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Transformar a fazenda da família, na cidade de Guaratinguetá, inteiror de São Paulo, em um negócio produtivo e rentável. Esse foi o projeto do alemão naturalizado no Brasil Karl Henrich Riess e seu filho Simon Riess, quando no ano 2000 decidiram verticalizar o empreendimento, aproveitando a criação de búfalas leiteiras, para apostar na produção de queijos artesanais.
Mas para garantir o sucesso do projeto, pai e filho se dedicaram ao planejamento. Foram doze anos de preparação. Enquanto Simon iniciou uma faculdade de agronomia, Karl investiu na propriedade, modernizando e adaptando o espaço para obter o registro autorizando a produção. ”Nesse período mantemos o negócio baseado na produção de leite, mas definimos que o próximo passo deveria ser dado com planejamento”, disse Karl Henrich Riess.
Após terminar os estudos, Simon ainda viajou para a Europa, onde fez cursos e conheceu queijarias na Alemanha e Itália. “Essa experiência no exterior foi muito importante para definir os rumos do negócio, principalmente para o conhecimento mais aprofundado do ramo de laticínios. Conheci muitas queijarias especializadas em vacas e búfalas, onde aprendi muito sobre o processo”, contou Simon Riess.
Após toda preparação, em 2012, a família lançou a linha de queijos artesanais Oro Bianco, tendo como carro chefe a tradicional mozzarella de búfala. No início a produção era de 20 quilos por dia, mas o negócio cresceu e dois anos depois a empresa já atingiu os 60 quilos diários, fornecendo para mais de 40 estabelecimentos, no Vale do Paraíba e capital, São Paulo.
Entre os clientes, estão bares, restaurantes, hotéis e supermercados especializados em produtos gourmet. “A mozzarella de búfala tem várias características que a diferenciam do queijo comum, por isso ela é muito apreciada e tem ganhado cada vez mais espaço no mercado”, disse Simon.
Para atender a atual demanda, a fazenda compra leite de búfala de outros criadores da região. “A queijaria tem uma capacidade superior a produção dos nossos animais, por isso 20% do leite utilizado precisa ser adquirido de outras fazendas”, contou.
Rodada de Negócios
A possibilidade de conseguir leite com outros criadores, também possibilita o crescimento do negócio e o empresário já planeja expandir a rede de clientes. Entre as ações está a participação da Rodada de Negócios do Sebrae-SP, que será realizada no próximo dia 15 de abril, durante o Festival de Gastronomia da Montanha, em Campos do Jordão.
“Queremos e temos condições de expandir a produção e por isso participar da Rodada de Negócios será uma ótima oportunidade de apresentar nosso produto diretamente para potenciais consumidores, fortalecendo nossa marca.”, avaliou Riess.
Análise / Verticalização
Para o consultor em agronegócios do escritório regional do Sebrae-SP, em Guaratinguetá, Felipe de Medeiros Rimkus a preocupação dos empresários com o planejamento foi fundamental para os bons resultados. “Quando verticalizamos um empreendimento, criamos um novo negócio e para isso é preciso que haja uma eficiente pesquisa de mercado, pois haverá um novo público a ser conquistado”.
O especialista lembra ainda que apesar da possibilidade de novos ganhos, a mudança também demandará custos. “Para agregar valor a uma marca é preciso investimento, pois será preciso criar um plano de estratégias condizentes com o interesse do mercado, que incluem ações de marketing e pós vendas”, concluiu Rimkus.
Integração Regional
A empresa vêm criando laços comerciais com produtores da região e tem interesse que seus parceiros aprimorem a produção leiteira. Para isso Riess ressalta que os produtores tem que ter acesso às tecnologias disponíveis. “Para trabalhar o direcionamento dos cruzamentos ou a evolução qualitativa do leite, é preciso conhecer as ferramentas disponíveis no mercado”.
Com essa ideia, ele avalia a importância da realização da EXPOGUARÁ, feira de tecnologias disponibilizada aos produtores de leite que acontecerá em Guaratinguetá de 14 a 18 de maio; a feira conta com palestras técnicas, empório de marcas regionais, exposição, shopping e leilão de animais; além de contar com reunião técnica de representantes de Sindicatos, Cooperativas e Frente Parlamentar do Leite.
FONTE: Por Guilherme Felipe Ferreira dos Santos - SEBRAE - SP. EM DICAS RURALBAN