sábado, 8 de janeiro de 2011

Para entender a economia em que vivemos

Para entender a economia em que vivemos
Aos 82 anos, o economista Antônio Delfim Netto ainda mantém uma intensa rotina de trabalho. Na esquina da Rua Armando Penteado com a Itápolis, no nobre bairro do Pacaembu, na capital paulista, funciona a sua consultoria. É uma casa e não um frio escritório. Na antessala, sempre há alguém aguardando ser atendido por ele. Com hora marcada, claro. Delfim Netto foi ministro da Fazenda entre os anos 1967-1974, período do chamado "milagre econômico", no qual o PIB brasileiro cresceu a uma taxa média superior a 10% ao ano. Foi ainda ministro da Agricultura em 1979, mesmo ano em que deixou o cargo para ocupar o Ministério do Planejamento, onde ficou até 1985. Formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), foi embaixador do Brasil na França, deputado federal e ocupou importantes cargos em órgão monetários nacionais e instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além da consultoria, Delfim Netto ministra concorridas palestras, sendo referência em questões sobre política e economia, tanto nacional quanto mundial. E ainda escreve regularmente em importantes veículos de imprensa, como no jornal Folha de S.Paulo e na revista Carta Capital.
Foi ali em seu escritório, bem ao lado do Estádio Municipal Dr. Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, que recebeu a reportagem de Suinocultura Industrial para uma entrevista. Delfim Netto falou sobre as fusões no setor agroindustrial brasileiro. "Quando você tem dois gigantes, seguramente se tem uma espécie de única opção. Existem cinco milhões de sujeitos vendendo boizinhos e dois comprando". Abordou a guerra cambial entre Estados Unidos e China. "Não tem disputa Estados Unidos-China. Na verdade uma boa parte das exportações chinesas são feitas por empresas americanas que se instalaram na China porque a mão de obra era barata e os Estados Unidos abriram o seu mercado para elas". Falou sobre o setor público brasileiro. "Quando se compara o setor público brasileiro com o setor público do resto do mundo, é uma tragédia. O setor no Brasil é gordo, adiposo. Perdeu musculatura. Ele nunca foi submetido realmente ao regime que precisava".

Fonte: Suinocultura Industrial

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