sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Suplementação de verão - Desperdício ou benefício?

artsuplem
A busca pela melhoria da eficiência na produção de carne tem mudado o perfil da pecuária brasileira, que, da posição de empreendimento extrativista, tem atingido diferentes patamares no sentido de intensificação total. Nesse contexto, a suplementação a pasto surge como uma alternativa capaz de reduzir a idade de abate, aumentar a taxa de desfrute dos rebanhos, aumentar o giro de capital e produzir carcaças de alta qualidade, podendo inclusive promover alterações na composição de ácidos graxos.
A produção animal, qualquer que seja a espécie em questão, é dependente de fatores como consumo e valor nutritivo da dieta, sendo que para bovinos de corte, incluí-se a água, a forragem e os suplementos protéicos, energéticos e minerais.
O uso de suplementos, com a finalidade de melhorar o aproveitamento das forragens no período das águas, tem gerado resultados controversos. A quantidade e o tipo de suplemento usado para alcançar maior resposta animal vai depender da qualidade da forragem, da condição do animal e das condições climáticas, além de outros fatores.
Segundo pesquisadores, no período das águas, a disponibilidade de nitrogênio para as bactérias ruminais normalmente não seria um fator limitante e a energia seria a prioridade da suplementação. Dessa forma, o fornecimento de suplementos energéticos poderia melhorar a utilização das pastagens, desde que sejam tomados cuidados para manter um balanço energético/protéico no rúmen, minimizando o efeito substituição.
Trabalhos científicos demonstram que a suplementação de novilhos cruzados em pastagem de Coastcross (Cynodon dactylon (L.) Pers) apresentando massa de forragem acima de 2 mil kg de MS/ha, com diferentes níveis de casca de soja (0; 0,2; 0,4; e 0,6% do PV), durante o período das águas, influenciou o ganho médio diário que foi de 0,91 kg/dia, mas não houve diferenças entre os tratamentos. Esses resultados, juntamente com outros encontrados na literatura, demonstram que a suplementação de verão é questionável e que a vantagem pode ser traduzida em maior taxa de lotação (efeito substituição), mas não em ganho individual.
Quando existe disponibilidade de forragem, de baixa à média qualidade, pode-se obter um ganho adicional de 0,2 kg/kg de NDT suplementado. Ao contrário, utilizando uma pastagem de boa qualidade, esse ganho diminui significativamente.
Devemos lembrar que quando os animais têm forragem à vontade e recebem quantidade limitada de concentrado, deve-se considerar que a suplementação alimentar pode produzir dois efeitos: aditivo e substitutivo. O efeito aditivo causa maior ganho por animal, pois este consome tanto a forragem como o suplemento; e o efeito substitutivo causa um maior ganho por área, pois, como a forragem é substituída pelo concentrado, pode-se aumentar a lotação da área. Nos dois casos, o produtor sai lucrando, pois está ganhando mais do que ganharia naquela área sem a suplementação.
Por trás desses questionamentos sobre a suplementação, é importante salientar que o desempenho animal está diretamente relacionado com a oferta de forragem e com a massa de lâmina foliar.

2 comentários:

  1. Oi. Meu nome é Cecília. Estou cursando Zootecnia na UFC. Na cadeira de Anatomia Animal, precisamos da ajuda de um zootecnista formada. Mas no nosso estado poucos são zootecnistas que trabalham no campo. Então, queria saber se poderia me ajudar a escolher um tema. O assunto é: Anatomia Animal importância para quem trabalha no campo. Fiquei com o sistema esqueletico. A senhora (ou você) já precisou de Anatomia no seu trabalho? Pode ser um caso que já aconteceu. Obrigada.

    ResponderExcluir
  2. Olá cecília... Desculpe não poder ter te ajudado... Estou morando fora do país e trabalhando muito, por isso não tenho dado a devida atenção ao blog, só vi sua mensagem agora e creio que já esteja de férias... Mas precisando de ajuda novamente meu e-mail é renatapitombo@hotmail.com espero poder ajudar.

    ResponderExcluir