segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sem transgênicos

Principal mercado comprador da soja convencional de Mato Grosso, a Europa tende cada vez mais a optar pelos alimentos não-transgênicos ou orgânicos. A verdade é que a soja OGM não é bem aceita pelo consumidor europeu. Boa parte desse mercado aceitava soja transgênica, mas, com a entrada em vigor da lei de rotulagem e de rastreabilidade imediata de transgênicos, e uso de código identificador único, até o mercado de farelo para ração de animais está comprando soja convencional em razão da ração precisar ser rotulada como contendo OGM (Organismo Geneticamente Modificado) e a forte rejeição do público consumidor europeu contra os transgênicos.
O maior mercado para soja transgênica mato-grossense, que a aceita sem restrições, é a China, embora recentemente tenha colocado e retirado restrições a transgênicos na mesa várias vezes. De acordo com os especialistas a China é um importante parceiro comercial de Mato Grosso e já é um grande mercado comprador que alivia a pressão do mundo desenvolvido sobre a economia brasileira, haja vista a vitória do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), no caso do algodão e nas negociações envolvendo redução de subsídios à agricultura e abertura de mercado para produtos agrícolas do G-20, grupo de países liderado pelo Brasil, fortalecido principalmente pela China e depois pela Índia e África do Sul.
São os alimentos geneticamente modificados que, de um lado, agradam os produtores porque são resistentes a pragas e mais rentáveis. De outro, despertam pânico nos ambientalistas, que apontam riscos à saúde e à natureza.
"A verdade é que existem argumentos favoráveis ao cultivo dos transgênicos, mas também existem razões para se defender a proteção de algumas áreas, em que os grãos seriam totalmente puros. O principal aspecto a ser considerado em favor dos alimentos geneticamente modificados é o potencial de expansão da safra agrícola. Os grãos modificados têm maior resistência a pragas e necessitam de menos herbicidas, o que teoricamente barateia os custos de produção. Mas isso não é uma verdade", afirma o agrônomo Pedro Paulo Tirloni Júnior, que dá assistência a lavouras de soja na região do Médio Norte de Mato Grosso.
Mas, segundo ele, existem também aspectos econômicos em favor da produção de alimentos convencionais, "uma vez que alguns dos principais mercados importadores, especialmente Europa e Japão, favorecem as compras de produtos com certificação não-transgênica".

Diário de Cuiabá

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