segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Avicultores e suinocultores apostam na estabilidade de produção em 2011



Para agregar mais valor aos seus produtos, avicultores e suinocultores apostam na estabilidade de produção para 2011, mesmo diante da iminente falta de carne bovina no mercado brasileiro. Para a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), o intuito do setor para os próximos anos é o incentivo ao consumo da carne de porco no mercado interno. Já os criadores de frango miram a abertura de novos mercados de consumo, como a Índia e a Indonésia, para saltar em três anos para a segunda colocação mundial no ranking de produção.
Diante das dificuldades encontradas para avançar na exportação da carne suína produzida no Brasil, associações do setor e governo estudam medidas para os próximos três anos. O objetivo é incentivar o consumo da carne de porco no mercado interno. Segundo a ABCS, serão investidos mais de R$ 9 milhões em campanhas para difundir a importância da carne de porco em sete estados brasileiros. A aposta é que o consumo passe dos atuais 13 quilos consumidos por pessoa ao ano para até 18 quilos em cinco anos.
"Esperamos que a carne suína tenha uma participação maior na mesa do brasileiro. Este ano devemos fechar perto de 14 quilos per capita", disse Fabiano Coser, diretor executivo da ABCS.
A expectativa para este ano é que a produção de suínos atinja a marca de 3,2 milhões de toneladas, praticamente em linha com a produção de 2009, quando foram registrados 3,19 milhões de toneladas. Já em relação às exportações, Coser não demonstrou o mesmo otimismo e prevê queda de 5%, fechando com 580 mil toneladas de carne suína, ante os 606 mil de 2009. "Não teremos queda na produção de suínos no Brasil. Acredito que vamos fechar o ano com um incremento de 3%, entretanto prevemos uma queda de 5% na exportação desse produto neste ano", afirmou.
Para o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, a tendência é que a carne suína ganhe mais destaque na falta da carne de boi. "A tendência é que a carne de porco ganhe mais espaço, e valorização também, os preços também acabarão aumentando", disse.
Frango
O alto índice de abate de matrizes bovinas, que resultou na queda do volume do rebanho brasileiro, não mudou também os planos dos criadores de frango do País. Segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), o frango já possui forte aceitação no mercado interno, passando inclusive os volumes de consumo per capita da carne bovina.
Para Ricardo Santin, Diretor de Mercados da entidade, o setor vem registrando aumentos consistentes nos últimos três anos e a ideia não é elevar a produção vertiginosamente e sim manter uma estabilidade na produção e agregar mais valor ao preço do frango.
A expectativa do setor é fechar o ano com mais de 12 milhões de toneladas de frango produzidas, ante as 10,9 milhões de 2009. Em termos de exportação, a previsão supera 7%, que representa 3,8 milhões de toneladas exportadas.
Para Santin, a intenção nos próximos anos é ampliar as exportações. No caso da China, a ideia é pegar carona no crescimento da classe E. Com a Índia, o Brasil já possui acordo, entretanto as altas taxas de importação inviabilizaram qualquer negócio. A nova aposta fica por conta da Indonésia. "Enviamos um representante à Indonésia para abrir esse mercado. Eles consomem em média 5 quilos de frango por ano. Esse mercado tem mais de 240 milhões de consumidores".
Para Clever Pirola Ávila, presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), a produção brasileira de frangos chegará em 2015 com 13 milhões de toneladas por ano, transformando o País no segundo maior produtor do mundo. "Fomos conservadores ao calcular nosso crescimento, mesmo porque temos que avaliar a rentabilidade. Temos de crescer de forma gradativa."

Capital News

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