O cariri paraibano é destaque no Nordeste e no país, por ser uma região desenvolvida culturalmente devido à força de vontade do seu povo, que acreditam que dias melhores virão. Outro destaque atribuído à região é ser propicio a criação de caprinos, sendo referencia para o Estado tanto na parte econômica quanto no turismo.
Bom, ate ai esta tudo bem, mais no meio a caprinos, ovinos e bubalinos, o cariri já foi lugar de animais nativos. Refiro-me, as emas, estes animais resistentes e fortes que hoje são raros na região. Outra coisa rara por aqui é assistência técnica e políticas de investimentos para os poucos criadores de emas.
No município de São José dos Cordeiros, limitando-se como o município de Livramento, distante da cidade 3 km, está a Fazenda Salão de propriedade do produtor rural Walter de Souza Braz, que aproximadamente dez anos mantém uma criação de emas.
De acordo Walter Braz, criar emas não é complicado, basta fazer o manejo certo do animal. “Na minha concepção compensa financeiramente criar ema, desde que o criador tenha primeiro vontade de criar um animal deste tipo, sabendo que ele é totalmente nativo, respeitando suas condições de vida”, disse.
Braz ressaltou que na região falta conhecimento sobre o animal, que toda sua produção é aproveitada carne, ovo, gordura, couro e penas. “A ema produz uma carne muito boa, que para algumas pessoas é exótica. Outro fator que evita o consumo na de carne de ema na região, é o preço bastante elevado”, informou.
Para o admirador e criador Walter Braz, que hoje tem um plantel de 40 animais, a criação de emas e o escoamento da sua produção na região do cariri, seria mais lucrativo se os governos disponibilizassem políticas e assistência técnica para esse setor agropecuário. “Eu crio por que gosto mais tem um gasto com esses animais. É preciso fundar uma associação de criadores e futuros criadores, para buscar investimentos junto aos governos federal ou estadual”, sugeriu.
Walter ainda informou para quem quer investir em um criatório de emas legalizado, é preciso ter um registro de criador de animais silvestres emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Além de Walter Braz, outro grande criador de emas no cariri foi Otaviano Japiassur (Perô), no município de Sumé. Atualmente em Taperoá quem cultiva a espécie nativa é Dr. Deoclécio Moura (Déo).
Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Ema (Abrace), muitos criadores de avestruz migraram para a criação de emas por todas as facilidades de manejo e baixo custo na criação. Atualmente existem cerca de 50 grandes criatórios e 200 pequenos em todo o País, ambos com finalidade de abate.
Curiosidades sobre a espécie
As fêmeas colocam entre 20 e 25 ovos por período e a tarefa de chocar os ovos e criar os filhotes cabe aos machos. Cada animal de 40 quilos rende 20 quilos de carcaça, além de gordura, couro e penas.
A ema por ser um animal nativo, pode-se alimenta-la com frutos, legumes, verduras, produzidos na própria fazenda, como o pequi e a abóbora, por exemplo. A ema cresce depressa, não se estressa com a presença humana e cresce até 1,5 metro de altura quando pesa cerca de 40 quilos.
Tudo da ema é aproveitado a gordura é utilizada pela indústria farmacêutica, cosmética e mecânica de alta precisão, o couro serve para fazer bolsas, sapatos e carteiras muito bem vistos no mercado internacional, assim como a carne, que é vendida a US$17,5 o quilo.
Paraíba Mix - Marcos Lima
FONTE: http://www.paraibamix.com/2013/03/criacao-de-emas-e-alternativa-economica.html