A bovinocultura está presente em 124 mil propriedades do Estado, o que representa 56% do total. Porém o preço é uma preocupação atual, pois estaria aquém das necessidades de produtores e indústrias. Hoje, a arroba do boi está em torno de R$ 90, mas o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Ricardo Yano, afirma que o valor deveria ser de, pelo menos, R$ 100 para proporcionar um bom resultado. “No período de estiagem, deveria chegar a R$ 110 ou R$ 115, pois o custo com o confinamento sobe muito.”
Em Goiás, 80% do gado é nelore ou proveniente de cruzamentos com a raça. O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, José Manoel Caixeta, explica que um produtor que fecha um boi com 14 arrobas e o vende com 18 arrobas, vai gastar R$ 330 para mantê-lo 60 dias no confinamento e obter um lucro de apenas R$ 30.
Segundo Ricardo Yano, essa situação está causando crescimento do abate de fêmeas, o que só ocorre quando o fazendeiro está numa situação difícil e não têm outra opção. O normal é um abate de até 40% de fêmeas, mas esse índice já estaria chegando a 55%.
Diante desse cenário, o produtor terá de ser cada vez mais eficiente, adotando novas tecnologias que reduzam os custos de produção. Um prova disso é que a área usada para pastagem tem diminuído, mesmo com o aumento da produção. De acordo com Yano, as condições de infraestrutura também elevam os custos de produção.
Diante de um cenário de aumento dos custos de produção, o setor comemora a aprovação pelo Congresso Nacional, esta semana, da isenção do PIS Cofins sobre rações e sal mineral, produtos que representam 23% do custo da pecuária de corte.
Os pecuaristas também estão preocupados com a grande concentração de unidades frigoríficas, dando poucas opções para o pecuarista. O presidente da SGPA lembra que a produção de carne é resultado da união de vários elos da cadeia e que essa concentração é perigosa. Segundo Yano, só três grandes frigoríficos dominam mais de 50% do mercado de carne: Friboi, Margem e Minerva.
Segundo o Sindicarne, Goiás tem apenas cinco unidades habilitadas à exportação: JBS, em Goiânia, Nova Crixás, do Marfrig, emMineiros e Rio Verde, e Minerva, em Palmeiras de Goiás.
Fonte: O Popular
Nenhum comentário:
Postar um comentário