Os Estados Unidos podem dar sinal verde para a importação de carne suína e bovina de Santa Catarina até o próximo dia 20. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, o Departamento de Agricultura do país (USDA) está concluindo avaliações técnicas para anunciar a abertura do mercado. Antes do início dos negócios, há inspeções sanitárias de plantas industriais para que sejam autorizadas a vender.
SC é área livre de aftosa sem vacinação há anos e negocia com países do Primeiro Mundo para poder vender sua carne suína a mercados que pagam mais, especialmente a Europa e Japão. A abertura do mercado foi incluída pelo governo brasileiro no pacote de negociações para compensar vitória do Brasil na OMC contra o subsídio dos EUA aos seus produtores de algodão. Mas há pressões de entidades americanas de produtores de bovinos contra a decisão.
Pouca oferta
Se os aspectos burocráticos forem resolvidos até o final do ano, as agroindústrias catarinenses não terão muita carne suína para exportar aos EUA. Isto porque o mercado interno está comprando mais em função do maior poder aquisitivo da população e os preços no mercado internacional não estão atrativos. Conforme uma fonte do setor, nos últimos meses deste ano está prevista uma leve falta de matéria-prima às indústrias. A maior parte da carne é usada em embutidos.
Brasil e Rússia
O presidente da Abipecs, Pedro Camargo Neto, vai acompanhar o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, em viagem à Rússia este mês. Moscou quer o apoio do Brasil para ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC), e os brasileiros tentam negociar as mesmas vantagens oferecidas hoje aos EUA pelo Kremlin, isto é, o fim das cotas de importação de carnes. Entre os líderes das negociações com os russos está o embaixador do país em Moscou, Carlos Paranhos.
Diário Catarinense
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