No mundo, o gado Jersey tem sido criado puramente há mais tempo do que qualquer outra raça bovina.
Em 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada, na ilha de Jersey (o berço da raça), de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças em animais da ilha. Até hoje, os animais que vão competir em exposições fora da ilha, lá são vendidos, por não poderem retornar à origem. Estas leis sacramentam a pureza da Raça.
Em 1833 foi criada a Royal Jersey Agricultural and Hoticultural Society e, em 1836, realizou-se a 1ª Exposição. Criou-se uma escala de pontos que, embora tenha sofrido algumas modificações, é a base da escala de pontos atual.
O mais importante evento em toda a história do Jersey foi, indubitavelmente, a criação do Jersey Herd Book em março de 1866, pois a partir da escala de pontos definindo o tipo, a própria Associação passou a incrementar a seleção da raça em termos da rusticidade, precocidade, prolificidade, facilidade de parição, longevidade e produção leiteira e manteigueira.
Numa ilha como a de Jersey, que tem entre seus pontos extremos apenas 14,5 km e 17,5 km (largura e comprimento, respectivamente) e que devido à sua pequena área, provavelmente nunca comportou mais do que 10.000 cabeças, não foi difícil atingir as metas de seleção. Curiosamente foi durante a ocupação nazista (entre junho de 1940 e maio de 1945) que os criadores da ilha foram obrigados a utilizar critérios severíssimos para a seleção. As tropas de ocupação, sempre que podiam, importavam carne bovina da Alemanha e da França (também ocupada) porém, nos últimos seis meses de ocupação, cerca de quarenta cabeças eram abatidas por semana. Os criadores, diante de tal circunstância, resolveram agir do seguinte modo: se tivesse chegado a vez do criador "A" ceder, por exemplo, cinco animais para os nazistas e este criador tivesse apenas animais excepcionais, e um criador "B" tivesse cinco animais de inferior qualidade, o criador "B" teria seus animais abatidos e o criador "A" cederia os seus para o "B".
A raça Jersey, devido às suas características, teve fácil expansão no mundo.
Em 1850 chegaram os primeiros Jerseys nos Estados Unidos, e dezoito anos depois foi fundado o American Jersey Cattle Club, que atualmente registra aproximadamente 50.000 cabeças por ano.
Na última década, a raça Jersey recuperou algum espaço perdido nos Estados Unidos, quando o leite passou a ser melhor remunerado pela porcentagem de gordura, minerais e proteínas nele contidas. O Herd Book canadense teve início em 1901 e em 1906 foi fundado o South African Society's Book. Em 1986, a Dinamarca importou os seus primeiros Jerseys e, hoje em dia, a seleção dinamarquesa é reconhecida por ter uma das mais altas produções de gordura do mundo.
No Brasil, o Jersey foi introduzido no início do século, vindo o primeiro lote da Granja de Windsor pertencente a rainha Vitória da Inglaterra em 1896, para o Rio Grande do Sul pelo grande pecuarista J.F.de Assis Brasil, que formou seu primeiro criatório na Granja de Pedras Altas (RS), sobre o afixo itaevaté (Pedra Altas em tupi-guarani) de onde saíram os tourinhos que passaram a ser usados em cruzamentos com as vacas crioulas de diversas regiões gaúchas, formando o grande rebanho de vacas mestiças e puras por cruzamento, hoje existentes por todo o Brasil.
O primeiro Herd Book da raça no país, foi o de Pedras Altas. Posteriormente, face à expansão territorial da raça no Rio Grande do Sul, esta tarefa foi executada pela Secretaria da Agricultura. Em 1954 estes livros foram transferidos para a Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil, fundada em 1938 no Rio de Janeiro.
A raça Jersey está, há mais de 100 anos, fazendo história no Brasil, os trabalhos pelo melhoramento genético, a procura de alternativas de manejo, e as políticas de fomento, foram co-responsáveis, aliadas as qualidades da raça, pela implantação definitiva da Jersey no Brasil e pelo padrão dos animais aqui encontrados.
Algumas atitudes foram decisivas para esse sucesso, como a inauguração da I Exposição Nacional da Raça, que possibilitou uma série de mostras anuais, com a participação de animais provenientes de vários estados brasileiros, bem como os convênios assinados, ainda na década de 70, com 13 Secretarias Estaduais de Agricultura para a viabilização de um Plano Nacional de Distribuição de Tourinhos, visando a introdução e a consolidação da genética Jersey nos rebanhos leiteiros de praticamente todo o país. Essas medidas, foram significativas para o fomento da raça.
Outras, como a atualização do estatuto da A.C.G.J.B., datado de 1.934, a criação da Expomilk em conjunto com as outras raças leiteiras, e o incentivo para os criadores fundarem seus núcleos e filiadas partiram da diretoria da A.C.G.J.B. em 1.991 e também foram importantes para promover e posicionar a raça sobre um padrão de qualidade mundial, tendo o Brasil hoje o melhor banco genético do mundo.
Hoje estamos na XVIII Exposição Nacional da Raça Jersey, e temos 45 Exposições Ranqueadas em todo território nacional. Contamos com 1.718 associados ativos, 6 Filiadas e 34 Núcleos espalhados por todo território nacional. Possuindo um rebanho de 135.115 animais ativos.
O QUE ESPERAR DE UMA JERSEY?
PRECOCIDADE
A novilha Jersey tem seu primeiro parto mais cedo do que qualquer outra raça sendo assim seu custo de produção até a 1a. parição menor em comparação com outras raças. Isso significa mais lucro para o criador, recuperando-se o desempenho em menor tempo: exemplo temos uma vaca que aos dois anos produziu 9.993 kg de leite e 448 kg de gordura.
VINTE ANOS PRODUZINDO - LONGEVIDADE
Começa a produzir no segundo ano e continua sua vida reprodutiva até os 20 anos, atingindo o máximo de rendimento dos 10 aos 12 anos. Isso significa que o rendimento do investimento é mais longo. Exemplo:
SUNNY KING BERNA - produziu 111.255 kg de leite e 6.646 kg de gordura durante sua vida. Recorde mundial de produção de gordura em todas as raças.
BASIL LUCY MINNIE PANSY - produziu 126.857 kg de leite e 6.150 kg de gordura durante sua vida de mais de 21 anos. A média de produção durante seus 5.667 dias de lactação, foi de 22,4 kg de leite e 1,1 kg de gordura ao dia. Isto significa que o rendimento do investimento dura mais tempo.
ADAPTABILIDADE
A vaca Jersey não tem barreiras nem climáticas, nem geográficas, ela tem prosperado em todos os climas e condições.
Sua tolerância frente ao calor e ao frio, assim como a facilidade no que concerne a concepção e ao parto faz com que seja perfeitamente adaptável as mais variadas condições climáticas.
SEU PESO EM LEITE OU EFICIÊNCIA
A raça Jersey produz uma única lactação de 10 a 12 vezes seu peso em leite. Temos exemplos de vacas que produziram até 32,6 vezes seu próprio peso em leite. Isto é eficiência.
RENTABILIDADE
Segundo o New York and Northeast Dairy Herd Improvement Program Sumary, editado em 1.986 o rendimento líquido das vacas Jersey sobre as outras raças, no que se refere a custos dos alimentos é 14,18% em favor da vaca Jersey. Essa economia é que deu enorme vantagem ao crescimento da raça no mundo inteiro com destaque atualmente nos Estados Unidos.
PRODUÇÃO ECONÔMICA
Devido ao fato da vaca Jersey apresentar uma alta eficiência de conversão alimentar, sua produção é econômica. Por sua condição genética selecionada por milênios é a que mais produz leite nas pequenas e médias propriedades. A vaca Jersey é uma "máquina" que produz grande quantidade de leite com pouca exigência em sua manutenção. O futuro pertence ao JERSEY.
Exemplo: Recordista Sul Americana
CACIANA KNIGHT CABREÚVA DO PARATEÍ - aos 4 anos produziu 15.142 kg de leite.
Exemplo: Recordista Mundial
HASES BABES LAD CHARO - aos 5 anos produziu em 365 dias 17.938 kg de leite - 783 kg de gordura - 640 kg de proteína.
QUALIDADE DO LEITE
Leite Jersey contém maior teor de sólidos não gordurosos (proteína, lactose, vitaminas e minerais) e gordura do que qualquer outra raça leiteira. O leite Jersey contém 20% mais de proteína e 15% mais de cálcio. Os sólidos adicionais encontrados no leite Jersey proporciona mais nutrição e sabor sendo preferidos nos Estados Unidos e Canadá devido ao paladar. O leite Jersey tem teor de proteína mais elevado que todos os outros leites significando maior lucro na venda de leite para os proprietários da vaca Jersey.
Exemplo: Recordista Sul Americana
CACIANA KNIGHT CABREÚVA DO PARATEÍ - aos 4 anos produziu 15.142 kg de leite.
Exemplo: Recordista Mundial
HASES BABES LAD CHARO - aos 5 anos produziu em 365 dias 17.938 kg de leite - 783 kg de gordura - 640 kg de proteína.
FONTE: Dicas da Ruralban 398 - Gado Jersey