Em busca de um método de curtimento de couro que tenha boa qualidade e não ofereça risco ambiental, pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste investem na tecnologia cromo free. O curtimento com cromo ainda é o mais utilizado, mas os resíduos desse processo podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde dos consumidores. Preocupados com isso, os importadores pressionam cada vez mais a indústria brasileira a lançar mão de curtentes alternativos.
De acordo com Manuel Jacinto, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, a tecnologia de curtimento cromo free já existe, mas é pouco utilizada por apresentar alguns agravantes. O principal deles é o custo.
— O cromo ainda é o curtente que tem o custo mais baixo em comparação aos benefícios que promove no couro. O couro fica extremamente bem curtido, muito macio e resiste mais à água quente e a temperaturas elevadas. Então ele não é substituído porque oferece vantagens econômicas — aponta o ecólogo.
Embora não seja tão vantajosa economicamente, a tecnologia cromo free atrai a atenção da indústria curtumeira em função das novas exigências que surgem no mercado. Nem mesmo os tratamentos que eliminam o cromo dos efluentes do curtume, evitando a poluição do meio ambiente, convencem os importadores da segurança do processo. Segundo Jacinto, o curtimento sem cromo, também conhecido como curtimento ecológico, tem cada vez maior aceitação no mercado.
— Os próprios importadores sofrem pressão dos consumidores, que estão se recusando a utilizar produtos de couro ou que tenham sido feitos com couro curtidos com cromo — alerta.
De acordo com Jacinto, a tecnologia alternativa de curtimento, além de evitar prejuízos ao meio ambiente, pode ser uma forma de aumentar as exportações do couro nacional, já que tem grande aceitação no mercado externo.
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