domingo, 4 de julho de 2010

Marfrig quer Seara como marca global

O Marfrig não vai mais às compras. Após a aquisição de 40 empresas, Marcos Antonio Molina dos Santos, presidente do grupo, diz que agora é hora de buscar mais clientes, principalmente com a oferta de produtos de maior valor agregado.

A busca do crescimento se dará com a integração entre as empresas do grupo, que, geograficamente, ocupam cinco continentes.

"Nós já temos tudo. Os melhores clientes, os melhores fornecedores e os melhores parceiros. Qual o nosso desafio agora? Ficarmos mais eficientes", diz Molina.

A informação foi dada à Folha no escritório da empresa, em São Paulo, após o jogo entre Brasil e Portugal, quando a transmissão da Fifa expôs para o mundo a Seara, marca que o grupo quer transformar em carro-chefe mundial de seus produtos.

Sorrindo, o corintiano Molina, que é um dos patrocinadores da seleção brasileira, da Fifa e do Santos, se diz surpreso com os resultados já obtidos com a campanha.

"Não investimos tanto e estamos tendo ótimos resultados." Ele não revela o valor, mas diz que os US$ 100 milhões estimados pelo mercado são exagerados.

A partir de agora, os consumidores brasileiros verão com mais frequência a marca Seara nos locais de compra, o que ocorrerá também fora do Brasil. As indústrias do grupo no exterior também passarão a comercializar a marca, inclusive nos EUA.

Cartada

Uma das grandes cartadas do grupo foi a compra da norte-americana Keystone, há poucas semanas.

Ao pagar US$ 1,26 bilhão pela empresa, o Marfrig eleva as receitas para R$ 27 bilhões por ano, reafirma a vocação para o setor de "food service" e coloca os pés no crescente mercado asiático, com indústria até na China.

O Marfrig, que já era fornecedor de hambúrguer para a rede McDonald"s, terá agora 28% de suas receitas vindas dessa cadeia de fast food após a compra da Keystone.

Para pagar a Keystone, o Marfrig deverá ter, mais uma vez, apoio do BNDES, que já tem 14% da empresa.

Mesmo após tanta expansão, é difícil acreditar que o Marfrig tenha encerrado as compras. Logo após a aquisição da Seara, Molina também disse que o momento era apenas de concretizar o grupo, e não de novas compras. Acabou surpreendendo ao adquirir a Keystone.

Folha de São Paulo

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