terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aumenta procura por seguro de maquinário agrícola

Tratores e colheitadeiras são alguns dos equipamentos de trabalho do produtor rural. Máquinas cada vez mais modernas que exigem cuidado redobrado. Para evitar prejuízos, um número maior de agricultores está fazendo seguro do maquinário – uma boa notícia para as seguradoras.
Antes de começar o plantio da lavoura, Luis Angelo conta com o auxílio de um pulverizador para limpar o campo. A máquina de última geração custou caro: R$ 400 mil. Tamanho investimento levou o agricultor a procurar uma seguradora.
– Dependendo do dano numa barra de pulverização, o conserto pode chegar a R$ 40 mil. Então, é por isso que a gente opta pelo seguro, porque a gente fica com medo, receio, de acontecer algum sinistro – afirma Angelo.
O restante do maquinário também está protegido. Todo ano, o produtor gasta R$ 22 mil em seguros. Um custo que pesa no bolso.
– Pesa muito, sendo que a gente não tem incentivo nenhum para o seguro dessas máquinas.
Renan Haun é gerente de uma seguradora que, há cinco anos, vende apólices para o setor rural. Os negócios vão tão bem no Centro-Sul que a empresa decidiu atuar no Norte e Nordeste. Em 2009, o faturamento com esse tipo de contrato chegou a R$ 43,5 milhões.
– Os nossos números mostram que, em geral, a produção agrícola cresce, aí cresce a demanda por seguro. Esse número gira em torno de 25% ao ano e esse número é de cinco anos pra cá – explica Haun, gerente regional da Chubb do Brasil Cia de Seguros.
Estimulados por juros baixos da agricultura familiar, os pequenos produtores também estão comprando tratores. Para muitos, a apólice do seguro serve de garantia para o financiamento da máquina.
Se por um lado o mercado de seguros cresce no Brasil, por outro, a frota de tratores e colheitadeiras está envelhecendo. Boa parte dos médios e grandes produtores tem dívidas de investimento e, por isso, não consegue empréstimos para renovar o maquinário.
– Desde 2005, a venda de tratores e colheitadeiras está abaixo do que seria necessário para manter o parque de máquinas na mesma idade. A gente teria que vender, por ano, cerca de 40 mil tratores e de 5 mil a 5,5 mil colheitadeiras – afirma Milton Rego, vice-presidente da Anfavea.
Apesar do cenário, a indústria calcula que fechará o ano com um recorde de mais de 60 mil máquinas vendidas.

CANAL RURAL

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