e a forte pressão política interna para barrar a carne brasileira no bloco seguem uma trava importante para a superação da restrição de demanda. Os sinais de desaceleração nos EUA e na China também reforçaram a sensação de urgência na ação do governo. Por fim, questões operacionais no Irã e barreiras não-tarifárias na Rússia dificultam uma retomada das exportações.
Mas a questão que mais angustia uma parcela do governo é o impacto social de uma quebradeira generalizada no setor. Os empresários fizeram chegar ao governo que estão em jogo 80 mil empregos diretos nos médios e pequenos frigoríficos. Além disso, o Ministério da Agricultura está preocupado com os efeitos de um calote das indústrias na atividade pecuária.
O domínio de JBS e Marfrig sobre o mercado não interessa ao governo porque esse seria o caminho mais curto para uma ampla crise de renda na pecuária via depressão de preços. O governo lembra dos impactos da crise da Parmalat no setor leiteiro, em 2004, que deixou milhares de pequenos produtores sem ter para quem vender e deprimiu os preços do leite.