quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Brasil quer ampliar comércio com os EUA

Nunca antes na história deste País as exportações aos Estados Unidos ocuparam uma fatia tão pequena do total das vendas do Brasil ao exterior e essa situação incomoda o governo. A redução da importância do mercado americano é, em parte, explicada pela recessão no hemisfério Norte e pelo aumento da importância de outros parceiros do Brasil, como a China e os países latino-americanos, mas os EUA ainda são a maior economia do mundo, nosso maior mercado para manufaturados e um alvo prioritário da política comercial.

Vendas aos EUA são hoje 9,9% do total do Brasil
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, estará esta semana com Barral em Washington para encontros com autoridades americanas, entre elas, o secretário do Comércio, Gary Locke, e para um seminário sobre inovação, com integrantes do governo e setor privado do Brasil e dos EUA.

Com Locke, Jorge e Barral querem dar impulso ao acordo-quadro sobre investimentos (Tifa, na sigla em inglês). O Tifa estabelece regras claras para os investidores e garante mecanismos mais ágeis de resolução de conflitos comerciais e com investidores. Na ausência de um tratado tradicional de proteção de investimentos, pode dar a segurança necessária a pequenos e médios empresários americanos interessados em investir no Brasil, segundo avalia o Ministério do Desenvolvimento.

O caminho dos exportadores para o mercado americano poderia ser facilitado com a remoção de barreiras não tarifárias e canais mais diretos de negociação para solucionar conflitos comerciais. Em um processo de aproximação que começou ainda na administração George Bush, o governo brasileiro tenta, com algum atraso, dar, nesta semana, impulso a negociações que poderão abrir caminho aos produtores brasileiros, a partir da discussão de parâmetros comuns para as normas sanitárias e normas técnicas em setores como biocombustíveis, equipamento médico e remédios.

"Queremos este ano recuperar o volume de exportação recorde de 2008, de US$ 28 bilhões aos EUA", garante Barral, que admite ser difícil cumprir a meta. Em 2009, as exportações ficaram em US$ 15 bilhões, em 2010, até agosto, chegaram a US$ 13 bilhões.

A movimentação entre Brasília e Washington acontece, porém, em momento de forte interesse por parte do governo de Barack Obama, que considera o Brasil alvo prioritário em seu plano de dobrar as exportações americanas em cinco anos. Só a China foi mais citada que o Brasil no relatório entregue pelos técnicos a Obama, com as linhas gerais do plano, na semana passada. Depende do governo, mas também do setor privado, aproveitar a oportunidade.

Fonte: Valor Econômico

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