Mercado:
O mercado é excelente e tende a crescer. Hoje o Rio Grande do Sul, por exemplo, pretende ampliar o número de criadores, para atingir o abate de 15000 emas/ano, quantidade equivalente à carga de um contêiner/mês. O consumo deste tipo de carne na Europa, que a considera mais sadia, é muito alto; e a Alemanha, por exemplo, quer cinco toneladas/mês. Temos divulgado as criações do Brasil através das embaixadas brasileiras no exterior. Sendo a ema sul americana os nossos criadores, tem um amplo mercado externo para abastecer com os seus produtos.Hoje passamos por uma fase de formação do plantel e fomentamos a produção, auxiliando os criadores para que possam abastecer o mercado internacional o mais breve possível. Saiba melhor como iniciar sua criação e junte-se a nós!
Conheça a criação comercial de emas e os passos a serem tomados para se montar um criatório:
1 - Registro no Ibama::
O primeiro passo a ser tomado é o envio da carta-consulta ao Ibama. Após a aprovação da carta-consulta, deve ser enviado um projeto, atendendo as exigências da portaria 118-N daquele órgão, assinado por um responsável técnico, Engenheiro Agrônomo, Veterinário, Biólogo ou Zootecnista.
2 - Construção das Instalações:
As instalações, sempre de acordo com o projeto aprovado pelo Ibama, podem ser simples, mas devem atender as áreas mínimas requeridas pelos animais.
2.1 - Piquete para reprodutores:
Onde são alojados os reprodutores da criação. A área utilizada varia de local para local, e podem ter em média 30 animais por hectare. No Rio Grande do Sul é geralmente usado 1 hectare para 4 famílias, composta de 16 machos e 24 fêmeas. A alimentação utilizada na estação de postura é pasto verde à vontade mais ração de reprodução ou postura. Nos outros meses do ano dependendo da qualidade e disponibilidade de forragem verde (gramíneas e leguminosas), deve-se suplementá-las com ração de manutenção e/ou silagem. A cerca, para evitar fugas, deve ser de 1,2m a 1,3m de altura, com tela plástica ou metálica, e é indispensável uma área de sombra.
2.2 - Sala de higienização:
Onde os ovos serão limpos e armazenados antes de irem para a incubação. Este local deve ser desinfetado, e com estrutura para realizar a higienização dos ovos, que deve ser feita com água morna corrente e sabão neutro. Após é feita imersão em solução desinfetante, a secagem dos ovos com toalha de papel e passagem de lenço umedecido que contenha bactericida. Também pode estar presente nesta sala uma câmara de armazenagem, que mantém entre 15oC e 18oC a temperatura e a umidade em 70% durante sete dias antes de eles irem para a incubadora, racionalizando tempo e mão-de-obra.
2.3 - Sala de incubação:
O local onde os ovos vão ser incubados. Nele pode estar o ovoscópio, aparelho que avalia as condições do ovo e do desenvolvimento do embrião e as chocadeiras, além dos produtos de desinfecção. Embora menos aconselhado, o criador pode optar por fazer a incubação natural, o que dispensa a construção de uma sala de incubação.
2.4 – Berçário:
O berçário é o local que ficam os nascedouros e os filhotes até seus dois primeiros dias de vida. Tem o umbigo desinfetado três vezes ao dia e são aquecidos por lâmpadas infravermelhas medicinais, a fim de mantê-los a uma temperatura ambiente de 30 C (85 F).
2.5 – Internato:
Para onde os animais são transportados no segundo ou terceiro dia de vida. Esta fase é no campo, e os animais são colocados em piquetes divididos em pequenos grupos. Devem ter um espaço razoável, pois os exercícios nesta fase são fundamentais. Dormem com aquecimento artificial a 28oC (82oF). A alimentação fornecida é forragem verde picada mais ração inicial. São necessários também bebedouros e uma área com sombra. É cercada com tela de 0,7m a 1m de altura. Uma opção nesta fase é deixar os filhotes aos cuidados de um macho, que dispensa a construção desta estrutura.
2.6 – Recria:
É a fase em que se dá início o processo de adaptação às condições ambientais. Os filhotes já se encontram com mais de 1 kg e podem gradualmente ir adaptando-se às condições naturais: se a noite não estiver muito fria, dormirão na intempérie; poderão se expor a pequenas chuvas, etc.Ficam dos 30 aos 90 dias aproximadamente.
2.7 - Piquete de terminação:
Semelhante ao piquete para reprodutores. Ficam do 3º mês até o abate, que se dá ao redor dos 14 meses ou permanecem até os 18 quando seu destino é a reprodução. Um hectare pode abrigar em média 50 emas.
3 – Manejo:
Aos animais adultos da criação, é fornecida uma quantidade de ração diariamente, realizada desvermifugação periodicamente; sempre verificando seu espaço, proporcionando-lhes condições como se estivessem em seu habitat.
Manejo dos filhotes e a estação de postura
A estação de postura varia de local para local. No Rio Grande do Sul, por exemplo, nos criatórios comerciais, é geralmente de setembro a fevereiro, tempo dobrado em relação as aves da natureza, devido a certas práticas de manejo, como a incubação artificial dos ovos, que estimula a postura. Durante esta estação, cada ave adulta põe em média 35 ovos, número que pode variar muito de acordo com o manejo adotado pelo criador.
Os ovos são retirados do ninho assim que são encontrados. São transportados cuidadosamente até a sala de higienização. Devem ser desinfetados de acordo com a preferência do criador, e após estarem secos são avaliados com auxílio de um ovoscópio, e em seguida são pesados e etiquetados. Na chocadeira, devem ser colocados na mesma posição de transporte, horizontal, a uma temperatura de 36,5ºC (97oF) e umidade do ar com uma média de 48%, podendo variar. A viragem dos ovos deve ser feita de três em três horas, para evitar que o embrião cole na casca. Deverão ser avaliados semanalmente no ovoscópio, e devem ser descartados os ovos que não estão férteis. Três dias antes de nascer são colocados no nascedouro, onde a viragem é interrompida. No nascedouro a temperatura passa a ser de 35,5ºC e umidade relativa do ar de 53%. No 38º dia o filhote perfura a casca com o bico, onde se inicia o processo de eclosão, que pode durar até 12 horas.
Filhotes recém-nascidos vão para o berçário, lugar onde permanecem até 48 horas, aquecidos com lâmpadas infra-vermelho medicinais. No terceiro dia de vida podem ir para piquetes no campo, no internato, e sempre no final da tarde são recolhidos para uma estufa, ou outra estrutura adaptada que já exista no local, que os proteja de predadores e os mantenha aquecidos a 28oC, separados em grupos menores. Uma segunda opção é deixar os filhotes de dois dias aos cuidados de um macho, que poderá cuidar de até 25 filhotes. Com 1 mês de vida os filhotes vão para piquetes maiores, já identificados e sexados. Com 14 meses de idade podem ser abatidos, ou com 18 meses os que forem selecionados como reprodutores já terão atingido a maturidade.
Produtos da ema
Carne - A carne de ema é muito saudável, nutritiva e saborosa. Possui baixo índice de gordura e de colesterol (1,2% a 1,5%). Tem sabor semelhante à carne bovina, apresentando alto nível protéico. O preço para o produtor oscila entre US$ 3,00 (R$ 7,00) para a carne de segunda e US$ 8,00 (R$ 20,00) para a carne de primeira. Uma ema adulta produz cerca de 12 quilos de carne. É considerada a carne mais sadia na Europa.
Ovo - O ovo de Ema pode ser consumido normalmente, é muito saudável. Os ovos inférteis também podem ser vendidos para artesanato ou para outros fins, por uma média de R$ 10,00. Ovos férteis podem ser vendidos por R$ 50,00, para outros criatórios que irão incubá-los.
Penas - São utilizadas em fantasias, espanadores, etc, comercializada por R$ 50,00 o quilo. Um animal adulto produz 300g de penas de primeira.
Óleo - É utilizado em diversos países, pelas indústrias cosmetológica e farmacêutica, de excelente qualidade por possuir propriedades medicinais. Um animal adulto de 25 quilos produz 2kg de gordura bruta que gera 1,6l a 1,8l de óleo purificado.
Couro - Uma ema produz cerca de 0,6m2 de couro, que pode ser comercializado por aproximadamente US$ 50,00 e é de excelente qualidade. Também o couro das patas é muito valorizado, e é empregado na confecção de sapatos.
Fonte http://www.agce.com.br/emas_criacaocomercial.htm