Representantes do Mercosul e da União Europeia (UE) debatem até sexta-feira, em Bruxelas (Bélgica), medidas que possibilitem um acordo de livre comércio entre os blocos. Esta é a segunda rodada de negociações desde maio. Entre os temas principais de discussão estão barreiras técnicas ao comércio e medidas sanitárias e fitossanitárias ligadas à agricultura e à pecuária. Ambos os setores e as propriedades intelectuais brasileiras foram apontados como um tema que emperra as conversas pelo comissário para Comércio da UE, Karel de Gucht, que visitou o Brasil em setembro.
O presidente da Abipecs, Pedro Camargo Neto, acompanha as negociações a partir desta quinta-feira. Segundo ele, há grande expectativa para um acordo. Ele participou, ontem, na Rússia, de reunião entre o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e seis importadores de carnes brasileiras. "Foi um ponto politicamente importante", destacou, referindo-se à primeira participação de um ministro em uma missão comercial naquele país. Ele ainda destacou o encontro entre o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Francisco Jardim e a autoridade sanitária da Rússia, Sergey Dankvert. "Se abriu um canal de diálogo importante para as negociações." Apesar da boa impressão, Camargo Neto diz que é preciso esperar um pronunciamento oficial da Rússia. A expectativa é que isso aconteça em 21 de outubro, quando ocorrerá, em Genebra (Suíça), a reunião do conselho geral da OMC. "Os russos devem apresentar seu pacote de acordos comerciais."
Camargo Neto encerrou ontem sua participação na missão comandada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, à Rússia. O grupo tratou de medidas que possam ampliar o comércio, especialmente de carnes, entre ambos os países. Em contrapartida, os russos pediram maior participação no mercado brasileiro de defensivos agrícolas e fertilizantes.
Correio do Povo
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