Pesquisadores afirmam que a nanotecnologia vai revolucionar o campo. A técnica é a mesma usada na fabricação de aparelhos eletrônicos de tamanhos extremamente reduzidos. Pesquisadores conseguem manipular átomos e moléculas e desenvolver materiais precisos e mais eficientes.
"O que nós queremos no hidrogel é colocar dentro dele fertilizantes ou pesticidas ou um determinado princípio ativo que seja aplicado durante o trabalho de campo, e com isso permitir o aumento da produtividade. Aplicar com um certo controle de tempo o fertilizante ou pesticida no campo. Nesta outra linha da nanofibra nós estamos interessados em valorizar o produto. Ela pode virar matéria-prima pra muitas coisas. Por exemplo, ela entra na composição de alguns plásticos como material de reforço plástico", diz Ribeiro.
Com a nanotecnologia, o foco dos pesquisadores não é criar um produto novo, mas interferir na cadeia do que já existe e é bastante conhecido, aumentando a produtividade, por exemplo. É uma revolução em vários segmentos. Na agricultura, a nanotecnologia já está sendo comparada à introdução dos fertilizantes nos campo lá nos anos 80 e 90, que ajudaram a fazer do Brasil um grande produtor agrícola. A nanotecnologia não é visível, nem fácil de se perceber, mas é muito mais presente do que se imagina. Os pesquisadores costumam usar como exemplo a evolução dos computadores e celulares que, graças à nanotecnologia são hoje muito menores e mais eficientes do que há 10 ou 15 anos.
"Provavelmente você nunca comprou um nano celular ou nano computador. Você nunca se preocupou com isso, porque para você está muito claro o produto que você compra quando compra um computador. Agora, por trás daquilo tudo houve um desenvolvimento que foi capitalizando aquele produto para que ele fosse mais interessante, mais vendável, mais lucrativo, mais rentável e que tivesse capacidade de entrar em outras comunidades, em outros ambientes, outros habitats", explica Ribeiro.
"Nós precisamos ainda investir em pesquisa com a aplicação disso em casa de vegetação, em campo. Avaliar o desenvolvimento das plantas e estas novas tecnologias para garantir pro agricultor que a nova tecnologia seja melhor e mais eficiente do que já temos hoje", acrescenta o pesquisador da Embrapa José Marconcini.
A fabricação destes materiais é uma segunda etapa da pesquisa sobre nanotecnologia, desenvolvida por uma rede de instituições, como a Embrapa. São mais de 100 profissionais envolvidos no trabalho, na construção de um processo que promete revolucionar a vida nas cidades e no campo.
"Nós temos vários setores em que a nanotecnologia vai influenciar. Produção vegetal, na área de insumos agrícolas, fertilizantes, pesticidas, na área de produção animal. Nós vamos ter também nanotecnologia aplicada na detecção de doenças e patógenos. Você consegue melhorar a eficiência do remédio para determinadas doenças. É nisso que a gente trabalha, pensando no futuro", avalia Marconsini.
Os pesquisadores acreditam que em cinco anos o Brasil terá produtos com nanotecnologia disponíveis para aplicação no dia-a-dia do agricultor.
Canal Rural
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