sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Cama de frango na alimentação de bovinos

O uso da cama de frango na alimentação de bovinos é proibido no Brasil há mais de seis anos. Mas, tem criador que não respeita a regra. O repórter Victor Andrade mostra o que está acontecendo em Goiás.
Nós últimos três meses, o Ministério da Agricultura em parceria com a defesa agropecuária de Goiás intensificou a fiscalização nas fazendas. Nesse período foram interditadas 12 propriedades com 624. As consequências dessa prática ilícita podem comprometer o rebanho de um país inteiro.
Além do risco de transmitir o botulismo, uma doença mortal, a cama de frango pode provocar o mal da vaca louca. Na Europa, essa doença surgiu por causa da ingestão de proteína de origem animal pelo gado bovino. No Brasil, ainda não apareceu um caso sequer do mal da vaca louca. Mas, a prevenção é uma das armas para garantir a nossa presença no mercado internacional da carne.
“É exatamente aí a nossa preocupação. Hoje, o Brasil é o maior exportador de carne no mundo. Se surgisse o único caso dessa doença em Goiás ou em qualquer outro município do Brasil, todo país perderia esses contratos de exportação”, alertou Hélvio dos Santos, veterinário fiscal agropecuário.
O pecuarista Fernando Mendonça, que arrenda uma propriedade no município de Buriti Alegre, no sul de Goiás, foi flagrado alimentando o gado com a cama de frango. Sessenta e oito cabeças foram separadas e poderão ser sacrificadas.
A fiscalização foi intensificada nos últimos meses. Quando a cama é encontrada nos cochos, o pecuarista é notificado e as amostras recolhidas são enviadas ao laboratório. Se for confirmada a presença de proteína animal na ração, o pecuarista pode sofrer sérias punições.
“A partir do momento que sai o laudo laboratorial dizendo que tem proteína de origem animal nessa cama de aviário que estava sendo oferecido aos animais, ele tem 30 dias para abater esses animais em frigorifico. Caso ele se recuse a abater esses animais, nós nos deslocamos até a propriedade, com a ajuda da Polícia Militar, e fazemos o sacrifício sanitário na propriedade com destruição da carcaça na propriedade”, explicou Leonardo Guimarães, veterinário fiscal agropecuário.
Se for confirmada a irregularidade, além de mandar os animais pro abate, o pecuarista fica sujeito a uma multa fixada pela Justiça.

Globo Rural

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