O segundo ciclo de produção tem sido, por vários anos, uma prática mundialmente difundida, no intuito de prolongar a vida produtiva de poedeiras comerciais, bem como para restabelecer a qualidade dos ovos produzidos no final do primeiro ciclo. Após atingirem a maturidade sexual, as poedeiras iniciam o período de produção de ovos que, nos dias atuais, se estende de 16 até 18 meses.
É sabido que durante este período ocorre uma redução tanto na produtividade dos ovos quanto na qualidade interna e externa dos mesmos. Desta forma, os ovos que no início do período de produção apresentam cascas mais resistentes e o albúmen de melhor consistência, perdem naturalmente estas características com o passar do tempo. Porém, estas características quantitativas (número de ovos) e qualitativas (casca e albúmen) podem ser parcialmente recuperadas após um período de descanso na produção, fazendo com que estas aves permaneçam na granja por até 8 a 9 meses adicionais.
Ao longo do tempo, várias metodologias têm sido empregadas para a indução deste descanso forçado. Em razão da técnica mais utilizada determinar a queda e troca das penas no período de descanso, esta prática é comumente chamada de “Muda Forçada”. A Muda Forçada (MF) pode ser induzida de diversas maneiras, dentre elas:
-Jejum;
-Restrição de sódio ou cálcio;
-Altos níveis de zinco ou cobre.
Em nosso meio, a técnica mais difundida é através da aplicação de um período de jejum, durante o qual as aves perdem peso e cessam a produção de ovos.
Neste período ocorre a involução do ovário e oviduto, cuja intensidade depende do grau de restrição alimentar ao qual as aves são submetidas. Períodos de jejum mais prolongados determinam maior perda de peso e involução dos órgãos do sistema reprodutivo e, consequentemente, um maior período para o retorno à produção de ovos. Em contrapartida, estas aves retornam com a produtividade e qualidade de ovos superior em relação às aves que são submetidas a períodos mais curtos de descanso.
A escolha da metodologia mais adequada deve levar em conta estes aspectos técnicos, além daqueles relacionados com a economicidade desta prática de manejo. Neste artigo, não serão abordados os aspectos técnicos das metodologias da indução da MF, com suas vantagens e desvantagens do ponto de vista produtivo, mas sim será dada maior atenção aos aspectos “bio-econômicos”, com enfoque nas consequências da MF na economicidade da granja produtora de ovos.
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