sábado, 13 de agosto de 2011

Origem e evolução do cavalo

Eohippus, o cavalo da aurora, viveu há cerca de 55 milhões de anos nas Américas e é considerado o ancestral mais remoto do cavalo atual.
[Eohippus, o cavalo da aurora]
Esta e as próximas representações artísticas baseiam-se nos aspectos anatômicos revelados pelo registro fóssil e foram desenhadas por Z. Burian (1979). As colorações, porém, são hipotéticas.

Também chamado de Hyracotherium, o Eohippus era um mamífero herbívoro de pequeno porte (do tamanho de uma raposa, com 60 cm de comprimento). Pisava com três dedos e apresentava aspectos anatômicos que o caracterizam como um mamífero primitivo, principalmente no formato do crânio e dos membros, além da dentição, formada por 44 dentes, onde se destacavam os molares semelhantes aos das antas atuais.
Apesar de possuir pequenos cascos nas pontas de cada dedo, os mesmos não eram suficientes para sustentar o peso do corpo e o apoio no solo ainda era feito pelos dedos. Habitando planícies encharcadas da América do Norte, esse apoio era importante para a locomoção no solo úmido. De todo modo, oEohippus é considerado o estágio inicial da evolução eqüina.

A tabela abaixo mostra quatro estágios evolutivos dos cavalos e os períodos em que viveram:
Eohippus ou HyracotheriumPeríodo Eoceno - cerca de 55 Milhões de anos BP (Before Present).
MesohippusPeríodo Oligoceno - cerca de 37 Millhões de anos BP.
Merychippus
Período Mioceno tardio - cerca de 17 Milhões de anos BP.
PliohippusPeríodo Mioceno tardio - cerca de 12 Milhões de anos BP - primeiros cavalos de casco único surgem em 6 milhões de anos BP.
Equus caballusDe cerca de 30.000 a.C. aos primórdios da civilização.


[Mesohippus]
Mesohippus, o "cavalo intermediário", foi o primeiro elo evolutivo a apresentar um aspecto semelhante ao dos cavalos atuais, embora ainda pisasse com três dedos e atingisse apenas cerca de 60 cm de altura na cernelha e 115 cm de comprimento. O dedo médio já se apresentava hipertrofiado em relação aos demais e seu apoio no solo se dava pelo casco.

[Merychippus]
O Merychippus atingia cerca de 100 cm na cernelha e apresentava ainda os três dedos, porém, os dedos laterais eram reduzidos e não tinham mais função na locomoção, mal tocando o solo. O rádio e a ulna já se haviam fundido, como nos cavalos atuais, assim como a tíbia à fíbula, indicando maior adaptação à corrida nos campos e estepes.

Do Merychippus - ou de ancestrais semelhantes a ele - evoluíram as diversas linhagens de cavalos do Novo Mundo.
Esses animais cruzaram a passagem, então existente, entre o Alasca e a Ásia, gerando descendentes que se espalharam pela Eurásia e Norte da África, enquanto seus ancestrais desapareciam das Américas, antes da chegada do homem.
Assim, a domesticação do cavalo moderno, Equus caballus, ocorreu na Eurásia, e foram os colonizadores europeus que reintroduziram o cavalo em solo americano, somente a partir do século XVI.
Dos primeiros eqüinos do gênero Equus que originaram o cavalo atual, não restaram exemplares selvagens.
O animal que talvez se assemelhe a esses ancestrais é o raríssimo cavalo-de-Przewalski (ao lado), pequeno animal de 1,20 m de altura, descrito em 1881, pelo coronel russo Nicolai Przewalski, que o observou nas planícies da Mongólia.
Acredita-se que seja semelhante ao cavalo primitivo, tal como era na época de sua domesticação, entre 5 e 6 mil anos BP.
O cavalo-de-Przewalski tornou-se extinto na natureza por volta de 1900, tendo restado menos de 60 animais em zoológicos. A partir destes, iniciou-se um trabalho de criação em cativeiro e reintrodução em áreas naturais da Rússia e da Polônia
Por volta de janeiro de 1998, existiam cerca de 60 cavalos de Przewalski vivendo nas estepes da Mongólia, em uma reserva, e outros 1450 espalhados em zoos e parques particulares de todo o mundo.


[cavalo-de-Przewalski]
[Przewalski na neve]


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