Oi gente!

Esse é o meu primeiro post no blog e eu queria começar com algo que tem tudo a ver com a mensagem que eu gostaria de passar. Esse blog foi criado com a intenção de divulgar a Zootecnia e o trabalho do zootecnista, trazer informações e diversão para os que se interessam pela zootecnia, aproximar os estudantes e profissionais da área para troca de experiências e muito mais.

Pretendo trazer sempre mensagens e informações novas. Por isso o meu primeiro post é de uma reportagem que li na Revista Ciência Hoje das Crianças. Achei que foi uma forma divertida de explicar o que é a Zootecnia, com um texto fácil que qualquer um pode entender.

Renata Pitombo

Revista CHC (Ciência Hoje das Crianças)

Quando crescer, vou ser... zootecnista!

Saiba o que fazem esses profissionais que lidam com a criação e alimentação de bichos

Publicado em 17/10/2005 | Atualizado em 02/02/2010

A professora levou para a escola uma pasta cheia de papéis que explicavam o significado de várias profissões. Na aula, perguntou para os alunos que carreira eles gostariam de seguir. Alguém levantou o braço e disse: “Quero ser advogado”. A professora, então, entregou vários papéis sobre o curso de Direito. A menina falou: “Vou ser engenheira”. E recebeu outra pilha de papéis da professora. Chegou a vez de Patrick, que surpreendeu: ”Serei zootecnista”. A professora perguntou novamente: “Zôo... o quê?”. E o garoto repetiu. A professora mexeu na pasta, sacudiu a papelada e desistiu: “não serve veterinária?”

Assim como a professora de Patrick, muita gente pensa que só o veterinário cuida de animais. Pois, guarde: o zootecnista também tem esta função. Quem explica melhor é o próprio Patrick Schmidt, que levou adiante o sonho de menino e se formou em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais: “essa profissão lida com a criação de animais, sua alimentação e como deixar os filhotes fortes e saudáveis”. Essas tarefas diferem das do veterinário, que é o médico dos bichos. Patrick trabalha no laboratório da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, realizando experimentos de diferentes rações para os animais.

É importante lembrar que indiretamente o zootecnista também cuida das pessoas: quando comemos frango, carne de boi e ovo e bebemos leite, estamos consumindo os nutrientes – proteínas, vitaminas e sais minerais – dos animais que são cuidados por esses profissionais.

Pode parecer que criar vacas, galinhas, porcos, cavalos e tantos outros bichos não tem mistério. Mas como fazer para a vaca produzir muito leite, o cavalo ter pêlo bonito e a galinha ficar forte de forma rápida? É aí que entra o zootecnista. Ele desenvolve melhores alimentos ou rações para o animal absorver mais nutriente e ter mais energia, além de ganhar peso em menos tempo e produzir muito leite, no caso da vaca.

Na criação de frango, por exemplo, há 30 anos o animal demorava 90 ou 100 dias para ficar forte. Hoje, graças às pesquisas em zootecnia, ele ganha peso em apenas 40 dias de vida, sendo considerado pronto para servir de alimento. Outro exemplo é o da piscicultura, a criação de peixes. O zootecnista estuda os hábitos de vida desses animais e a sua reprodução. “Com a piscicultura, é possível criar em cativeiro várias espécies de peixes, tanto de água doce como salgada. A evolução das técnicas permite, inclusive, a criação e reprodução do surubim, um peixe existente só no Brasil, encontrado no grande rio São Francisco”, diz Adriano Chiarello, formado em zootecnia e hoje professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais.

A gente pode brincar dizendo que o zootecnista também serve de cupido. Isso porque ele arranja casamento entre os bichos da fazenda. “Fazemos uma seleção entre as raças de animais mais saudáveis e realizamos o cruzamento entre elas. Por exemplo: quando temos uma vaca leiteira, que é boa na produção de leite mas que não vive bem no campo, porque não se acostuma com o sol forte e as picadas de insetos, nós juntamos esse animal com outro que agüenta as condições do campo. Nesse casamento, vai nascer um filhote com as características positivas dos pais, vivendo bem no campo e produzindo muito leite”, explica Patrick.

Outro ramo de atuação do zootecnista é criação de animais silvestres como avestruz, papagaio, jacaré e outros tantos. Muitos desses animais estão ameaçados de extinção, tendo uma população muito pequena. Depois de cuidar deles, o zootecnista os coloca de volta ao seu hábitat.

Segundo Patrick Schmidt, há quinze anos a zootecnia era praticamente desconhecida e a agricultura era muito carente em tecnologia. “Hoje, muitos fazendeiros já nos procuram para melhorar suas atividades”, diz o especialista, que desde criança sempre gostou de lidar com bichos: “costumava visitar o sítio da minha avó, onde havia muitos animais. Em casa, tive criação de coelho e escolhia vários tipos de alimentação”. Mas ele confessa que também sonhou em ser bombeiro.

Já o professor Adriano Chiarello, apesar de não trabalhar hoje como zootecnista, também pensava na sua infância em cuidar dos animais. “Minha família vivia no campo. Meu avô tinha uma fazenda onde eu cresci cercado de bichos”, completa Chiarello. Atualmente, ele trabalha na conservação de animais mamíferos, principalmente aqueles que vivem nas áreas da mata atlântica, como o bicho preguiça.

Para quem gosta de animais e pretende seguir alguma profissão ligada a eles, a zootecnia pode ser uma opção.

Mário Cesar Filho

Instituto Ciência Hoje.