Nunca antes na história deste País as exportações aos Estados Unidos ocuparam uma fatia tão pequena do total das vendas do Brasil ao exterior e essa situação incomoda o governo. A redução da importância do mercado americano é, em parte, explicada pela recessão no hemisfério Norte e pelo aumento da importância de outros parceiros do Brasil, como a China e os países latino-americanos, mas os EUA ainda são a maior economia do mundo, nosso maior mercado para manufaturados e um alvo prioritário da política comercial.
Vendas aos EUA são hoje 9,9% do total do Brasil
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, estará esta semana com Barral em Washington para encontros com autoridades americanas, entre elas, o secretário do Comércio, Gary Locke, e para um seminário sobre inovação, com integrantes do governo e setor privado do Brasil e dos EUA.
Com Locke, Jorge e Barral querem dar impulso ao acordo-quadro sobre investimentos (Tifa, na sigla em inglês). O Tifa estabelece regras claras para os investidores e garante mecanismos mais ágeis de resolução de conflitos comerciais e com investidores. Na ausência de um tratado tradicional de proteção de investimentos, pode dar a segurança necessária a pequenos e médios empresários americanos interessados em investir no Brasil, segundo avalia o Ministério do Desenvolvimento.
O caminho dos exportadores para o mercado americano poderia ser facilitado com a remoção de barreiras não tarifárias e canais mais diretos de negociação para solucionar conflitos comerciais. Em um processo de aproximação que começou ainda na administração George Bush, o governo brasileiro tenta, com algum atraso, dar, nesta semana, impulso a negociações que poderão abrir caminho aos produtores brasileiros, a partir da discussão de parâmetros comuns para as normas sanitárias e normas técnicas em setores como biocombustíveis, equipamento médico e remédios.
"Queremos este ano recuperar o volume de exportação recorde de 2008, de US$ 28 bilhões aos EUA", garante Barral, que admite ser difícil cumprir a meta. Em 2009, as exportações ficaram em US$ 15 bilhões, em 2010, até agosto, chegaram a US$ 13 bilhões.
A movimentação entre Brasília e Washington acontece, porém, em momento de forte interesse por parte do governo de Barack Obama, que considera o Brasil alvo prioritário em seu plano de dobrar as exportações americanas em cinco anos. Só a China foi mais citada que o Brasil no relatório entregue pelos técnicos a Obama, com as linhas gerais do plano, na semana passada. Depende do governo, mas também do setor privado, aproveitar a oportunidade.
Fonte: Valor Econômico
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