A repórter Mônica Teixeira foi até Jaguariúna, em São Paulo, para conhecer uma criação de galinhas. E é possível perceber uma grande diferença. Em vez de elas serem criadas em gaiolas, como nas granjas convencionais, essas galinhas ficam soltas, em um espaço grande, ciscando sem stress. É por isso que elas são chamadas de galinhas felizes.
“As galinhas são criadas assim com todo o carinho mesmo. A gente procura dar um tratamento individualizado para cada galinha”, explica o veterinário e agricultor Romeu Mattos Leite.
Tudo na criação foi pensado para não deixar as galinhas estressadas. É um galinheiro ideal, onde as moradoras agem como se estivessem livres, agem naturalmente. “Ciscar, namorar, dormir no puleiro e vadiar. Essa área aqui a gente chama de área de vadiagem, porque faz parte da vida da galinha vadiar”, aponta o veterinário.
Mas será que dá para saber se elas são realmente felizes? “Existem vários parâmetros para avaliarmos isso”, aponta Romeu.
A avaliação é feita todo mês. Penas bonitas já são um sinal. E elas também sabem demonstrar felicidade rolando na terra. “Eu prefiro comer o ovo de uma galinha feliz do que uma galinha estressada, embora visualmente, às vezes, você não consiga ver a diferença, mas o conteúdo é diferente”, destaca o agricultor.
Estudos que compararam os ovos de galinhas orgânicas com os ovos de granja concluíram que as galinhas felizes botam ovos com o dobro de vitamina E, e 40% a mais de vitamina A.
Nem precisa dizer que essas galinhas só comem ração orgânica, uma mistura de milho, farelo de soja, de trigo, linhaça e quinua. Quando ficam doentes, elas são tratadas com homeopatia e remédios a base de plantas.
Romeu, que é veterinário, tem mais uma explicação para a diferença na qualidade dos ovos. “Ela (a galinha) tem tranqüilidade, e o aparelho digestivo dela funciona normalmente, sem indução química. E ele consegue extrair mais nutrientes e agregar mais nutrientes ao ovo”, afirma o agricultor.
Então, estamos diante de verdadeiras fabricantes de vitamina. Essas galinhas põem 200 dúzias de ovos por dia, com todo o conforto. Os aposentos das galinhas são chamados de quartos e têm teto solar e tudo.
Antes de colher os ovos, é preciso sempre pedir licença antes e bater na porta. Tanta educação tem motivo. “O nosso costume de bater, na verdade, tem dois sentidos. Um deles é para não assustar a galinha, para a gente pedir licença para a galinha. Mas nesse momento que a gente bate também é um momento de reflexão, para a gente olhar para si mesmo para ver se eu estou em condições de fazer esse serviço, se eu não estou irritado, se eu não estou bravo, se eu não estou insatisfeito. Então, é um momento de reflexão pessoal também”, explica Romeu.
“O que a gente observa é que o bem estar da galinha depende muito do estado de espírito da gente, porque o criador, a pessoa que vai estar lidando com o animal, é fundamental. Ele é quem determina realmente o bem estar da galinha”, aposta o veterinário.
A trabalhadora rural Rosilene de Jesus Aparecido afirma que para lidar com galinhas felizes as pessoas também têm que estar felizes: “senão elas sentem. Então, a gente tem que deixar o problema para lá e entrar feliz aqui dentro”.
Ela se dedica ao trabalho com o maior prazer. Já descobriu que todo o cuidado com o que vai parar no prato das pessoas faz diferença. Já fez para ela. “Antigamente eu tinha problema de intestino. Comecei a comer verduras e legumes orgânicos e melhorou bastante. É uma coisa que eu vinha sofrendo há bastante tempo”, revela Rosilene.
Globo Reporter
uauuu...que gata!!!!
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