sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Cuidados com os carrapatos no ambiente




No Brasil, os carrapatos estão amplamente distribuídos em todas as regiões, são obrigatoriamente hematófagos e exercem diversos efeitos prejudiciais no organismo do hospedeiro, que vão desde lesão cutânea, anemia, inoculação de toxinas e, eventualmente, indução à morte. Obviamente, tais efeitos variam conforme a espécie de carrapato e a área geográfica.

Esses ectoparasitas são potencialmente transmissores de agentes patogênicos e têm despertado o interesse na saúde pública por causa da participação na transmissão de doenças aos humanos, tidas como emergenciais e reemergenciais, muitas vezes letais. Os carrapatos, quando infectados por esses agentes, possuem a capacidade de transmissão de uma fase de vida para outra levando seus descendentes a serem reservatórios potenciais de patógenos.

Neste texto, daremos ênfase a espécies de carrapatos que acometem equinos, que normalmente são parasitados por duas espécies de carrapatos: Dermacentor nitens, que possui preferência de se fixar principalmente nas oelhas, narinas, crina e cauda, e Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato-estrela, rodoleiro, micuim vermelhinho, que se distribui por todo o corpo do animal, e está associado a doenças como babesioses em equinos (Babesia. caballi e Theileria equi).

O carrapato A. Cajennense, mesmo preferindo os equinos, parasita outras espécies de animais, inclusive os humanos. Pode sobreviver vários meses na fase de vida livre e necessita de três hospedeiros para realizar seu ciclo de vida. Dessa forma, possui capacidade de disseminar agentes causadores de doenças como a Febre Maculosa Brasileira (FMB), que tem sido uma das zoonoses mais estudadas no Brasil.

A FMB apresenta-se como doença infecciosa aguda, de gravidade variável, determinada por Rickettsia rickettsii e, pelo que se conhece até o momento, transmitida por carrapatos do gênero Ambyomma spp. A ecologia e a distribuição do carrapato vetor determinam os principais aspectos epidemiológicos dessa enfermidade.

Pelo quadro clínico da Febre Maculosa Brasileira, podemos considerá-la uma doença que acomete vários órgãos do corpo humano, que apresenta uma evolução dos sintomas de forma variável, desde situações com sintomas brandos sem manchas avermelhadas até situações que pode levar à morte. Inicia-se geralmente de forma abrupta, com manifestações inespecíficas tais como febre, mal-estar generalizado, cefaléia, dor muscular e regiões avermelhadas. Os sinais e sintomas clínicos podem variar dependendo do tipo de comprometimento: gastrintestinal com náusea, vômito, dor abdominal, diarr&eacu te;ia e, eventualmente, comprometimento hepático com icterícia; manifestações renais causando impacto no sistema de excreção; pulmonar com tosse e edema pulmonar. O exantema é o sinal mais importante da febre maculosa, aparece geralmente entre o terceiro e o quinto dia de doença, podendo estar ausente em 15% a 20% dos pacientes, o que dificulta e retarda o diagnóstico.

Todas as espécies de riquétsias do grupo da febre maculosa conhecidas até o momento mantêm seu ciclo de vida na natureza entre o carrapato vetor e algumas espécies de mamíferos silvestres, chamados de hospedeiros amplificadores. Desta forma, o efeito amplificador que alguns hospedeiros silvestres desempenham deve existir para assegurar a manutenção da bactéria na natureza.

No Brasil, existem casos registrados de febre maculosa em vários estados, em especial na região Sudeste. Na região Centro-Oeste, embora existam as condições ideais para circurculação do agente, somente em Mato Grosso do Sul foram identificadas bactérias do grupo da Febre Maculosa Brasileira infectando carrapatos das espécies A. Calcaratum e A. nodosum. Em ambos os casos identificou-se Rickettsia parkeri-like, que é patogênica para seres humanos e determina sinais clínicos mais moderados.

Medidas de controle

O controle do carrapato somente nos equinos não resolve o problema, pois outras espécies podem manter a população desta espécie. As larvas e as ninfas aparecem nos meses mais frios. Neste período, uma série de tratamentos carrapaticidas, com base nas especificações do fabricante, a intervalos semanais deve ser realizada nos animais (equinos e bovinos, conforme o caso) com o direcionamento para a espécie de carrapato A. cajennense. Deve-se avaliar as pastagens, com relação à infestação, até considerar-se com baixa infestação. Os animais devem retornar ao mesmo pasto infestado para se reinfestarem, reduzindo a popu lação de carrapatos nas pastagens e promovendo o tratamento carrapaticida para desinfestar os animais novamente. Nos meses mais quentes ocorre a predominância dos adultos, quando o controle pode ser realizado por catação manual ou rasqueamento nos equinos e realizando a queima ou tratamento com carrapaticida dos carrapatos retirados.

É importante separar bovinos de equinos e os mesmos de capivaras ou outros animais silvestres quando possível. Cães e cavalos podem com maior facilidade levar adultos para as instalações e, neste caso, deve ser realizada a pulverização das instalações semanalmente para o seu controle. Os cães devem ser tratados com orientação específica para a espécie. Deve-se roçar os pastos bem próximo ao solo, para que o sol possa aumentar a temperatura e diminuir a humidade no ambiente do carrapato reduzindo o seu tempo de vida, além de controlar o carrapato nos animais que forem introduzidos na propriedade.

Cuidados pessoais

Para evitar possibilidade de contaminação pela FMB alguns cuidados devem ser tomados visando reduzir a possibilidade de picada e fixação dos carrapatos nos humanos:

1 – Uso de roupas claras, camisa de manga comprida e botas de cano longo com a proteção de fita adesiva entre a calça e a bota.
2 – Vistoriar o corpo e retirar os carrapatos imediatamente após terminar a atividade de campo.
3 – Matar os carrapatos com fogo, água fervente ou álcool e não esmagar entre as unhas para não correr o risco de contaminação. Para retirar os carrapatos da roupa pode ser usada fita adesiva e, em seguida, ferver as roupas antes de lavar.

Se dias após o contato com carrapatos aparecerem sintomas como gripe forte (febre, desânimo, dores no corpo), falta de apetite e/ou manchas na pele, deve-se procurar um médico imediatamente e informar sobre o contato com carrapato. É importante lembrar que as larvas e ninfas são os principais responsáveis pela transmissão da FMB.

Renato Andreotti – pesquisador da Embrapa Gado de Corte e Marcos Valério Garcia – bolsista de pós-doutorado do CNPq 
Embrapa Gado de Corte

E-mail enviado por: RuralBan

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental




A Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental tem o propósito de estabelecer um vínculo entre a Academia e a sociedade, pela apresentação e produção de conteúdos acadêmico-científicos das engenharias, da tecnologia em gestão ambiental, da administração assim com das ciências humanas e sociais aplicadas.
Dessa forma, permite a aplicação e a evolução dos delineamentos teóricos entre outras descobertas que merecem e devem ser publicadas e divulgadas para a sociedade.


Enviado por: Jairo Afonso Henkes, Prof. M.Sc

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Qual o valor do salário de vaqueiro, tratorista, capataz, gerente e diarista?

Veja pesquisa de salários conduzida pela associação Aprova, de GO, sobre salários em fazendas de pecuária.
tabela salários
Fonte: APROVA.
Dados encontrados em: http://www.beefpoint.com.br

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Saiba mais sobre o hambúrguer vegetal que “sangra” como carne e que atraiu o interesse do Google

Existem hambúrgueres vegetais de todos os tipos e eles podem realmente ser saborosos, mas não são um substituto de verdade da carne, se o que realmente se busca é uma experiência de consumir um hambúrguer. Foi pensando nisso que o professor de bioquímica de Sanford, Patrick Brown, desenvolveu um hambúrguer feito apenas com ingredientes vegetais e que realmente parece o produto de verdade – o chamado Impossible Cheeseburger.
Aparentemente, o produto tem o sabor de carne de verdade – e tem uma textura similar, de acordo com o Wall Street Journal, que descreveu o produto como uma mistura entre o sabor da carne bovina e da carne de peru, deixando uma umidade semelhante a sangue no prato. É também “um pouco mais leve e talvez mas macio do que o hambúrguer típico e tem um gosto menos “sangrento”. Porém, cada mordida tem uma consistência bem parecida com a de tecido animal. Não é excessivamente esponjoso como tofu. Ao invés disso, os grãos de carne se unem, como ocorre mesmo no hambúrguer.

Isso é conseguido usando um composto químico conhecido como heme – uma proteína que pode ser encontrada na hemoglobina, pigmento vermelho do sangue, e em raízes de plantas fixadoras de nitrogênio. Essas plantas, que incluem legumes, não são capazes de extrair nitrogênio do ar por contra própria, de forma que contam com a ajuda de bactérias simbióticas chamadas rizóbios, que vivem em seus nódulos radiculares. Essas bactérias ajudam as plantas a extraírem e estocarem nitrogênio. O heme também contém ferro que, quando exporto ao oxigênio, fica vermelho – assim como sangue – e também cria os sabores de carne.
“O heme é basicamente 99% do segredo do sabor da carne. O heme é uma molécula que faz com que a carne tenha sabor de carne. Essa é a razão pela qual carne não tem sabor de nada mais. Essa é a razão pela qual a carne vermelha, que tem mais heme, tem um sabor mais de carne para as pessoas do que a carne branca”, disse Brown.
Brown criou sua própria companhia, a Impossible Foods, e espera inspirar mudanças reais na forma como comemos oferecendo uma alternativa sustentável à carne, que consome muita terra e água e contribui de forma significativa para as emissões de gases de efeito estufa.

“Tivemos que reinventar de forma eficaz todo o sistema de produção de alimentos – com o resultado final sendo um produto inacreditavelmente delicioso que pode competir com sucesso com produtos que as pessoas adoram há milhares de anos”.
A Impossible Foods obteve US$ 75 milhões em capital de risco – incluindo financiamento da Google Ventures e de Bill Gates – de forma que pode ser possível vermos seus hambúrgueres vegetarianos nas prateleiras dos supermercados em um futuro não tão distante, bem como outros substitutos da carne à base de vegetais.
Veja abaixo um vídeo do Wall Street Journal (em inglês) sobre esse hambúrguer:



Fonte:http://www.beefpoint.com.br/

E então, o que acham???

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Uma reflexão sobre a crise

Recebi um e-mail com texto de Miguel Cavalcanti, da BeefPoint. Seria uma outra perspectiva, mais proveitosa, da situação que vivemos hoje. Vale a leitura.

"Bom dia, tudo bem?

Essas duas semanas foram incríveis e intensas aqui no BeefPoint... Estamos muito animados com a nova turma do AgroTalento que inicia essa semana.
Hoje, eu quero falar de um outro tema, importante, e que vem sendo abordado de um jeito não muito positivo pelos principais veículos. O tema é CRISE.
Na semana passada, dei uma palestra em Presidente Prudente, SP, e falei sobre 3 temas: mercado do boi, desafios do profissional do futuro da pecuária, e também falei sobre crise.
Falei que muita gente está se contaminando com as notícias sobre a crise. 
Sim, a crise é real, quando você olha o Brasil como um todo. Mas como eu escrevi num texto ano passado, não deixe a Dilma decidir quanto você vai faturar em 2015. Você que precisa decidir, e ir atrás dos seus objetivos.
E falei também que enquanto muitos estão falando, comentando, como torcedores numa arquibancada, sobre a queda do PIB na casa de 1%, outros estão trabalhando para cuidar dos 99%.
Eu estou no segundo time, e por incrível que possa parecer, 2015 vai ser o melhor ano do BeefPoint. Muito mais pelo que nossa equipe está fazendo do que pelas facilidades do mercado, que não existem...
Se você olhar a sua volta, verá que em tempos difíceis há que tenha sucesso... E em tempos de bonança, há quem fracasse.
Meu foco é aprender com os que crescem, inovam e expandem na crise. Eu quero aprender com eles, eu quero entender o que eles fazem de diferente. Eu quero modelar o sucesso deles.
E tem outro tema importante relacionado com a crise: AUTO-CONFIANÇA. É preciso proteger sua auto-confiança, em especial em tempos de crise. Você vai se ver cercado de notícias ruins e tem uma chance grande de você ser contaminado.
Li essa semana: Não importa se é fácil ou difícil, o que importa é que é possível...
Entre em campo, faça acontecer.
Daqui em diante, vamos trabalhar em diversas frentes, em como vencer na crise, na pecuária de corte. Vamos buscar os exemplos, as técnicas, os métodos, os segredos de quem está crescendo na pecuária, mesmo com a crise.
E por último, meu convite, meu desafio, que eu faço a todos os alunos do AgroTalento: Seja um Herói Local. Não tenha medo de ser lendário. Seja uma fonte de luz na escuridão. As pessoas a sua volta precisam do seu apoio, da sua confiança, da sua coragem.

Vamos que vamos!

Muito obrigado. Abraços, Miguel"

Fonte: E-mail enviado por Miguel Cavalcanti, BeefPoint