segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bovinos de Corte - Angus: precocidade e sabor


O gado de corte angus é de origem inglesa e sua carne é considerada a melhor do País, principalmente pela característica de marmoreio, que dá mais suculência, maciez e qualidade ao produto final. Muitas indústrias pagam preços especiais ou oferecem bonificações a produtores de gado angus, o que aumenta a rentabilidade do criador pela valorização da carne. Outra fonte de elevação de renda é a superprecocidade dos animais da raça, tanto machos quanto fêmeas. O período reprodutivo começa mais cedo, aumentando a quantidade de partos, além de a idade de abate ser até seis meses antecipada em relação ao gado zebuíno.
O médico-veterinário Fernando Velloso, técnico da Associação Brasileira de Angus, vai dar a palestra “Genética angus na produção de carne de qualidade” no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, no Paraná, nesta sexta-feira, 13 de agosto, às 19h. Segundo ele, o gado de corte angus não se caracteriza por ter carcaças muito pesadas ou alto rendimento de carcaça, e sim pela alta produção e boa qualidade do produto final. Velloso explica que, em sistemas mais intensivos, é normal chegar a um número próximo de 55% de rendimento de carcaça, com uma alimentação de boa qualidade, chegando a 18 arrobas com animais jovens e 20 arrobas com animais de mais idade.
— O principal benefício é em relação à precocidade, tanto em relação à precocidade sexual, pois as fêmeas podem entrar em reprodução muito jovens, quanto à precocidade de terminação dos machos, que já ficam prontos para abate já com cobertura de gordura com idade bastante jovem. Outra questão muito importante é que os animais da raça angus têm grande superioridade na qualidade da carne. Ela foi uma das primeiras raças a ser selecionada para qualidade de carne, tem grande expressão de marmoreio na sua carne, que é a gordura entremeada. Os animais da raça angus devem apresentar sempre a característica de marmoreio. Mesmo em cruzamento com os zebuínos, os animais meio-sangue ainda preservam esta característica, que é mensurável através de ultrassonografia — explica o médico-veterinário.
A raça, hoje, está sendo utilizada em todo o Brasil, em função do cruzamento com outras raças para aumentar a qualidade genética dos rebanhos, mas os centros de concentração de produção de angus está nos Estados do Sul, principalmente Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Apesar da genética angus ser determinada para a superprecocidade e alta qualidade de carne, Velloso alerta que a alimentação também é muito importante para reforçar estas características e que os produtores também devem se preocupar com a nutrição dos animais.
— Não é difícil abater animais Angus em torno de um ano. O que a gente costuma dizer é que,em comparação aos zebuínos, nós conseguimos adiantar a idade de abate em quatro a seis meses. Aquele produtor que já tinha um sistema de produção tecnificado e abatia os animais com dois anos pode abater com um ano e meio animais com cruzamento angus. Ela pode aumentar a rentabilidade do produtor aumentando o desfrute da propriedade, ou seja, aquelas propriedades que melhoram suas taxas reprodutivas e antecipam a idade de abate têm um fluxo de caixa maior e isso tem um resultado econômico direto ou com o programa de bonificação que as indústrias oferecem hoje pela carne de angus — ressalta.

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