Um estudo brasileiro comparando animais vacinados em protocolos de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) com bovinos que não receberam a vacinação chamou a atenção de pesquisadores que participaram da Conferência Anual da IETS (International Embryo Transfer Society), realizada no Palais des Congrés, em Versalhes, na França, de 10 a 13 de janeiro, com a participação de aproximadamente 600 pessoas de diversos países.
O trabalho, feito com 1172 vacas Nelore, provenientes de quatro fazendas localizadas no Mato Grosso do Sul, distribuídas em dois grupos na estação de monta 2013/2014, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com veterinários de campo parceiros e veterinários do laboratório Biogénesis Bagó, de Curitiba (PR) e Lab Axys Análises Diagnóstico, de Porto Alegre (RS). O levantamento identificou que os animais vacinados de forma estratégica contra Diarreia Viral Bovina (BVD), Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) e Leptospirose obtiveram taxas de prenhez superiores em protocolos de IATF. Os animais vacinados tiveram taxas de prenhez em IATF de 58,2% enquanto que o grupo de controle teve 44,7%, demonstrando um índice superior de 13,5 pontos percentuais ou um aumento de 27% em prenhez.
“O que mais me chamou a atenção durante o congresso foi notar que o interesse neste tema tem aumentado muito principalmente dentro da área acadêmica e científica. Pesquisadores renomados de diversos países, e principalmente do Brasil, discutiram os dados e o interesse em desenvolver novos trabalhos nesta área foi muito grande. Durante muito tempo as pesquisas foram voltadas a estratégias visando aumentar a fertilidade e a prenhez das vacas, porém poucos estudos se concentraram nas perdas gestacionais, especificamente nas relacionadas à sanidade. De certa forma há uma conscientização maior de que não adianta apenas termos altos índices de prenhez sendo que em algum momento estamos perdendo parte destas gestações”, observa o médico veterinário Lucas Souto, Gerente de Serviços Técnicos da Biogénesis Bagó, que esteve na Conferência da IETS para apresentar o trabalho.
“Cada vez mais tem se comprovado que um programa sanitário definido da forma correta ajuda na melhoria de índices reprodutivos e, consequentemente, produtivos, permitindo utilizar o conceito de reprodução com saúde, emprenhando mais vacas, na época certa, mantendo as gestações e minimizando as perdas”, salienta o veterinário.
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