domingo, 3 de julho de 2011

Peixes: Viveiros de fundo natural para tambaquis


No Estado do Piauí, o cultivo de tambaquis em viveiros cavados é uma possibilidade para a geração de renda. Parte de uma rede nacional de sustentabilidade da aquicultura, que conta com a parceria da Embrapa, o sistema de tanques de fundo natural fomenta a produtividade de peixes na região e pode ser comparado com outros empreendimentos realizados por outras instituições e implantados em outras áreas, como o cultivo de camarão marinho e de tilápias. Com um negócio lucrativo nas mãos, os pequenos criadores devem buscar informações técnicas antes de qualquer coisa e se atentar para a qualidade da água e a alimentação que será oferecida aos peixes.

A professora Michelle Pinheiro Vetorelli, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), comenta que as características climáticas do Piauí favorecem os viveiros de fundo natural, como a baixa circulação de água no meio aquático que é implantada na criação da espécie. Os alevinos são colocados nos tanques e se desenvolvem por um período de oito meses até o abate. Entre as técnicas adotadas, é importante que o viveiro seja construído com leve inclinação, com entrada e saída de água opostas para uma boa drenagem e com fundo de terra de fácil permeabilidade.
O Piauí apresenta temperatura e luminosidade adequadas ao cultivo do tambaqui e um mercado consumidor da espécie, além de possuir abundância em água subterrânea. No Sul do Piauí, onde fica a cidade de Bom Jesus, também existe grande vantagem em se investir nessa produção. Então, um dos benefícios do investimento é que já existe uma tecnologia para esses peixes. Por exemplo, o sistema de produção de tilápias não é vantajoso para a nossa região, já que não é um peixe tão aceito por aqui — ressalta a também coordenadora do projeto em parceria com o pesquisador Laurindo André Rodrigues, da Embrapa Meio Norte.
Atualmente, o tambaqui é a espécie mais produzida no Piauí. Porém, a oferta ainda está aquém da demanda do mercado interno. O peixe também tem destaque na região Amazônica, onde também é utilizado o esquema semi-intensivo de viveiros de fundo natural. Michelle Vetorelli alerta que os interessados na criação devem procurar órgãos ou profissionais especializados para a elaboração de um projeto técnico, a partir da análise da área, da qualidade do solo e da quantidade de água disponível. Além, é claro, da legalização do empreendimento por órgãos ambientais.
A professora explica que o sistema de tanques de rede também pode ser usado pelos criadores. Porém, a produtividade de seis a oito toneladas por hectare é alcançada nos viveiros de fundo natural por conta dos microorganismos presentes nesse tipo de criação, o que favorece a alimentação dos animais. Ela ainda aconselha que a densidade deve ser de um peixe por metro quadrado, as rações precisam conter de 28 a 30% de proteína bruta e o tempo de cultivo, dependendo da localização e da luminosidade, varia de oito meses a um ano.
Para maiores informações, basta entrar em contato com o departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Piauí no campus de Bom Jesus pelo telefone (89) 3562-2711.

Nenhum comentário:

Postar um comentário