quarta-feira, 16 de março de 2016

PRODUÇÃO ANIMAL

As empresas que produzem produtos de origem animal estão constantemente em busca de novas tecnologias com o objetivo de maximizar a produtividade e se tornarem cada vez mais rentáveis. Por sua vez, os fornecedores de genética estão sempre aprimorando características zootécnicas dos animais que os tornem mais produtivos. Paralelamente, as empresas que fabricantes de nutrição estão buscando rações e suplementos alimentares que possam suprir todos os nutrientes necessários para que os animais expressem seu potencial. Da mesma forma, as instalações devem ser constantemente adaptadas para prover o melhor ambiente possível para estes animais.

Assim, parece bem claro que fabricar produtos de origem animal é uma atividade extremamente dinâmica e que exige dos técnicos uma constante busca por atualização. No entanto, a base fisiológica do processo produtivo tende a permanecer relativamente constante.

Todo organismo, para expressar seu potencial de produção, necessita que as suas funções fisiológicas estejam em equilíbrio com o ambiente (Figura 1). São mecanismos de defesa e ajuste que o organismo lança mão para fazer frente às agressões a que é submetido diariamente.

Na produção animal tecnificada o objetivo principal é desenvolver métodos e ferramentas que auxiliem o organismo animal a manter esse equilíbrio fisiológico em situações de alto desempenho produtivo.






Em uma situação hipotética, um produtor de suínos resolveu aumentar a lotação de animais na sua granja sem que tenha tomado outras medidas de controle.
Neste caso, espera-se que haja um aumento do número de agentes patogênicos. Além disso, devido ao aumento da concentração de animais, haverá um crescimento da agressão advinda de um ambiente inadequado, por exemplo, haverá um menor número de bebedouros por animal e a ampliação de brigas para o estabelecimento da hierarquia social. Nesta situação, caso os mecanismos de defesa do animal não consigam equilibrar o crescimento da agressão impactada pela decisão do produtor de aumentar a lotação, haverá um desequilíbrio das funções fisiológicas (Figura 2). Como consequência, estes animais não apresentarão o desempenho zootécnico esperado e poderão até mesmo exteriorizar este desequilíbrio com sinais clínicos de uma doença.




Como alternativa para “forçar” a balança para o equilíbrio e diminuir a pressão de infecção, os técnicos, poderão decidir aumentar a frequência de limpeza das instalações, lançar mão do uso de desinfetantes ou mesmo usar antibióticos de forma preventiva nos animais. Se com estas medidas de controle  o “peso” dos agentes patogênicos diminuir o suficiente para que a balança volte novamente ao equilíbrio, o produtor irá obter novamente os mesmos índices de produtividade que tinha antes, mesmo após a decisão de trabalhar com uma maior lotação. Caso isso não ocorra, ele deverá adotar também outras medidas, como por exemplo, vacinar os animais para elevar a capacidade de reação aos patógenos e/ou adicionar microrganismos benéficos na dieta dos animais (Probióticos) até que a balança volte ao equilíbrio.

Em resumo, não há uma receita única para fazer que um animal demonstre seu potencial máximo de produção. Cabe aos técnicos responsáveis pela empresa fixar e coordenar as ações necessárias para garantir a manutenção do equilíbrio fisiológico. Se isso ocorrer e as medidas adotadas forem economicamente viáveis, a empresa, provavelmente, será um sucesso comercial.


FONTE:
POR: Guilherme Borchardt Neto em PORTAL DIA DE CAMPO
http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=21937&secao=Sanidade%20Animal

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