Já se foi o tempo em que a criação de porcos era, inevitavelmente, associada à sujeira, mau cheiro e poluição do meio ambiente. Pelo menos na Granja Paineiras, em Redenção da Serra, uma das poucas -- cerca de cinco no Estado de São Paulo -- no país a adotar a cama sobreposta, no manejo dos animais.
"Em cada ciclo, que dura 140 dias, entre o nascimento e o abate, lidamos com cerca de 1,100 animais de corte, mais 124 matrizes. Imagine o transtorno que isso causaria num sistema convencional?", pergunta o engenheiro civil e do meio ambiente, José Carlos de Assis, um dos sócios da granja -- o outro é o advogado Kleber de Camargo e Castro -- e responsável pela parte técnica e operacional do negócio.
O sistema de cama sobreposta é simples, porque consiste apenas em forrar as pocilgas com pó de serra, que absorve a urina dos animais, deixando pouca água residuária e agregando valor ao resíduo sólido, que depois de oito meses de uso se transforma em adubo orgânico, com alto teor de nitrogênio, conforme laudo feito no laboratório de solos da Universidade de Taubaté.
"Essa já é uma exigência na Europa há cerca de dois anos", afirma Assis. As vantagens da cama sobreposta, segundo ele, são, além da baixa geração de água, a redução do estresse nos animais, o aumento da temperatura ambiente. A água também pode ser reaproveitada, pois passa por um tratamento que permite a sua reutilização para lavar outras áreas da propriedade e para irrigação.
"E a água é um bem precioso", lembra Assis, que economiza água, adotando esse sistema, pois além de não precisar fazer a lavagem diária da granja, como ocorre no sistema convencional, ele está livre também do tratamento rigoroso que teria que dispensar aos resíduos. Hoje o tratamento do pouco que resta da água é feito com dois filtros de areia e um tanque de decomposição.
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