Ao final da última década, a criação de ovinos e caprinos vêm passando por modificações em diversos elos do sistema de produção, o que está ligado à expansão dos seus respectivos mercados. O efetivo rebanho também vem crescendo, juntamente com a capacidade produtiva destes animais. E como consequência passaram apresentar melhorias nos seus índices produtivos (taxa de ganho de peso, conversão alimentar, rendimento de carcaça, produção leiteira), as suas exigências nutricionais tornaram-se naturalmente mais elevadas.
A importância da nutrição na produção animal vem sendo estudada desde o início da domesticação dos animais e muitas investigações científicas e documentações de estudos datam de aproximadamente 100 anos. A nutrição afeta o processo reprodutivo de as espécies e diversos estudos mostram sua influência na puberdade, produção de gametas, desenvolvimento placentário e lactação.
Para que um animal seja nutrido de maneira adequada é necessário que sejam fornecidos alimentos de alta qualidade, porém estes devem apresentar preços compatíveis com o sistema de criação e com a capacidade financeira do produtor. Pois os custos com relação à nutrição representam um percentual de aproximadamente 60% do custo total da atividade.
Neste sentido, a busca por alimentos alternativos, que possam ser utilizados na alimentação de ovinos e caprinos vem sendo realizada de maneira mais efetiva, no entanto, estes alimentos devem proporcionar o fornecimento de todos os nutrientes (em quantidade e proporções adequadas) para que desta forma os níveis de produção sejam mantidos. Todavia, os alimentos convencionais continuam sendo utilizados de forma intensa, dentre eles se destacam os concentrados protéicos: farelo de soja, farelo de algodão, farelo de algodão, farelo de trigo, soja em grão, caroço de algodão, além dos concentrados energéticos: milho em grão, rolão de milho, polpa cítrica, mandioca, etc.
Dentre os volumosos estão às silagens de milho, sorgo, capim elefante, girassol. Os fenos de gramíneas são alimentos volumosos de boa aceitação pelos animais. Um bom feno tem cor esverdeada, grande quantidade de folhas, macio ao tato e com mais de 10% de proteína bruta. Os capins Coast-cross, Tifton, Rhodes, Áries e Aruana produzem feno de boa qualidade, quando colhidos na época adequada, que varia de acordo com a característica da planta.
No tocante aos alimentos alternativos, boas opções são os resíduos da agroindústria produzidos durante ou após a colheita de cereais, oleaginosas, tubérculos ou raízes e mesmo do processamento de frutíferas. No entanto, ao se levar em consideração as características alimentares, estas podem ser positivas ou negativas no que diz respeito à conversão do alimento em produto animal. Sendo assim, para que esses resíduos possam ser utilizados com eficiência na produção animal, é necessário avaliar o consumo, a composição químico-bromatológica e a digestibilidade do alimento.
Alguns estudos apontam bons resultados com a utilização destes resíduos na alimentação de ovinos e caprinos. Entretanto, além do valor nutritivo destas fontes alimentares, questões relacionadas à disponibilidade, facilidade de armazenamento, a presença de fatores antinutricionais, percentual de inclusão na dieta e o custo de aquisição, devem ser levadas em consideração antes da utilização destes alimentos na dieta de ovinos e caprinos.
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