Também conhecida como febre das Montanhas Rochosas, febre do carrapato, febre negra ou doença azul, a febre Maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida ao homem, basicamente, pelo carrapato-estrela o carrapato-de-cavalo (espécie Amblyomma cajennense) infectado pela essa bactéria, que vive em roedores como capivara e em gambás, coelhos, cavalo, gado, cão, etc. que funcionam como hospedeiros da doença. Conhecida no Brasil há mais de 70 anos (década de 20), a febre maculosa se não for diagnosticada em tempo pode matar o paciente em duas semanas.
Por se tratar de enfermidade antiga, embora pouco conhecida e de diagnóstico sorológico difícil no meio rural, deve-se tomar algumas precauções, principalmente para as pessoas que vivem no campo ou eventualmente visitam essas áreas. Ao se alimentar do sangue desses animais, o carrapato adquire a riquétsia e a transmite os seus filhotes e, o homem, ao ser picado por um desses carrapatos adquirir a doença.
Somente por meio do teste sorológico é possível detectar a doença que se manifesta no homem depois de um período de incubação de dois a 14 dias. Logo que a enfermidade se manifesta, a pessoa sente forte mal-estar, acompanhado de gripe violenta com uma febre repentina de 39 a 40 graus. Abatida, a pessoa fica prostrada por causa do componente tóxico-infeccioso que se encontra em seu organismo. Paralelamente, aparecem máculas (manchas avermelhadas) nos pulsos, tornozelos, palmas das mãos e nas solas dos pés. Caso o diagnóstico não seja feito a tempo, o paciente pode morrer. No início, os sintomas parecem um estado gripal ou outras doenças febris de pequeno risco, o que pode confundir o diagnóstico. Se não tiver tratamento a doença evolui para um quadro de infecção generalizada, com complicações pulmonares, vasculares, desidratação, choques, coma e morte. Em casos de alguns desses sintomas, o médico deve ser procurado imediatamente, principalmente para quem vive na área de risco.
Trata-se de uma zoonose transmitida do animal para o homem, quando ele fica mais exposto a uma área endêmica. Por esse motivo é importante que as pessoas tomem alguns cuidados quando estiverem no meio rural. A calça e a camisa devem ser compridas e claras, para que se possa ver o carrapato que, quando adulto, atinge o tamanho de uma unha do dedo mindinho. Se acontecer de o carrapato picar, é importante retirá-lo o mais depressa possível, a fim de diminuir o risco de infecção. Ao retirar o carrapato, a pessoa deve fazê-lo bem junto à pele para não deixar as peças bucais do invertebrado no local onde ocorreu a picada.
O combate às diferentes espécies é feito por meio de carrapaticidas, que podem ser diluídos na água em que os animais são banhados. O estudo dos carrapatos tem revelado fatos curiosos, como a reprodução agâmica ou partenogenética, já verificada na espécie Amblyomma rotundatum, comum em sapos e cobras do Brasil.
A febre maculosa é uma zoonose que possibilita a circulação da riquétsia entre carrapatos e mamíferos silvestres. O cão, além de ser o reservatório dessa riquétsia, também atua como um verdadeiro vetor levando os carrapatos para dentro das casas. Os vetores são os carrapatos, mais especificamente os Amblyomas ( A. Cajeunense, carrapato estrela ou do cavalo, A. striatum, comum em cães, A. brasiliensis e A. cooperi).
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